Vladimir Safatle - Filósofo
"Como disse o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson: "A Islândia é uma democracia, não um sistema financeiro".
"Contra um processo econômico de pauperização social e concentração de riquezas, exigência de uma reinvenção democrática que nos leve para além dos limites da democracia liberal".
O Brasil assumiu de vez sua face de oligarquia cujos governantes e juízes permanecem no poder a despeito de qualquer consideração pela vontade popular."
O STF [Supremo Tribunal Federal] referendou todos os piores momentos da história do Brasil. É o poder monárquico por excelência. Não tem nenhuma intervenção popular no interior do Judiciário. Advogam às costas da população sem o menor problema."
Uma experiência política não pode ser objeto de uma dedução transcendental. O que me impressiona é, ao contrário, como há uma legião que tenta nos dizer que toda forma de fortalecimento da força do demos só pode produzir catástrofes. No que se percebe que eles têm uma visão completamente a-histórica de dinâmicas políticas. O que não poderia ser diferente, já que no fundo, seu debate não é político, mas teológico.
A liberdade não é um atributo individual, ela é uma realização social própria a sociedades marcadas pela igualdade e pela indiferença social às diferenças antropológicas. Não há indivíduos livres em uma sociedade não-livre”.
Mostrar Sensibilidade ao sofrimento social. Essa é a verdadeira mobilização. A urgência do Sofrimento. Só há mobilização quando percebemos o sofrimento social, que não é veiculado pelos bastiões conservadores".
POLITICA é a defesa insuperável e absoluto do bem comum. E para isso é necessário que você tenha um mínimo de virtude cívica".
A Democracia não exige um poder instituído forte; ela depende, isto sim, de um poder instituinte soberano e sempre presente".
Vivemos uma ausência brutal de ideias. Uma série de modelos - econômicos e políticos da experiência pública brasileira - já não aguentam mais nas pernas".
Quando a força crítica do pensamento começa a agir, então todas as respostas começam a ser possíveis, alternativas novas começam a parecer na mesa".
Sem fortes intervenções de políticas estatais de redistribuição, nossas sociedades tendem a entrar em situação de profunda fratura social por desenvolverem uma tendência radical de concentração de riquezas. O problema da desigualdade só pode ser realmente minorado por meio da institucionalização de políticas que encontram no Estado seu agente".