Vítor Hugo S. Costa

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Uma vez amei uma ideia que tomou a forma de uma mulher, outra, eu amei uma mulher que não passava de uma ideia.

Inserida por vitorap

Se ainda não entendeu

Eu irei olhar,
Mas não verei.
Vou escutar,
Mas não ouvirei.
Posso falar,
Mas não direi nada.
Aprovo os sentimentos,
Mas reivindico minhas emoções.
Acredito no conhecimento,
Mas duvido das soluções.
Um dia posso te amar,
Mas nada vou te dizer,
Não tenho nada para compartilhar
E pouco a oferecer.

Inserida por vitorap

Não vim com o prazo de validade explicito, e pouco sei sobre o significado de tudo isso. Com a mesma efemeridade que nasci, eu partirei. O impacto da minha existência só pode ser determinada por mim. Porém aqueles que um dia entenderem o significado do meu nome para o mundo, não saberão por completo, pois acredito que nem mesmo eu vou descobrir antes do final. (V.H.S.C.) Como a vida pode ser bela...

Inserida por vitorap

Antes de seguir com mais uma ideia, preciso que vocês entendam o que realmente estão lendo para que não aconteçam confusões. Na minha opinião a vida não tem sentido. Calma, não sou suicida, de jeito algum, o que quis de dizer é que ela já tem um cronograma a seguir: nascer-crescer-morrer. Todos estamos sujeitos à isso, então não há muito o que questionar (para os que gostam de questionar sobre o que acontece depois da morte, parem de bater a cabeça e esperem só mais um pouco!). Como o tabuleiro já estava construído quando eu nasci, ao invés de simplesmente jogar, eu decidi fazer do jogo que é a vida meu laboratório de estudos sobre o que realmente estou gastando meu tempo. Tudo o que vocês leram com o título Apenas outras ideias são resultados de minhas observações, indagações e experiências que fui adquirindo ao longo do tempo. E como os tempos mudam minhas ideias também estão sujeitas a mudanças. O meu objetivo é fazer com que o leitor perceba que viver não é um ato inconsciente, mas que tudo o que ocorre na esfera social apresentam uma razão para ser/acontecer. (V.H.S.C.)

Apenas outras ideias

Instinto, razão e cultura, o triangulo amoroso mais antigo que conheço. Ah, vou utilizar um pouco da minha lírica para desenvolver essa ideia, mas depois retomo de uma maneira mais cientifica. Quando a razão e a cultura estão muito íntimas, o instinto se isola sentindo-se desnecessário. Se a relação entre o instinto e a cultura é intensa, a razão se sente ofendida. E digamos que a razão e o instinto têm uma relação de amor e ódio. Se eu fosse resumir séculos de estudos sobre relações humanas, utilizaria essas três palavras. Pense no conceito de sociedade, que independente do dicionário utilizado, baseia-se nas relações humanas que têm como base a cultura de certo grupo em conjunto com a razão e o instinto dos indivíduos. E é importante salientar que tanto a razão quanto o instinto e a cultural são dinâmicas, variando assim de acordo com a história e pautando tanto a relação entre seres humanos quanto a relação homem e natureza. O homem da caverna tinha seu instinto que era responsável pela sua sobrevivência, apresentava uma cultura que depreendia o modo de como se comportavam, e a razão da qual ajudava na percepção de mudanças no meio, no uso do natural para facilitar a caça, entre outras coisas. Se formos analisar as civilizações, os impérios, ou as potencias econômicas de hoje, notaremos que cada qual se difere nessas três palavras.
Se as pessoas entendessem isso, teríamos menos preconceito e mais compreensão sobre o convívio social. Ao longo da história sempre tivemos expansão de povos sobre outros povos, concomitantemente a tentativa de subjugar a cultura, a razão e o instinto dos outros, como por exemplo, a ideia novo mundo para as Américas, eurocentrismo, ou até mesmo a escravidão. Ideais que foram perfeitamente aceitos em suas épocas, mas contemporaneamente podem acarretar espanto.
Este texto é apenas uma reflexão para gerar outra e assim por diante como um efeito dominó, mas se precisarem de uma conclusão, pensem! Se o homem pode realmente alcançar algum equilíbrio interno (eu), ou externo (ele, ou ambiente), por que não começar por essas três ideias que nos acompanharam tanto tempo, até mesmo antes de se tornarem palavras?

Inserida por vitorap

Eu sou um em aproximadamente 6 bilhões de pessoas. Compartilho da mesma fonte luminosa que os outros. Apresento os mesmos medos, vaidades, objetivos que muitos. A história foi construída por homens como eu. Então é meu dever deixar a minha marca neste mundo, para que assim todos percebam que o ser humano não deixou de fazer história.

Inserida por vitorap

Uma breve passagem

Passos ao corredor
Onde há apenas uma direção
Palpitações no coração
Suor gélido e tremor.

Cabeças baixas a olhar para o chão
Evitando o jogo de olhares
Para não denunciar aqueles ares
E não deixar escapar uma emoção.

E assim vão se aproximando...
E no pensamento de pelo menos um
Pode não existir interesse algum,
Mas o outro pode estar amando.

Probabilidades e possibilidades
Confrontam com fantasias e nostalgias
Para que as cordas vocais vibrem como sinfonias
Para que haja comunicabilidade.

Abortando a ideia do discurso
Passam um pelo outro sem se olhar,
Mas uma das partes sente uma falta de ar
E cada qual segue o seu curso.

Inserida por vitorap

"Quando mais novo, sempre pensei que os adultos tinham a resposta para tudo. Bem, as coisas não são bem assim, e se alguém parar para observar ao redor verão que eles são crianças muito experientes."

Inserida por vitorap

Veja por dentro

Fecho os olhos esperando que tudo escureça
Com medo que talvez alguém me esqueça
E como um ser sem história, sem derrota ou vitória
Eu padeça com o sinônimo de escória.

Tenho medo do corpo não ser suficiente
Ao encarar todos os problemas de frente,
Quero esboçar um sorriso sincero
Para que saibam que protejo o que mais quero.

Temo que meu nome seja sussurrado
Pelos lábios que tanto almejei ter beijado,
Como seu fosse apenas mais um amigo,
Mesmo que eu tenha guardado tudo comigo.

Existem sorrisos que devem ser conservados
Assim como sentimentos que não devem ser fustigados,
Mas prefiro apreciar de longe a beleza
De uma musa, talvez duas, que inspiram medo e incerteza.

Inserida por vitorap

Apenas outras ideias

A partida começa. Pedi cara, a Vida pediu coroa. Não me surpreendi, ela ganhou. Então eu fiquei com as pretas.
1.e4
-Surpreendente! A Vida falou sorrindo. Mais um ser humano que deseja jogar contra mim. O que faz você pensar que é diferente dos outros?
Nc6
Em um tom sarcástico eu disse:
-Eu acabo de nascer e a primeira coisa que ouvi é que somos únicos, insubstituíveis. Já você é bem antiga e conheceu todo o tipo de ser, mas não todos. Eu sou um elemento surpresa.
2.Bc4
Ela deu uma gargalhada. Fez uma expressão cínica e disse:
- Mais ou menos 4,5 bilhões de anos e eles continuam com o mesmo discurso. É verdade que você é único, mas não tenha a audácia de pensar que tudo o que você faz, pensa ou sente seja inédito para mim. Diferente de você que conhece o passado de apenas alguns anos e um presente de alguns minutos, além disso, e muito mais eu posso ver o futuro. Ou seja, sem querer trapacear, mas já trapaceando, eu sei o que você fará no tabuleiro.
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Eu abismado com aquela declaração, e sem ação, acabei balbuciando:
-Mas... Mas... Então, por quê?
3.Qh5
Toda aquela expressão confiante se converteu em ira, ela aparentava estar zangada e respondeu:
-Seres petulantes. Eu não sei a resposta. E invejo os seres humanos por isso. Eu sei que vou ganhar o jogo, eu sei o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá, mas não sei o porquê. Eu não preciso questionar, fatos são fatos.
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Eu levantei, segurei a mão da Vida e fizemos o último movimento.
4.Qxf7#
-Mate! Eu exclamei sorrindo.
A Vida atônita com o meu ato, falou:
- O outro lugar está vazio.
Dando as costas ao tabuleiro, reparei que ela queria uma satisfação, e brinquei:
- Este é o nosso oponente, o vazio. Você não estava jogando contra mim, e percebi que você também não era meu oponente. Lutamos contra o vazio que até mesmo a Vida sente. Você por algum motivo não pode questionar, eu não posso simplesmente aceitar, e o espaço entre nossos atos não nos tornam necessariamente inimigos.
E mais uma vez, ela sorriu:
- Eu sabia que você ia dizer isso e mesmo assim não acreditei. A maioria das pessoas simplesmente não aceita o que acontece, e lutam para mudar os fatos. É inútil. Poucas percebem que eu não sou responsável por prazeres ou sofrimentos.
Eu saindo da sala perguntei:
- E você vai continuar ai?
- Alguém precisa ensinar os outros a jogar.
E fui embora satisfeito.

Inserida por vitorap

Apenas outras ideias

Hipocrisia?

Pessoas caminhando na calçada. Pessoas ricas, pobres, alguns bem sucedidos, outros nem tanto. São todos seres humanos, mas isso não significa que todos têm de ser bem sucedidos, ou que devam ter os mesmos padrões de vida. E mesmo com essas distinções em mente, quando olhamos para o lado e vemos alguém desafortunado sentimos uma náusea, de certo diferente, que muitos denominam solidariedade.
Hipocrisia. Se você não percebeu a tamanha hipocrisia no pensamento anterior, por favor, termine a leitura aqui. Quando escrevo hipocrisia, não estou dizendo que é algo bom, ou ruim. Mas você, por ter uma bagagem cultural totalmente direcionada (neste momento já deve ter alguém torcendo o nariz) adotou tal termo de maneira puramente pejorativa.
Do grego HYPOKHRINESTHAI que significa representar um papel, fingir. Uma bela palavra, que é tão útil em nossa época, pois o que fazemos senão representar? Você põe uma mochila na costa, e assim ganhou o papel de estudante. Sua esposa está grávida, logo você assumirá o papel de pai. E assim sucessivamente. Mas tudo o que foi explicitado é óbvio. O meu objetivo é fazer, Tu ó leitor que por algum motivo ainda está lendo, refletir: Podemos estar sempre representando? O que acontece com aqueles que não conseguem representar?
Eu poderia ser o mordomo que guiaria você em meio aos seus pensamentos mais profundos, e mostrar o animal que o subconsciente guarda. Um animal com instintos não muito diferentes dos outros animais, que busca nada mais que prazer, não digo no sentido de hedonistas, ou estoicos, ou qualquer outra escola filosófica composta por pessoas como eu e você, e que usam partes do nosso verdadeiro ego como teoria.
O ser humano é ambicioso, quando convém. O ser humano é egoísta, quando convém. O ser humano usufrui de outro ser humano para obter prazer, quando convém. O porquê “do quando convém” é o que realmente nos distingui dos outros animais ditos irracionais.
A história da nossa espécie é hipócrita (e peço que reavalie o significado dessa palavra), tivemos guerras que dizimaram nossos irmãos, tivemos períodos de paz, outros de pax, enfim, são acontecimentos que nunca deixaram de existir, pois são atávicos ao ser humano.
Está é a ultima pergunta e a mais importante, então preste atenção! Por quanto tempo ficaremos nos enganando, ou melhor, atuando? Já estamos vivendo o politicamente correto, e se eu fosse supor o que vem depois dessa fase, diria que viveremos momentos de caos.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

"Acredito que a comunicação nasce da ausência do contato (não apenas corporal), resultando em tempos como esses, no qual todos se comunicam cada vez mais indiretamente, até o ponto que a lógica do diálogo se perca" V.H.S.C.

Inserida por vitorap

A evolução do medo
No hospital
O choro quebrou o silêncio,
O início de uma nova vida
E dos seus medos.
Medo de começar a andar,
Medo do cão,
Medo do escuro,
Medo do bicho papão,
O tempo passa
Amadurecemos
Junto com nossos temores.
Medo de ser você,
Medo de não ter amigos,
Medo de reprovar na escola,
Medo de decepcionar que você ama,
Medo do “não”
Medo de não entender.
Então vem a primeira paixão
O sentimento que mais excita medo
Medo do primeiro beijo,
Medo de amar,
Medo de enlouquecer por uma pessoa,
Me do relacionamento acabar.
Vem a época doce da vida
E cesso o poema nessa parte
Sou ainda muito jovem
Para conhecer os medos
Que aparecerão a seguir
E encerro o poema com o último medo
Medo de não terminar
Com as palavras da vida
O poema que comecei.
(V.H.S.C.)

O tempo
Veja a chuva que cai
Sobre o chão que parece
Não se importar.
O tempo para
As gotas congelam
Em meio ao ar
Então observo o infinito
Particular em cada ser
Sorrisos, lágrimas
Pensamentos e alucinações
Do mundo que parei
Apenas para conferir
Se ainda há beleza
No ato de existir.
Assim as gotas voltam a cair
E o chão volta a se molhar
E tudo se torna passado.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Inversão

No início os adjetivos estavam em ordem

O homem era racional,

Os produtos eram etiquetados,

O dinheiro era líquido,

Então houve um "boom" tecnológico

E tudo ficou bagunçado

O homem foi etiquetado,

Os produtos tornaram-se líquidos,

O dinheiro passou a ser racional,

Enfim veio a modernidade

Que mudou mais uma vez

Os adjetivos entres os três

Agora o homem é líquido,

Os produtos são racionais,

E o dinheiro é etiquetado.

(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Uma vez perguntaram-me “por que”. E respondi por que era necessário. Precisamos das dificuldades para aprender a dar valor em algumas coisas. Para entender que somos apenas humanos, e que isso ao mesmo tempo em que nos limita, abre um abismo de possibilidades. Para aprendermos que nada é eterno e o tempo foi a mais bela ilusão do homem, pois a diferença entre o infinito e o efêmero pode estar em apenas poucos segundos. Enfim, para conhecer o peso de nossas palavras e ações, que ao longo do tempo escreveram a nossa história. Essa é a parte de uma resposta que só vivendo para conhecê-la. Por isso vivemos, para construirmos as respostas que definem quem somos. (V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

A tulipa que não cultivei

Conheci uma flor,
Com o mais belo sorriso,
Com o mais belo brilho,
Que recusei cultivar.
Doí vê-la sorrir,
E pensar que você
Pode gostar de um bruto como eu.
Doí quando você me olha
Quando você sorrir para mim
Quando você Faz questão
Em dizer tchau.
A tulipa, dona de minhas
Palavras nunca ditas,
Dos sentimentos não exteriorizados
Do amor que eu havia guardado.
Mas saiba
Sou apenas mais um homem
Covarde, com medo de abandonar
Mais uma vez, alguém que comecei a amar.
Se ao ler esses versos sentir raiva,
Te darei razão, sempre te darei razão
Afinal, acho que você
Simplesmente queria
Que eu a cultivasse.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Vida
Esse poema não tem lógica
Não tem métrica nem rima
Não tem uma razão para ser
Ele apenas existe
É um resultado do todo
Não tem regras nem exceções
Uma vez escrito torna-se livre
Para ser o exatamente
O que deveria
Nas memorias daqueles
Que o leram
E não conseguiram compreender
A sua beleza.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Agora um pouco de teoria, já estava na hora de analisar algo um pouco mais interessante que o meu pessimismo.
Apenas outras ideias
A evolução do pensamento. É inevitável pensar na reciprocidade entre o pensamento e a época vigente. O mais impressionante é como as ideias sobre o pensar mudam. Pense! Como deveria ser o conhecimento quando surgiram os primeiros Homo sapiens? Acredito que nesse cont
exto o raciocínio estava começando a ser desenvolvido, atribuindo a maior parte dos saberes aos nossos sentidos. Depois de coletado os primeiros conhecimentos (maior parte pelos sentidos através de resultados empíricos, seguido pelo raciocínio através das primeiras táticas), eles foram repassados geração a geração, definindo os primeiros traços de cultura, que tanto distinguem os povos hoje.
Isso explica, por exemplo, o porquê de certas civilizações apresentarem certo desenvolvimento em alguns campos científicos, enquanto outras nem tanto. E depois de anos e anos acumulando todo o tipo de conhecimento, o homem cometeu a maior metalinguagem de todos os tempos. O ser pensante começou a estudar o próprio pensamento. Foi nesse momento que realmente passamos a ter alguma história. Poderia citar um monte de filósofo, mas não é esse o objetivo, minha meta é que você, caro leitor, um ser resultado de inúmeras teorias e experiências perceba algo peculiar nessa evolução, de como percebemos o pensar.
Na era Clássica houve a preocupação no exercício do pensar resultando num dos conceitos mais estranhos (e na minha opinião difíceis de entender) que é a verdade. E assim, o pensamento tomou o objetivo de compreender as verdades. Essas “verdades” possibilitaram a dinamicidade do modo como pensamos. Nos primeiros momentos, algumas verdades foram contestadas, mitos e coisas semelhantes perderam as forças, e o ser humano passou a explicar as coisas como se houvessem verdades absolutas. Daí, passamos por um retrocesso chamado Idade das trevas, mas que logo foi compensado com o Renascimento para retomar as ideias sobre o pensar. E como o conhecimento tomou maior abrangência, percebeu-se logo que a ideia de Verdade era muito delicada. Deveria ser algo que além de universal, ausente de qualquer exceção, e até mesmo hoje é difícil achar um pensamento que se enquadre nesses parâmetros. Por fim, vieram os tempos modernos, e houve um pensador que introduziu a relatividade das coisas, e pensamento nunca mais foi o mesmo, muito menos as verdades.
Como consequência desses fatos, hoje é difícil generalizar sobre qualquer assunto, além da cautela de discuti-lo de acordo com a vertente em questão. Pergunto-me se os leitores dessa pequena ideia não se perguntem: Se no início queríamos saber de onde viemos, depois questionamos o pensar, logo em seguida as verdades, e agora a relatividade dos pontos de vistas, o que vem a seguir? Isso realmente é uma evolução que nos beneficia?
P.S.: Deixem suas respostas se acharem conveniente, e se algo pareceu estranho perguntem para que eu possa esclarecer.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Apenas outras ideias

O ser humano em sociedade tem uma característica peculiar, ele consegue criar diferentes situações (produtos, sistema econômico, tecnologia, entre outro), e por algum motivo, uma vez criadas, a própria sociedade empresta as qualidades daquilo que ela inventou. Essa estranha mimética acompanha o homem desde sua origem, o que me leva a pensar, “o ser humano não conhece integralmente aquilo que descobre, inventa e produz, a ponto de no final das contas sofrer grandes mudanças sociais devido às características daquilo que criaram.” Se você leu até aqui e realmente entendeu essa ideia - que muitos considerarão absurda- observará que os exemplos a seguir conferem de certa obviedade, então os leia como complemento apenas.
O dinheiro, moeda de troca, ou como quiser chamá-lo, é um dos exemplos mais atuais. Você já parou para pensar em como o dinheiro foi tomando forma na sociedade, até chegar à concepção que temos hoje? Ele começou tão tímido, praticamente qualquer coisa era moeda de troca, não havia padrão e o acúmulo era incipiente. E não fazia muita diferença se o homem poderia, ou não trocar algo, não era realmente essencial. Surgiram as primeiras moedinhas, talhos tão simples de metais encontrados na natureza, mas que significavam um valor. E perceba que nesse momento o homem restringiu o poder de compra, passando de um universo maior de coisas para simples representações, tornando mais simples o acúmulo de simples moedas. Mas o ser humano é seletivo e passou a dar valores aos metais que eram a matéria prima de suas moedas, e assim surgiram moedas de valores diferentes (será que a moeda de cinco centavos é do mesmo material da de um real?). E o dinheiro foi tomando forma, no entanto, surgiu um obstáculo que não permitia o acúmulo (era pecado). Entenda uma coisa, tudo aquilo que o homem cria, ele pode alterar e/ou destruir, e quando duas criações se chocam por terem ideais diferentes, ou coisas do gênero, o ser humano pode simplesmente alterá-las, assim acumular dinheiro deixou de ser pecado e tornou-se sinônimo de prosperidade. A parti desse ponto fez-se de tudo para conseguir metais preciosos, ou dinheiro, a parte obscura da história do capital onde haverá mortes das mais diferentes civilizações. E o dinheiro passou a ser indispensável, e o homem tornou-se dependente dele. Nossa criação nos controla, e isso assusta. A seguir vem uma serie de fatos que desembocarão na modernidade, na qual ganhamos o adjetivo líquido (aqui tem muitos pensadores do século XX e XXI) primeiramente direcionado ao nosso dinheiro.
O ser humano, por vezes, não cria simples objetos, ele cria um universo inteiro de possibilidades do qual é impossível a compreensão do todo. Se você duvida disso, ligue o computador e acesse a internet, diferente da ideia de partículas em expansão que é o universo, ela é um condensado de bytes em expansão. Não condeno as invenções que cercam o nosso dia-a-dia, mas a maneira de como muitos se deixam influenciar por elas. “É pai acho que só no início eles sabiam o que faziam. Perdoe-nos é agora que eles não sabem o que fazem”.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Enfermo mundo

O sol escondido entre as nuvens

Demonstra a nostalgia da natureza

Pequenas pinceladas, fuligens

Sobre um céu negro, beleza.



O ar gélido toca a face

Dos leitores dessa grande anedota,

Construtores de prédios como disfarce

Para amenizar o sofrimento do planteta.



De lúpus sofre o corpo

O homem, patogênica célula

Destrói a natureza com tanta sutileza

E esquece o quanto depende dela.

(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap

Apenas sonhando

Descanso a cabeça sobre o travesseiro
As pupilas já fatigadas tornam-se pesadas
A moleza toma conta do corpo
E finalmente fecho os olhos.
Repentinamente imagens aparecem
Em meio a escuridão
Rostos, ações, sorrisos, amigos, paixões
Assombram ao mesmo tempo em que confortam
Alguém que transformou tudo em passado.
São memórias? Pequenas lembranças?
Realmente não sei dizer,
Só sei que tudo parece tão doce
Até mesmo aquilo que deveria ser ruim
Devo sentir saudade? Ou remorso?
Orgulho? Ou vergonha?
Então aparece o carrossel
Meu momento de epifania
Onde traço sonhos dentro de um sonho
Não há sentido, nem o real, nem o tempo
Não há inícios e nem fins
É um carrossel de momentos.

Inserida por vitorap

De novo, poemas

O ser volta a escrever,
A usar palavras como escravas
Enquanto lá fora, chuvas binarias
Traduzem a tristeza das águas.

Ah, como é reconfortante
Voltar a ser amante
Da donzela que exilei
Por não entender o quanto a amei.

Em meio a água e números,
Entre mulheres que criei,
Entre a solidão que optei,
E poemas absurdos,
Poesia, musa minha
Peço para usar o seu corpo
Mais uma vez.
(V.H.S.C.)

Inserida por vitorap