Victor França
Se realmente existir vida inteligente fora da terra o medo se tornaria uma característica primordial de todos os seres terrestres.
Incertezas que me intrigam desde a epigênese da vida,pensamentos surreais,memórias filosóficas,traumas vexatórios,um aglomerado de ego e narcisismo,cientista anormal,poeta desiludido,filósofo cético,um ser alienado pelas belezas ditas e faladas,arquiteto de palavras,imensidão de egoísmo transbordado,perfeição de defeitos, o tudo e o nada,apenas isso,sou tudo isso,sou nada disso. Sou o todo em sua plenitude e ao mesmo tempo o vazio em seu ápice,sou o nada sendo o tudo. Apenas o nada de tudo e o vazio do todo.
Se estamos sós no universo ou se temos a companhia de seres pensantes como nós,o homem nos trará as respostas com o tempo,mas,em qualquer dos casos o resultado pode ser assustador.
I
Neurônios vagando por uma mente preenchida de total melancolia onde predominam pensamentos sombrios,a escuridão macabra,responsável pela morbidez do cérebro,danifica o funcionamento do mecanismo alterando o habitat de coisas claustrofóbicas,produtos da minha alma suicida,que na morte da noite se revelam em atitudes obscuras provenientes da voz do além que sussurra causando calafrios nos meus tímpanos.
IV
vejo-te,meus olhos riem de felicidade,e em segundos fracionários meu coração começa à bater compassado,logo morro,ressucito com a voz do teu silêncio declarador,que de forma arrebatadora persuade com palavras mudas,logo reveladas em conspirações do destino nostálgico e mutável,no qual és o único ser vivente,diante do teu olhar dominante de predador me declaro,e entre sorrisos consumados,me deleito em teus lábios agora beijados.
Coração Masoquista
Por quê a paixão não vem precendida razão?não há amor além da dor,que ensisti em persistir do quê advém de mim,coração masoquista,obcecado pela dor de um amor não conquistado,um amor desejado.
Mente doentia,torturada pela obsessão de uma paixão inventada,coração destruído,aniquilado,não sinto a dor da tortura,a única dor presente em mim é a de nada sentir.
Incontáveis vezes me desiludi,mas ainda assim me alimento dos desejos ilusórios que proclamam em silêncio uma quantidade desprezível de amor,se é que há algum no meu coração masoquista obcecado pela dor.
V
Em momentos singulares que estou próximo a ti,mergulho em oceanos de incertezas que me vêm a mente,relances imaginários chegam,e são revelados em um desejo de possuir o teu olhar imprevisível,logo esqueço da minha existência e viajo a fundo no mundo dos sentimentos sinceros e confusos,e de forma súbita o sentimento que outrora morria,renasce,transcendendo novas esperanças,logo quebradas na visão recíproca de um futuro perfeccionista e organizado no qual já estamos destinados.
Filho do teu amor
Filho do teu amor serei
Pretendo adorar-te no santuário que és meu coração
Cometer insanas loucuras de amor
Louvar o esplendor de tua beleza
Apreciar a poesia declamada pelos teus sorrisos
Pecar ao desejar teu olhar
E submeter-me ao ato de julgar-me digno de habitar o paraíso de seus sonhos
Ou condenar-me ao eterno esquecimento de suas memórias.
LEI DO CORAÇÃO
Da poeira cósmica de que sou feito, o amor é a lei regente que, como matéria simples, busca a forma, comprimida pela gravidade dos sentidos, responsável por atritos entre coração e razão, caminhando em busca de um equilíbrio que os mantenham estáveis, orbitando os sentimentos de uma lei universal, na qual somos reagentes buscando um produto conduzindo reciprocidade, presumindo a intensa felicidade e que a durabilidade seja a teórica eternidade.
XV
Em um presságio sonhado,via-te vestida de branco com um ramo de belas flores a segurar,pessoas de pé em um momento mágico e único,seu pai entrando por uma porta em sua esquerda e sua mãe a minha direita em um ponto singular,os anjos desenhados na parede pareciam criar vida,a felicidade reinava absoluta no semblante das pessoas presentes,os minutos que estava a caminhar pareciam eras geológicas,por segundos a ansiedade me tomou por completo,logo dando espaço ao alívio de tua chegada,e entre juras de amor trocadas na formalidade,beijei-te como símbolo de um pacto selado por toda eternidade.
Nada posso eu fazer, além de contentar-me em não te ter?
Posso eu fazer, o uso do querer.
O que posso eu fazer, se sonhar em a ter me deixa risonho?
Posso nada fazer , além de tornar-me tristonho ao despertar e não te ver.
Posso eu dizer que teu coração ainda é meu recinto?
Ou posso apenas lembrar-te do que ainda sinto?
Posso eu dizer que estas palavras te fazem rir?
Ou posso dar-te apenas a incerteza da certeza ao lembrar-te dos belos momentos que ao teu lado não vivi?