Vcruz
Te tenho hoje aqui...
Dormitando entre meus braços com olhos pesados de orgulho...
É apenas sono...
É apenas saudade...
A tristeza às vezes se faz correnteza
Na curva do rio
Encontramos a vida voraz com a boca escancarada a espreita...
Preste a nos engolir
recolhemos então o que nos resta de coragem e travamos com ela a grande batalha
matar ou morrer de fome...
Encontro de retinas em fagulhas...
Espreita certa que abrem fogo nos vales corporais...
São gestuais de um bailado que vai deixando a trilha...
Sobre a palha seca de ninhos que não se querem mais vazios...
E quando se dá o toque...
Ao longe percebe-se seu sinal...
Onde há fumaça...
Há fogo!
Nunca vi a face de Deus, nem a do diabo...por isso me apaixonei por ti, desde o primeiro instante que te vi!
Orfã por opção...liberta dos medos da vida, abandonei os seios materno para reverenciá-los nos meus...
Carencias? Certamente as tenho...apenas ainda não as reconheci...
Ausentei-me de mim!
Assim fazem...
Aqueles que não sabem sentir dor...
Os covardes alheiam-se e mascaram-se nas frestas da indiferença...
Assim, eu ausentei-me de mim!
Sem coragem de fitar nos olhos da minha fraqueza...
Fiz-me imortal...
Tanto, tanto...tempo...que se vai deixando espaços vazios...saudades daqueles que foram...amizades...(a)fetos...aqueles que alimentamos com nossos proprios seios...não choremos o leite derramado...ele é dadiva divina e só oferece quem tem...
Posto que a morte não é esperança e sim, certeza...um brinde a cada passo desse bailado...um tanto suaves...um tanto freneticos...um tanto marcados...um tanto...vida...
Sorrisos...
Ah o amor...em verso e sonata suave que faz as carnes tremularem dentro da roupa...são as tantas formas e gestos, que o expressam...que não cabem num unico corpo e necessita de outro...assim se vivencia o amor entre um homem e uma mulher, em sua plenitude...
"E Se..."
Algumas vezes realmente fossemos todos os infernos e nenhum deles? Um limiar apenas onde:
"bajulavam-se deuses sem fim,
alguns carnais, outros invenções,
do esforço se falava,
queriam os homens alguma paz,
como se depois da morte,
uma luz revelasse sossego,
perdão da morte, sono talvez."
[Poeta O Transversal]
"uma alma que desliza
como envelope pela porta"
Assim estou eu...aqui sentanda te lendo e pensando, onde te direi que estou deslisando por baixo da porta?
[Fragmentos de Vanias Lopes]
Ah o vento que me embala...cancioneiro de todas as minhas crisálidas...
Fiz do meu casulo o ninho que embrulho num aconchego o meu amado amor...
Me enrosco ainda viva...para em silencio morrer e renascer de amor...
Ah...como faltam muitas vezes tantas coisas que palavras não traduziriam...o afundar do barco de papel sem mastro...ao fundo ele sucumbe, levando consigo, aquelas ditas...que nunca foram ditas...canto...todas as vezes que me entristeço ou me alegro...algumas palavras que alguem disse...tudo que eu não soube dizer...
O que defender diante do seu juízo final...
O que julgar diante de todas as provas...
O que provar se tudo já foi dito de todas as formas...
O que adianta formas se tudo já foi consumido...
O que consumar se não somos juízes...
Consuma-me...
Que seja com mordidas rasgadas ou lambidas de olhares contidos...
Venha-me como crepusculo dormente em cores e descortina a minha alvorada insone...
Escancara a boca infernal das labaredas dos mil sois, reconditos de todos os meus paraísos...
E crepitarei bem alto até que todos os meus demonios adormeçam...
Mas consuma-me...
Até a última foligem calada dos meus ais...
Viver fica mais facil quando voce aprende que:
Não há pedras, e sim alicerces da vida; não há espinhos e sim bisturis que extirpam o que não nos servem mais; não há castigo e sim oportunidades de provarmos o quanto somos fortes; não há tristezas, mas sim momentos em que precisamos beber chás amargos que nos curam do orgulho...
A priori nunca desconfio das pessoas, pago para ver: as que tem desvio de caráter, porém, nunca devolvem o troco...
Há momento em que necessito recolhimento...mergulho vertiginoso no seio das minhas angustias...uma busca constante entre o que fui e o que pretendo ser...de onde vim e para onde vou...desembaraço-me do maquineísmo...apenas...porque prefiro o caminho do meio...rasgo-me com as mãos vorazes da dúvida e guardo as incertezas em caixinhas de sândalo...só pelo prazer de quando em vez...sentar-me a beira do caminho e aspirar seu perfume...
Muitas vezes tudo não passa de papel picado...
Outras tantas, documentado memorial que exige ser preservado...
Mas, dificil mesmo é quando não se sabe o que fazer quando os sentimentos estão se rasgando entre seus dedos...