UrbanistaConcreto.germano
Após esta ser marginal, jamais alguém vai te excluir de um grupo, de um partido, do poder, de colocá-lo à margem. Ostracismo será abolido.
Dezenove milhões de excluídos que cumpri todos os dias, sem saber se é bom ou ruim, seu dever e direitos civis e políticos de um Estado, sendo subordinados em funções iguais ou piores dos tempos de escravidão.
PARE! Onde vocês pensam que vão?
O salário não vem.
O trem parou, o hospital fechou a empresa mudou.
A escola os alunos abandonou porque o professor se revoltou.
E a comida acabou!
A multidão se exaltou.
E a disciplina do poder nos prendeu e condenou.
Minha vida foi andar,
Pelas estradas da vida.
Pelos caminhos que eu passava.
Construía meu ninho.
Curtia rock e bebia vinho.
Hoje em dia vivo de história.
E o rock ficou na memória.
CONTROVERSIA
Nascemos e somos viciados.
Submetidos a princípios.
Desde o início do mundo.
Não queremos participar do seu assunto.
Crescemos e mudamos o rumo.
MENINOS DO IRAQUE
Brinquedos.
Armas na mão.
Bolas de canhões.
Formação pelotão.
Escola da ilusão
O pai patrão
O valor é a nação.
Sacrifícios da multidão.
A razão é o perdão.
DIAS DA VIDA
Cada dia da vida
Sempre um Crick. Em dezembro
Tudo é chique. Brinde.
Os janeiros que se passam
Juntam algumas fotos Vividas a cada copo.
Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.
Abrem se as janelas, das casas e barracões,
De tábuas e alvenarias
E começa um novo dia.
O vento sopra na tarde de mais um dia.
No portão, deitar ao chão, nuvens no céu.
Figuram-se nas mentes de quem for capaz.
A garota e o rapaz sentados na praça a olhar
A rua calma, as pessoas passam.
O vento sopra o tempo.
Tardes pra andar.
Tardes pra pensar.
Tardes pra descansar.
ANOITECER NA PERIFERIA
PARTE III – epilogo.
É chegada a hora, a tarde vai-se embora.
E o anoitecer vem chegando às periferias.
A noite vem se apresentando e, com ela, os transeuntes.
Passando de um lado para o outro, uns vêm das fábricas.
Outros vão para as igrejas e muitos já estão ingerindo geladas.
GARI
Catador de lixo.
Aqui e ali.
Lixeiro, sim senhor.
Cheiro de suor.
Trabalhador.
Onde esta o desprezo.
Logo ali,
Vem um gari
É isso aí.
A LEI
Os gatos no telhado
Os homens com os ratos
Sentados na sala.
Armando as malas.
Nos degraus, desesperados.
Com os miados.
AMÉM
Vivendo como um santo
Dormindo como anjo.
Ninguém descobre o manto.
Cada um fica no seu canto.
E fim de papo.
Meu aliado.
Tudo explicado.
40 ANOS.
Porque muito se diz:
“A vida começa após os quarentas”.
E na periferia é assim, a periferia é assim.
Periferia, tiros.
Pá, pá, pá...
Sangue no jornal.
Abandono total.
Quarenta anos de periferia
Não era o que queria.
O que eu queria mesmo.
Era me mandar...
FAVELA.
Favela
Viver nela
Todo dia.
Favela hoje.
Favela amanhã.
Favela menino
Favela, sim senhor.
Favela menina
Favela sim senhora.
Nos também temos história.
Periferia viver nela
Todo dia, a vida brilha.
Porque existe a poesia.
Favela.
Morar nela.
Todo dia.
Vamos mais além.
Dizer pra todo mundo.
Que aqui é terra de bem, também.
Favela periferia.
Com a poesia.
Toda a comunidade brilha.
Por toda a vida.