Twoany R
Algumas dores nunca irão passar, por mais que se esqueça delas por algum tempo, elas nunca passam, nem adianta tentar. É como aquela alergia maldita; ou aquele ossinho que quebrou caindo da cama. No começo doeu, depois a dor passou e você esqueceu, mas quando veem aqueles dias ruins, fechados e chuvosos o seu ossinho sempre dói. É como se colassem seu coração e as rachaduras continuassem a doer. É como se eu ainda escutassem o som dos seus últimos passos ressoarem sobre cada um dos meus nervos. Eu costumava te ter, costumava me entregar para você e agora sei que nunca será capaz de voltar. Você morreu. E eu simplesmente tenho que acostumar com dorzinha de não poder mais te ter.
Depois de um tempo percebi que na verdade eu não havia me cansado de ti ou dos seus trejeitos, eu só havia me cansado de mim e da minha mania em te amar. Eu havia cansado de me doar e esperar agonizantemente que você se doasse também. Eu estava cansada de não esconder a verdade enquanto você a empurrava para um buraco cada vez mais fundo.
E pra falar a verdade, eu ainda espero agonizantemente você se sentar ao meu lado e cavar toda aquela verdade que por tempos escondeu; ainda sussurro “I miss you” baixinho todos os dias na esperança de que eles te tragam até mim. Algumas vezes, quando tenho um ataque agudo de saudades, eu grito seu nome, fecho os meus olhos, aperto as mãos com a maior força que consigo produzir e espero você aparecer. Meu coração realmente se enche de esperança, porque uma parte de mim realmente espera que você apareça, mas a outra parte sabe que nem meus gritos e muito menos meus sussurros são capazes de te atingir. Eu estou dividida entre a ilusão e a realidade; entre o querer e o não poder ter. Ao mesmo tempo em que desejo me esvair de toda dor, eu desejo não te esquecer.
Agora eu sei que por um longo tempo você será aquela dor que nunca desejarei me livrar e aquele amor que jamais irei querer re-acordar.
"Talvez seu único acerto seja eu. Não posso negar, você acertou meu coração. Talvez eu seja a parte boa em você. A parte que você nunca viu. Nunca tocou. Nunca ousou deixar aparecer. Eu me escondia dentro de você e tu nunca percebeste isso. Tentava me ganhar quando na verdade já me tinha. “Você me tem, mas não me cuida.” É isso, você não me perdeu, e nem sou capaz de dizer que um dia irá me perder. Porque eu não sei. Realmente não sei. Não confio mais em mim, só confio em você, e talvez por isso eu seja a mais errada nisso tudo."
"Eu sabia que era o fim desde quando eu te mandei uma sms de boa noite e você não a respondeu, não era falta de créditos, eu sei… era falta de amor."
Algumas pessoas simplesmente viram nossa vida do avesso. E por incrível que pareça percebemos que ficamos bem melhor assim. Do avesso. É como se o nosso interior estivesse constantemente exposto, mas não vulnerável, e o nosso “eu interior” pudesse ser livre de uma vez por todas. Infelizmente são poucas as pessoas que têm alguém para virá-las do avesso e fazer com que elas possam ser elas mesmas, mesmo nos momentos mais difíceis e até mesmo nos poucos propícios.
Pessoas assim são como flores belas, porém raras, que quando encontradas exalam tanta beleza que até os menos admiradores da natureza retiram uma parte do seu tempo para admira-las.
Muitos podem admirá-la e sentir o seu doce aroma, mas poucos são os que têm o privilégio de estar enraizados no mesmo jardim. Jardim esse regado com as águas mais puras e cristalinas que existem, que não somente alimentam, mas que limpam e purificam, fazendo do jardim o mais belo e mais bem cuidado de todo o mundo.
Pessoas assim devem ser guardadas a sete chaves para nunca serem perdidas, esquecidas e nunca escorrerem por entre os vãos. Os vãos da vida que insistem constantemente em sugar nosso âmago, antes do mesmo ser despertado; antes de sermos completamente virados do avesso... antes de termos a possibilidade de sermos nós mesmos.
“Estou cheia de textos inacabados. Cheia de frases pela metade. De músicas não terminadas. Eu tenho medo de dar fim em algum desses textos e isso significar que dei um fim a você. A nós.
Tenho medo de terminar um parágrafo, de dar um ponto final a ele e, sem querer, acabar com tudo. Acabar com aquela sobra de nós, sabe? Morro de medo de dessa sobra não sobrar mais nada. ”
Eu até que fiz tudo pro nosso amor não acabar. Fiz tua comida preferida; vi aquelas filmes idiotas de ação que você gosta; te dei os cds da sua banda favorita e até te comprei uma camisa dela. Eu te liguei todas as noites e te mandei sms todas as manhãs. Eu fui a melhor amiga que você já teve. Eu inibi todos os meus defeitos e aceitei tentar ser uma pessoa melhor… Por você.
Por você eu mudei. Mudei mesmo, comecei a falar com seus amigos idiotas, embora não entendesse uma palavra do vocabulário deles, e até sai com vocês algumas vezes, mesmo querendo sair só com você. E quando eu fiz isso tudo você perdeu.
Perdeu todas as desculpas que você costumava dar; perdeu as culpas que você costumava jogar para cima de mim e aí, no fim de tudo, eu perdi você.
Perdi você da forma mais cruel possível. Alguns dizem que você foi sincero, mas eu continuo achando que foi cruel.
“Eu só não quero mais”. Passo todos os minutos do dia me perguntando como você pode acabar quase 180 dias com somente quatro palavras. Que aliás, soam em meus ouvidos até hoje com tanta perfeição, que posso jurar que você está atrás de mim as repetindo para que eu aceite a realidade de uma vez por todas.
Mas eu não quero aceitar! Eu não quero terminar exatamente seis meses com apenas quatro palavras. Eu quero mais de você. E olha nem precisa ser mais amor, mais palavras bastam… Tudo bem, eu as aceito, só – por favor – gaste mais palavras, pois eu cansei de te decifrar.
Cansei de tentar te ler ou de tentar arrancar explicações de você. Mas acho que o amor acabou… Digo, acho que não há mais nada para ser feito ou falado, quem sabe? Eu sei que ainda sente algo, mas sei que você nunca será capaz de me dizer o que.
Eu também sinto… Eu sinto muito que isso tenha acontecido exatamente com você. Já aconteceu com tantos, mas não achei que aconteceria com você. Você me mudou, me fez uma pessoa totalmente diferente e isso me fez perguntar “Deus, é ele?”.
Já perdi a conta de quantas vezes cheguei a acreditar no sol, na lua, nas estrelas, fechei os olhos e perguntei se era você. Perguntei pra Deus, pro mar, alá, buddha… E juro que quase pude ouvir todos eles dizerem “sim”. Quase.
Já passou. Acabou. It’s over.
Parece que a gente passa a vida inteira tentando colocar isso na nossa cabeça, mas nunca conseguimos nos convencer. Nunca acaba. A verdade é essa. Na nossa vida dificilmente o amor vira passado, sempre tentamos colocar ele no presente e de-vez-em-sempre falamos que acabou, que superamos, que estamos em outra, mas nunca cola.
Sempre existe um pouco de amor. Aquela faísca tentando insistentemente ser acessa até que em uma fração de segundos vira um fogaréu. Daqueles que causam estragos, destroem vidas e etc.
Com muito peso sinto dizer que algumas pessoas são assim. Acendem-se do nada e você nem tem tempo de apagar, ou dizer “não”. “Stop”. Elas só veem, causam estrago e vão embora. Não tem como controlar, tenta parar, depois o fogo até se apaga, mas ainda sobra aquela fumaça negra e densa que suja seu ar, te intoxica, te deixa doente, de cama… Mal. É como se você perdesse o ar, o chão e o controle sobre seus canais lacrimais.
E você ainda quer jurar que esqueceu? Desastres desses tipos não se esquecem tão facilmente. Ainda sente-se o cheiro, vê-se as manchas , lembra-se dos momentos que tudo começou.
Desastres como esse são estampados na primeira página, datados e relembrados toda vez que completam mais um ano. É tipo: foi ruim, mas foi importante… De alguma forma foi importante. Não tem como esquecer, nem fingir que esqueceu.
Não foi qualquer incêndio, foi o amor ou uma parte dele, talvez o verdadeiro seja muito maior e mais perigoso. Mas eu garanto, quando ele chegar você não vai querer apaga-lo.
De um tempo para cá exercitei-me em conhecer-me. Resolvi praticar o melhor esporte já existente na terra. Exercitei o cérebro. Mergulhei dentro de mim mesma e descobri um oceano muito maior do que imaginava ter.
Descobri as palavras, aprendi a juntá-las, manuseá-las, educá-las. Mas na verdade elas que me educaram, me formaram e me ensinaram a ser eu. O eu de hoje que exala, transpira e transcende amor. Amor por viver. Por ser. Ser oceano de explosões metafóricas. Ser corpo que libera da melhor forma o que guarda dentro de si.
As palavras compõe meu sangue, circulam pelas minhas artérias... Levam vida pro meu coração. Bombeiam o corpo inteiro e quando podem, quase sempre, causam um corte imperceptível e indolor. Então logo escorrem por entre minhas mãos e depositam-se em um pedaço de papel.
As palavras dançam harmoniosamente pela folha de papel, seus pés percorrem um trajeto que me faz querer segui-las. Quase posso escutá-las gritando para serem tocadas e desembaralhadas. E agora cá estou, tocando-as, desembaralhando-as, dançando com as palavras a dança do despertar, do acordar para o mundo, mas continuar sonhando.