Tom Jobim
Fez-se uma pausa no tempo, cessou todo meu pensamento, e como acontece uma flor também acontece o amor...Assim, sucedeu e foi tão de repente que a cabeca da gente vira só coracão..
É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz. Não vale sair antes do jogo terminar.
Esse negócio de entender de uma coisa, tem que amar. Quando você ama, isso cria uma capacidade. Você se interessa pela coisa, você começa a olhar.
Andança
Vim tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita rosas vou levar
Olha a lua mansa
A se derramar
Ao luar descansa
Meu caminhar
Cantando eu vim
Vou não faça tréguas
Sou mesmo assim
Já me fiz a guerra
Por não saber
Que esta terra encerra
Meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina
Onde vou chegar
Rodei de roda andei
Dança da moda eu sei
Cansei de se sozinha
Verso encantado usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho
Onde andei
No passo da estrada
Só faço andar
Tenho o meu amado a me acompanhar
Vim de longe léguas
Meu olhar de festa se fez feliz
Lembrando a seresta que um dia eu fiz
Contracanto:
Me leva amor
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par
Sei lá, sei lá... A vida é uma grande ilusão, só sei que ela está com a razão.
Nota: Versão de Tom Jobim (com Miucha e Chico Buarque) de trecho da música "Sei lá... a vida tem sempre razão", original de Vinicius de Moraes.
...MaisEu quis amar, mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração
(...)
Eu nunca fiz coisa tão certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração
(...)
Eu sempre tive uma certeza
Que só me deu desilusão
É que o amor é uma tristeza
Muita mágoa demais para um coração...
Eu não quero mais amar
Para não sofrer
Para não chorar
Vida perdida
Estrada tão comprida
Melhor nem dizer, ai
Melhor nem pensar
Para não sofrer
Para não chorar
Velho riacho
Que vem lá da serra
Cantigas tão antigas
Me contou
Velho riacho
Então me conte agora
Como eu vou viver, ai
Sem o meu amor
Se eu vou viver
Sem o meu amor
Tudo aqui é importado, tudo, o relógio, o gravador. E quando não importado, é copiado do original que vem de fora. E o resto mais é importado, o café é importado, a cana de açúcar é importada, o eucalipto é importado, os carros são importados, nós somos importados...Os índios são importados, vieram da Polinésia, né, com os zigomas salientes (ossos temporais), a plica mongólica (dobras ou rugas faciais), a zarabatana.
A gente não pode ser aquele garoto tímido toda a vida, né? Tem que se dar um pouco mais e chegar mais perto do público sem aquela armadura toda.
No Brasil é tudo importado: eu, você, a língua, os índios, a cana-de-açúcar e o café.
Nota: Paráfrase de trecho de entrevista à Revista Qualis em 30/11/94: Link
O Brasil é um país úmido e hereditário. As coisas se estragam com a umidade e passam como estão para a geração seguinte, aí se estragam mais.
O inglês é aquela língua de índio, uma coisa muito simples.
No Brasil, o sucesso é um insulto pessoal.
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida...
Fazer sucesso no Brasil é ofensa pessoal.