Tom Coelho
O RH é tão importante quanto qualquer outra divisão dentro de uma companhia. Porém, é o único que pode ser o esteio de transformações edificantes, porque não usa cimento e areia, números e dados como matéria-prima, mas corações e mentes.
O candidato a atuar no setor público, seja no legislativo ou no executivo, deveria ser alguém vocacionado a trabalhar pelo desenvolvimento do país e pela redução das desigualdades e não a legião de corruptos que aflige nossa nação.
Nosso modelo de ensino não instiga o pensar. História é para ser decorada, e não entendida. Matemática é para se aprender por tentativa e erro, e não por tentativa e acerto.
Não são dados ou informações, máquinas e tecnologia, que fazem a diferença. São pessoas. E mais do que isso, relacionamentos.
Nem tudo é como aparenta ser. Um erro corporativo pode não ser motivo para uma demissão, um telefonema suspeito pode não ser suficiente para perpetrar uma separação, um ponto de vista discordante não deve macular uma amizade.
Não sei de onde vem este apego, este quase encantamento do ser humano para com o que é menor e não o eleva. Parece que a gente não busca se melhorar, mas sim diminuir os outros...
Nosso tempo é curto, embora a vida seja longa, mas o que realmente vale a pena é sutil, volátil e está ao nosso redor.
Bilhões são investidos em produtos que não são desejados, em tecnologias que não serão usadas, em treinamentos que não proporcionam aprendizado, em confraternizações que não geram integração.
É preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para com ele aprender.
É claro que não mudo de opinião com a volubilidade típica dos adolescentes, mas tenho a flexibilidade lapidada pela maturidade. E não tenho compromisso com o erro.
É a crença na verdade, postulada com base em razões pessoais, que alimenta os mais variados conflitos. Greves intermináveis que poderiam sequer ter iniciado mediante uma negociação equilibrada. Diretores autoritários que cobram iniciativa, entusiasmo e motivação de seus funcionários. Casais que “discutem a relação” sem perceberem que ela deve ser, antes de tudo, vivida.
Nossos conflitos éticos e morais, eventos políticos, fragilidade econômica, desigualdades sociais, subserviência institucional e crise de identidade cívica são filhos bastardos de nossa inépcia em reconhecer a relevância da Educação na construção de um projeto de nação.
Para uma empresa lograr êxito é preciso a praticidade e o foco de pessoas motivadas pela realização, a liderança e a firmeza de indivíduos motivados pelo poder, a sinergia e empatia daqueles motivados por afiliação.
Por onde a vaidade transita, a humildade, a modéstia e a serenidade se despedem. Perdemos nossa identidade, esquecemos propositadamente quem somos e de onde viemos.
Poder e dinheiro não mudam as pessoas. Apenas as desmascaram, explicitando sua essência e a busca da vaidade.
Sempre haverá quem diga que um poeta vive no mundo da lua, viajando pelo planeta dos sonhos, na imaginária galáxia da utopia. Pois digo que toda utopia é uma realidade potencial. Se escrevo sobre o que sonho é porque sonho com o que escrevo. E que pode se concretizar. E que fica mais concreto quando se põe no papel e se compartilha com o mundo, que passa a sonhar junto.
Sentimo-nos injustiçados quando preteridos em nossas atividades profissionais, mas não temos dificuldades em subjugar ou demitir quem não se alinha aos nossos interesses. Condenamos práticas públicas espúrias, mas não hesitamos em buscar pequenos favorecimentos pessoais.
Simplifique sua vida, abdicando de atividades e relações que não lhe acrescentam paixão e bem-estar. É fácil identificar isso, pois são fontes de ressentimento e angústia.