Timothy Keller
Nosso orgulho e necessidade de reconhecimento pessoal provocam necessariamente competição, desunião e rixa. A vida de autoglorificação torna impossível a união e o amor entre as pessoas. Resta-nos a tristeza de decidir entre transformar o ego em ídolo (o que leva à desunião das culturas individualistas) ou transformar o ego em ídolo (o que leva àsupressão da liberdade individual em culturas coletivas ou tribais). As duas coisas pelas quais ansiamos desesperadamente – glória e relacionamento – só podem coexistir com Deus.
Na linguagem bíblica, "fazer um nome" é criar uma identidade para nós mesmos. Ou ganhamos um nome - uma essência que nos define, nossa segurança, nosso valor e nossa singularidade - a partir daquilo que Deus fez por nós e em nós (Ap 2.17), ou fazemos um nome por intermédio do que conseguimos construir por conta própria.
O autor de Eclesiastes usa o Sábio para levar o leitor a entender a transcendente singularidade e necessidade que temos de Deus. Nada neste mundo é base suficiente para termos uma vida significativa aqui. Se baseamos nossa vida no trabalho e nas realizações, no amor e prazeres ou no conhecimento e aprendizado, nosso viver se torna ansioso e frágil - pois as circunstâncias estão sempre ameaçando o próprio fundamento de nossa vida, e é inevitável que a morte arranque de nós tudo o que nos é precioso. Eclesiastes argumenta que a dependência existencial do bondoso Deus Criador – não apenas uma crença abstrata nele – é pré-condição para uma vida estável e plena de propósito.
Se a razão para o trabalho for servir e exaltar a nós mesmos, inevitavelmente ela terá menos a ver com o trabalho em si e mais a ver conosco. Nossa ousadia acabará se transformando em abuso, nosso esforço em estresse e nossa autossuficiência, em autodepreciação. Contudo, se o propósito do trabalho for servir e exaltar algo além de nós mesmos, acabaremos tendo uma razão melhor para colocar em prática nosso talento, ambição e força empreendedora – e teremos mais chances de ser bem-sucedidos a longo prazo, mesmo segundo a definição da sociedade.
Levando em conta minhas habilidades e oportunidades, como posso ser mais útil às pessoas, sabendo o que sei a respeito da vontade de Deus e da necessidade humana?
Os gregos entendiam que a vida na terra exigia trabalho, porém acreditavam que nem todos os trabalhos foram criados iguais. O trabalho que usava a mente em vez do corpo era mais nobre, menos animalesco. A forma mais elevada de trabalho era a mais cognitiva e a menos braçal.[...] A visão bíblica desses assuntos é totalmente diferente. Trabalhos de qualquer natureza, não importa se feitos com as mãos ou com a mente, evidenciam nossa dignidade de seres humanos, pois refletem em nós a imagem de Deus o Criador.
Os mandamentos de Deus apresentados na Bíblia são instrumentos de libertação, pois por intermédio deles Deus nos chama a ser o que ele nos criou para ser.
Embora tudo o que Deus fez fosse bom, ainda havia muito a ser desenvolvido. Deus deixou a criação com grande potencial inexplorado para o cultivo que as pessoas teriam de desenvolver por meio de seu trabalho.
Descreva o Deus que você rejeitou. Descreva o Deus em quem você não acredita. Talvez eu também não acredite nesse Deus.
A glória de Deus está disponível para você na igreja de uma forma que não está disponível para você em nenhum outro lugar… Não há meio de discipulado mais importante do que o envolvimento profundo na vida da igreja.
Quando Jesus Cristo estava no jardim do Getsêmani e a escuridão final estava caindo sobre ele e ele sabia que estava chegando, ele não abandonou você; ele morreu por você. Se Jesus Cristo não abandonou você em Sua escuridão, a escuridão final, por que ele o abandonaria agora, na sua?
Nós, indivíduos modernos, pensamos em milagres como a suspensão da ordem natural, mas Jesus queria que eles fossem a restauração da ordem natural.
A humildade verdadeira que brota do evangelho significa ter o ego satisfeito, não inflado. Trata-se de algo absolutamente singular. Estamos falando de autoestima elevada? Não. De baixa autoestima? De jeito nenhum. Isso em nada se relaciona com autoestima. Paulo simplesmente se recusa a entrar nesse jogo. Ele deixa bem claro: “Não me importo com sua opinião, mas também não me importo com a minha” – e esse é o segredo.
Deus sabe que jamais conseguiríamos subir até ele, por isso desceu até nós. Deus tinha de vir ele mesmo e fazer o que nós não podíamos. Ele não envia ninguém; não manda o relatório de uma comissão ou de um pregador para lhe dizer como se salvar. Ele vem pessoalmente nos buscar. Natal, portanto, significa que para você e para mim há toda a esperança do mundo.
Natal significa esclarecimento e luz espiritual de Deus, reconciliação e paz com Deus pela graça, e Deus assumindo uma natureza humana. [...] O Natal lhe mostra um Deus diferente do deus de qualquer outra fé. Você já foi traído? Já se sentiu solitário? Já passou necessidade? Já enfrentou a morte? Jesus também! [...] O cristianismo afirma que Deus esteve em todos os lugares pelos quais você passou; ele está na escuridão em que você se encontra agora, e mais. Por isso, você pode confiar nele. Pode depender dele, pois ele sabe e tem o poder de confortar, fortalecer e conduzi-lo a um lugar seguro.