Tiago Scheimann
Nascemos sem ter um futuro certo, sem saber o que haverá se por ventura, tivermos um amanhã. Nossa vida é uma incógnita, agradeça todo instante há Deus, ou em qualquer força maior que acredita. A vida é por si só, um sopro.
Hoje com meus trinta e pouco, me sinto prisioneiro de mim. Estou viciado em remédios, as dores são mais intensas a cada dia e a medição ficando menos eficaz, levando eu a tomar doses cada vez mais fortes. As vezes me pergunto; como será minha vida daqui 10 anos? Se as dores forem gradativas, será que suportarei? Tenho medo do meu futuro.
Minha vida ultimamente anda assim como enxergo... Preto e branco, não consigo ver as cores, tudo é cinzento, escuro e me perco nesse arco-íris que tanto falam e que nunca vou poder ver.
- Experiências de um daltônico
Só duas coisas nesse nosso universo que tenho dúvidas... Será que estamos sozinho nesta vastidão ou tem alguém lá fora que ainda não descobrimos? As duas perguntas me dão medo.
Sou meio um peso de papel, peso que segura a porta. Sem muita serventia, a não ser segurar para outra pessoa passar, ou rascunhos da vida de alguém, para não se perderem carregados pelos ventos.
As vezes o destino, a vida vai te ensinando a ser mais duro, isso é um ato de sobrevivência. Com o tempo descobrimos que não é todo mundo que merece sua risada, seu abraço, sua atenção, essa é apenas uma evolução que faz você sobreviver mais um dia.
A vida da gente não é bem do jeito que gostaríamos. Sou um deposito de coisas que não servem para nada, como tristeza, pensamentos negativos, compaixão por quem não o merece, tudo que é em excesso, lembranças de momentos ruins e essa guerra... Que já foi declarada uma guerra sem ganhadores.
Não me lembro de não sentir dores, não lembro estar feliz por dentro, por fora é apenas minha blindagem contra questionamentos e sugestões sem solução. Hoje tudo está mais sintomático, dores no quadril, lordose e escoliose... Tristeza profunda e meu estômago estava retrucando quaisquer alimento, fora a tontura e visão turva. Estou destruído.
Estar perto das pessoas que amamos é fundamental, mas tirar um momento para ficar sozinho, dar uma respirada, sair da rotina e essencial.
A vida passa, o tempo e eu fugindo de mim, me sinto meio perdido, sem rumo. Vou em caminhos que não levam à lugar nenhum.
As vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim, não sei por quanto tempo ainda vou viver assim, com dores, sem perspectivas de melhora... Enquanto isso, vou vivendo a vida que tenho.
Dor Crônica
Estou cansado de lutar por coisas que não vão acontecer, luto contra minhas dores, mas na realidade eu sei que jamais vencerei.
Enquanto você dorme, o tempo passa e a morte se aproxima. Não me preocupo com ela, pois a morte é um fato, me importo em ser lembrado, não ser famoso, mas ser lembrado, por ter tido uma vida digna e que de alguma forma, fiz minha memória ser relevante, a ponto de fazer falta.
Já confiei nas pessoas, já me sacrifiquei por elas, mas hoje sou frio, tive que me adaptar para sobreviver.
Podemos não ter entendimento sobre as coisas e os planos de Deus para nós, mas seguir cegamente e confiar é, e sempre será a melhor resposta para tudo.
Não é que eu esteja triste, eu estou é cansado de viver nessa lançada, looping de sensações e pensamentos longínquos.
Eu e Deus temos uma amizade bonita, de pai e filho mesmo. Vou continuar tendo esse sentimento recíproco para sempre.
Li em algum lugar que, no paraíso não ficaremos sem fazer nada, li que trabalharemos, plantaremos o trigo para ter o pão e cultivaremos a uva para tomarmos em companhia de Jesus Cristo o vinho celestial.
Minha história é resumida em várias lutas, algumas vitórias e algumas derrotas. Hoje me sobraram as lembranças e algumas cicatrizes não curadas.
