Tiago Curralo

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A poesia tudo fala quando toda a nossa voz se cala.

Inserida por simeaocurralo

Um país sem as suas memórias é um país sem identidade.

Inserida por simeaocurralo

A verdade é que alguns amigos só estarão com você por um determinado período e depois agirão como se nunca tivesse lhe conhecido.

Inserida por simeaocurralo

LUTO

Neste luto,
Eu, reso-luto,
Perto do surto;

Não te abandono:
Não ser seu dono
Me traz um curto;

Uma luta muda:
Nada que acuda
Imensa dor voraz.

A dedicação, o esforço e o amor que imprimimos naquilo que fazemos refletem, exatamente, quem nós somos.

Inserida por simeaocurralo

FILHO

Mais do que as
jóias do infinito
não meço isto:

poder inalcançável,
sacrifício desejável
por alguém em prol;

amo-te sem sentido
pois assim ao vos amar
sempre me reencontro.

Inserida por simeaocurralo

⁠A culpa é o remorso que fica de um pecado praticado.

Inserida por simeaocurralo

⁠MUDA E INOMINÁVEL

Tens um sorriso cândido
Que desarma minha frieza;
O que antes havia prometido,
Agora, tornou-se-me incerteza.

Pois te digo vacilante,
Impossível bem querer,
Que este desejo errante
Faz meu suplício perecer.

Antes que lhe diga insensatez,
Frente ao inescrupuloso Indomável,
Sinto em meu peito convulsão;

Que essa desatinada cupidez,
Uma verdadeira derrisão,
Transmutou-se, muda, em Inominável.

Inserida por simeaocurralo

⁠SOL MAIS MANSO

O calor intransigente,
Intolerante, irascível,
Dos corpos tira lágrimas
E o espírito resiliente.

A agonia, íntima do desespero,
Faz-nos arfar suplícios febris
E aspirar ar tão ignóbil.

Oh! Deus! por que esta secura
Destilando fraqueza impudente,
Em semblantes cozidos
Pelo clima cheio de aspereza?

Oh! Céu! São Pedro, nosso amigo,
Por que não abristes outras vezes
As torneiras do teu remanso
Que com o seu cândido frescor
Torna o insensível Sol mais manso?

Inserida por simeaocurralo

⁠A fase adulta é um plágio da infância.

Inserida por simeaocurralo

A poesia faz parte
Daquilo que é a arte. ⁠

Inserida por simeaocurralo

O BOM QUE É MAU
OU O BEM QUE É MAL

Eu, teu sortilégio;
Tu, meu sacrilégio.
Sensação inverossímil,
neste peito, coração a mil.

Penso-te adormecido,
sonho-te envivecido.
Sentimento psicótico
por um ser bucólico.

És toda segredo,
sou todo medo;
mas não ouso afrontar

esse algo tão pungente,
que uiva num abafado arfar:
mistério lógico e demente.⁠

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