Thiago Limano
Me alimento de histórias contadas com verdades e graças a isso pago o preço comendo pouco. Os pratos que vejo disponíveis são de mentiras com pitadas de devaneio. Ter barriga cheia em um mundo assim é ter a noção de que migalhas reais sustentam mais que banquetes extravagantes.
Estamos doentes e pensamos que a cura virá se medicando com placebo. Vemos o pior a nossa frente e agimos com indiferença, nos manifestamos apenas quando o problema é conosco. Temos pouco tempo para mudar, temos pouco tempo de otimismo, temos pouco tempo para tudo.
Não encontro nos outros a dor que sinto em mim. Tenho sentimentos em erupção, uma mente atordoada, rancorosa e irada em meio à multidão. Os pensamentos se acumulam e as saídas se dissolvem misturadas a vozes e escuridão.
Ter medo do novo é bom somente quando ele não te impede de seguir. Medo acima do normal te freia de conhecer novos horizontes e outras possibilidades.
Se for pra vir até meu coração que seja pra ficar, pois até lá você terá muitas muralhas a superar e paredes para quebrar. Boa sorte em tê-lo, pois o fácil vai fácil e o difícil quando conquistado é valorizado e logo eternizado.
Queremos proteção usando armas que não alteram a essência do coração. odiamos uns aos outros devido à falta de amor, não é difícil enxergar isso.
Chega um momento na vida que você aprende com quem deve ou não usar armaduras. Essa percepção ajuda a enxergar melhor o mal que lá fora planeja armadilhas para tentar te derrubar.
Somos escravos dos sonhos que não realizamos. A consequência do passo a frente tende a ser tão incerta que a opção de ficar parado se torna mais consciente. Acabamos traídos pela cortina nebulosa da incerteza e criamos raízes que nos impedem de evoluir para sempre.
Extremismos sempre me assustaram. O mundo anda em uma rotatividade diferente de antigamente. O oito ou oitenta viraram oito ou oito milhões, alavancaram os extremismos e tudo se tornou exagerado. Viramos pessoas carentes cobrando do nada o tudo e essa conta não bate, nunca baterá.
Optei andar descalço pra ver com mais clareza meus passos ao chão. Marcas de sapatos variados iriam me deixar confuso sem saber a minha real direção. Minhas pegadas tem fixação e o caminho delas uma direção onde poucos geralmente vão.
Sociedade estranha que vive a cair em contradição, diz não se importar com seguidores mas a própria auto estima tem parâmetro através disso. O real está sendo trocado pelo virtual. No fim seguidores não quer dizer nada, afinal Hitler tinha milhões e Deus apenas doze.
Somos sufocados com informações, vivemos uma era de rapidez consolidada e temos milésimos de segundos para as decisões. Tudo está agitado, parecemos ondas de ressaca indo ao encontro de rochas gigantes. Sabemos o destino mas não procuramos alterá-lo, nos matamos todos os dias e isso vai se tornando cada vez mais natural.
Não force nada e muito menos antecipe momentos que ainda não estão prontos para serem usufruídos. Durante nossa vida diversas vezes estragamos oportunidades por pura falta de paciência.
Concorrência alta, disputa nem sempre sadia, falsidade reina enquanto do topo o chefe avalia. Números, metas, cobranças, estresse colocado a força dentro de nós. Nos tornamos uma era doente que trabalha para se manter mais doente.
Nunca fez sentido você correr por alguém que mal se move por você. Pessoas com kilometros percorridos não combina com quem mal tem um caminho idealizado. Ande só que seja, mas não fique pensando que o mínimo é o melhor que você merece.
A sociedade busca dinheiro para ter poder. O poder tem o poder de superar tudo ou quase isso! Regras são quebradas, facilidades aparecem e a luxúria aumenta. Você vira pop star, utopia perigosa que todos querem um dia provar.
É tão bom quando você percebe que é inteiro sozinho. Que não precisa de alguém para te completar! Somos completos desde sempre, e nos transbordamos quando encontramos alguém no mesmo nível raro de intensidade.
Chega um momento que você percebe que deixou de se importar. Tanto faz quem fica ou não. No fim vemos quem é quem, afinal quem é de verdade sabe quem é cópia de segunda linha.
Tem decepções que são tão grandes que parece que nunca iremos superar. É que criamos expectativas em excesso e é justamente com isso que escadas ganham forma permitindo que impulsos subam sem qualquer restrição.
Temos fases que parecem infinitas, mas tudo não passa de impressão. O tempo de cada fase varia conforme o tempo que levamos para entendê-la. No fim tudo se torna aprendizado e as fases seguintes vamos olhando cada vez mais de forma leve e diferente.
Quando foi que permitimos o robotismo reinar e o humanismo acabar? Vendam nossos olhos e tapam nossos ouvidos e bocas porque estamos estagnados. Viramos presa fácil de um ciclo vicioso onde o se importar deu lugar ao ignorar. Queremos revolução, mas não praticamos a ação e mudanças seguem paradas sem reação.
A insônia o deixava inquieto, os olhos ardiam de sono, mas não fechavam. Se sentia cansado fisicamente e desgastado psicologicamente. A cobrança exagerada o acelerava, a ansiedade crescia e o medo florescia. Viver essa era não era fácil. A mente apesar de tudo andava pensante e não perder as raízes que o deixavam em pé era importante. Seguia a caminhar, vitórias iria alcançar e as derrotas que tivera eram lembranças vagas para o motivar mais a ganhar.