Thiago Joseph
E não, não posso querer culpar ninguém por minhas falhas. Por meus erros. Sou um ser humano como todos que agora me leem. Assumir minha culpa, admitir meus erros, dispensar terceiros de erros que não cometeram, é o que fazem de mim um ser que não importa o meio, quer encontrar uma forma de acertar, uma forma de se encontrar. Uma maneira eficaz de ser mais completo. Sim, completo. Como já sabemos, quanto mais temos, mais queremos ter. E por mais que um objetivo seja alcançado, um sonho realizado, sempre surgirão outros. E esse ciclo interminável continuará até que pequenos valores, a simplicidade da vida, volte (será possível?) a reinar como era antes. Felicidade, ouvimos e lemos tanto sobre esse sentimento. A quem diga "quero ser feliz"; mas hão de convir comigo que há uma certa confusão entre o "ser" e o "estar". Talvez aí residam o erro e o equívoco. Estar feliz, com frequência, talvez menor do que gostaríamos, sempre estamos. Agora, "ser" todo o tempo feliz, não creio ser possível. Seria se apegar à ilusão de que tudo é perfeito, quando não é. Amamos, às vezes de forma não correspondida. Lutamos, às vezes sem alcançar o que gostaríamos. Perdemos muitas vezes. Penso agora que talvez o "ser feliz" seja saber tirar o lado positivo de cada situação que nos ocorre. Mas em contrapartida, como tirar proveito de uma perda? E não digo agora de perda material. Digo de sentimentos, de pessoas, de oportunidades. Ninguém é unanimidade. E tenho certeza que muitos não concordarão comigo. Talvez quem sabe daqui a alguns anos, eu mesmo olhe para trás e não concorde. Mas no hoje afirmo, por tudo que já vi e já vivi, ninguém é completamente feliz. Sempre falta "algo". E é isso que faz da vida o fascínio que é!
Pode até ser um erro. Se for, será constante e interminável. Meu sentimento jamais deixarei diminuir, mesmo que ele venha a encontrar quem não o queira receber. O importante é ter a certeza que ele reside intensamente em mim. E quando chegar o fim de minha vida, olharei pra trás e certamente o que importará não será o quanto vivi, mas o quanto amei e de uma forma ou outra, fui amado. Quem ama e é amado, vive duas vezes.
Talvez o que eu sinto hoje seja mesmo amor. E dos mais intensos e puros. Mas e se for? Não vejo problema algum. Há anos deixei de ser somente mais um adolescente, há muito mais uma criança. Por isso tenho a certeza de que não é a primeira vez e muito menos será a última. E isso que faz de mim alguém com a maturidade suficiente, os pés no chão suficiente para prosseguir. Lutar tem feito parte de meu mundo. Vencer, as vezes. Desistir? Nunca! Contos de fadas, há tempos deixei de acreditar. A ilusão do "viveram felizes para sempre" não tem espaço num momento em que tudo de mais simples na vida está tão banalizado. O que consigo acreditar hoje e tentar me apegar é na ideia de que quando menos eu esperar, encontrarei a pessoa que mudará meu mundo, colorirá minha vida e fará de mim alguém talvez mais completo e um pouco mais feliz. Encontrando um pouquinho da paz que há anos busco para mim.
Muitas vezes a feição mostrada ao mundo é bem diferente do que eu realmente gostaria. Muitos me veem da maneira que eu quero que vejam, sendo que na verdade não passa de uma grande mentira, uma ilusão na qual eu busco me apegar para que tudo não se torne ainda mais difícil e pesado. Às vezes, mesmo o fardo sendo um tanto quanto pesado, ainda o prefiro carregar sozinho. Muito do que ocorre, acaba sendo um problema exclusivamente meu, com o qual somente eu convivo e busco, de uma maneira ou outra, certo ou errado, mudar e aprender a conviver; tornar, de certo e a grosso modo, um pouco mais ameno e fácil de lidar. Sentimento é algo de louco e, somente quem passa ou já passou por isso, sabe bem o que agora digo.