Thalita B.
Não vou implorar para que espere enquanto amarro os sapatos no meio do caminho nem que vá mais devagar. Vou te deixar ir e quem sabe por sorte eu consiga te acompanhar equilibrando nossos passos.
O acaso gosta de brincar e me tomou como o brinquedo mais querido. Me machuca e me cura delicadamente transformando a dor em perdão. Me permite notar que o céu nas noites de Sexta-Feira é mais belo e que os dias que tenho que respirar fundo e contar até cem milhões, serão espantosamente alegres. Pare por um momento e sinta o efeito da palavra alegria. É... Eu sei. Espantoso, não?
Um dia, eu prometo, vou te sentir novamente antes que o sol desapareça. Antes mesmo que eu possa contar estrelas, vou sentir. De um jeito irreal, imparável e nada impassível talvez...
Adoro quando o céu fica cor-de-rosa. Ele veste com criatividade o limite da natureza humana em nuvens brancas, tão diferente do meu nitidamente acessível.
- Olha, as vezes é preciso digerir muitas trilhas amargas até alcançar aquela musica que te faz aumentar o som.
As vezes, é necessário sacrificar muitas lágrimas até o momento de brindar sorrisos, mesmo que sejam aqueles onde você apenas move os lábios e desvia o olhar antes que percebam a mentira estampada em cada poro do seu corpo.
Um sorriso pode te manter acordada e, a coleção de fragmentos de uma noite de sono mal dormida, são apenas rascunhos de tantas canções espalhadas pelo rosto que não escrevem metade do que a boca precisa cantar.
As pessoas tem desejos. O mundo tem. As estrelas tem necessidade do meu olhar, e isso me faz pensar que eu posso ler a certeza de um dia viver com seus dedos entre os meus.
É natural falar sobre alegria mesmo que eu não tenha ideia do que esteja acontecendo.
É natural ouvir os comentários saborosos sobre paz mesmo que isso não faça o menor sentido para mim.
Mas perguntar se estou bem: Ah, isso você nunca deve tentar.
É arriscado provocar a paz das pessoas, é por isso que eu nunca solto a mão do meu equilíbrio.
Meus defeitos, mesmo sendo tão imersos as minhas qualidades, são demais para pessoas vazias que tratam do amor como adrenalina.
Meus olhos brilham, mas não pense que é por completude natural. Brilham porque vivo a ponto de chorar e as vezes, é muito difícil conservar os lábios imutáveis.
É por isso que meus olhos ofuscam o brilho da lua, é porque mostro a você só o que há de mais belo em mim e, em tempo nenhum, deixo transpor aquele capricho que tenho de caminhar cada vez mais rápido até meu paraíso particular.
Foi numa dessas tardes de terça-feira que soltei a coleira do meu pensamento e deixei ele rever a saudade.
Pobre Garota... Seu coração já sangrou demais, tem tanto medo de sentir, que não consegue se mostrar.
Na verdade... eu devia dizer não, eu realmente devia dizer não, mas ainda deve haver algo no mundo que me encante...
Ela dizia que o som do silencio era agradável, fazia flutuar e era como o encontro do mar com a areia.
Talvez eu deva começar a quebrar corações pelo do mundo, pegar os pedacinhos de cada um e ir juntando pra consertar o meu.
Quando pequena, nunca soube explicar sobre as minhas dores. Não me lembro de ser daquelas crianças que faziam birra ou ficavam doentes por querer um briquedo novo ou quem sabe um doce antes do almoço. Minha dor de querer, era de pessoas que eu amava e precisava ter ao meu lado.
Nos meus desenhos vejo que podemos voar...
Em meus desenhos, tento rabiscar o acaso nos pegando novamente.
Desenho a água que cai das nuvens sob um céu azulado onde te beijo sentindo o sabor da chuva.
A vida está indo, pelo mesmo céu dessa mesma chuva de um domingo qualquer.
Você é um problema, que eu cheguei ao ponto de saltar para apanhar.
É assim que eu me divirto.