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Sou inconstante, e as vezes até acho bom, minha vida por si só é tão parada que me acho no dever de sempre mudar a mim para contrapô-la.

Os anos passarão, a morte chegará e tudo o que você foi vai ser esquecido com o tempo, com as gerações. Talvez alguns de seus objetos ainda existam, jogados no canto de um quarto inerte. Alguém entra, limpa, habita, vê os seus objetos, mas não há rastro nenhum de que sejam seus, e se houvesse, ainda assim, nada mudaria. Sua fotos vão se perder, serão manchadas, se tornarão antigas. As pessoas se perguntarão: Quem é essa? E ninguém saberá responder. Seu túmulo não será mais visitado, agora você dorme, juntamente com sua existência e tudo que poderia indiciá-la. E você ainda diz que se sente só, isso sim é solidão.

Decifra-me ou — não.

Não esperar nada de bom da vida é o melhor jeito de vivê-la. Você diz: Falar é muito fácil. Mas quem disse que seria fácil?

Não sou o que eu queria ser, quanto mais o que os outros querem.

Algumas fotos aprisionam em si mesmas momentos que eu queria viver.

Não pedirei mais nada da vida! — Não, isso não é verdade.

Não vou pro cinema pra assistir filmes de drama baseados em fatos reais, de realidade e drama, já basta o meu.

Livros me levam pra uma outra dimensão, depois se acabam bruscamente com um simples "fim", me deixando desnorteada nesse maldito mundo.

Sou uma ótima conselheira para os outros, mas confesso que não acredito nas minhas próprias palavras, não sempre.

E aqui estou, mais uma vez, me enchendo de falsas esperanças.

Vivo em minhas doces quimeras e é sempre meio doloroso quando tenho que voltar à realidade.

E então eu digo "Não deixarei, não deixarei que esse seja o meu destino!". Quisera eu ter essa garra o tempo todo. A inconstância sempre está à minha espera.

Só sei escrever sobre o que eu vivo, então se um dia eu for escrever um livro: auto-ajuda, romance, ou qualquer outra coisa, será real. Até porque não quero dar falsas esperanças pra quem o leia, escrevendo uma história que só existe na minha mente e que é impossivel de se tornar real. Quero realidade, sim, pois de fantasias estou cheia, mas não quero uma realidade triste, chata, sem magia, sem alegria, quero uma realidade mais próxima da fantasia, que eu puder ter.

Eu tento não me importar com o que os outros acham, mas tenho medo de que o que eles pensam seja a verdade que eu não quero enxergar. Se bem que a maioria das pessoas não são confiáveis, muito menos suas palavras.

Imagine todos vivendo felizes, sem guerra, rancor ou inveja, todos ajudando uns aos outros. Utopia? Talvez.

Liberdade. Das pessoas, das fronteiras, do sistema.

Descobri a pouco tempo, um anjo me disse, que a felicidade não está nas coisas nem nas pessoas, mas sim dentro de mim mesma. Agora, só me falta encontrar o caminho, em que o destino sou eu.

Está tudo silencioso e escuro, agora. Já é noite, e todos dormem. Consegue imaginar? Bem sei que é no silêncio que as palavras surgem, saem de algum lugar dentro de nós, em que elas estavam meio escondidas. Mas quase nunca você tem um papel e uma caneta para escrevê-las, então você fecha os olhos, sonha, acorda e as esquece. É engraçado ficar acordado enquanto todos dormem, você se lembra de que pela manhã ninguém para, estão sempre fazendo algo, mas à noite eles têm a necessidade de fechar os olhos, e diante de tanta realidade, de tantos problemas, descansam e sonham.

Tive medo do escuro. Hoje ele é como um amigo que vem, quase sempre, acompanhado de um pouco de solidão e silêncio — me trazendo a calmaria que eu preciso pra seguir em frente.

Tive medo do escuro. Hoje ele é como um amigo que vem, quase sempre, acompanhado de um pouco de solidão e silêncio — me trazendo a calmaria que eu preciso pra seguir em frente.
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Eu tenho a necessidade de ter todo o meu futuro planejado na minha mente, para enfim, poder respirar aliviada. Não consigo apenas deixar acontecer, esperar pra ver, na verdade eu preciso mesmo é saber que ao menos na teoria, tudo vai dar certo no final, e eu conseguirei o que eu quero.

O tempo pode ser um bom remédio, ou um veneno que te mata aos poucos. Mas não se preocupe; na vida, você experimentará os seus dois extremos.

Desculpe o egoísmo, mas de princípio, as minhas palavras não são para confortar outra pessoa, se não eu mesma.

Então eu escuto um "viva como se não houvesse amanhã", mas não estou tão certa de que não haverá, então vivo como se houvesse.

Amor? Sim, já ouvi falar. Temos alguns amigos em comum, mas não o conheço, e arrisco dizer, pelo que vejo, que ele foge de mim como se tivesse medo.