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Não me apetece chorar. O choro transforma minhas belas palavras em sons embaralhados, frequentemente indecifráveis.

A música é inefável, quero elogiá-la, mas não consigo encontrar uma palavra a altura do encanto que frequentemente ela me proporciona.

Eu tinha toda minha vida planejada, até que chegou um ponto em que meus planos perderam a beleza e coerência, nada mais parece que vai dar certo e volto ao ponto de partida. É como girar o dado e parar na casa em que te mandam pro começo do jogo. Um precioso tempo foi perdido e você precisa recomeçar, mesmo sem fé, mesmo sem esperança.

Estou cansada. Não é nada físico, é só que as vezes paro e penso em todas as coisas que se repetem todos os dias e não significam nada. Nada realmente triste, nem nada realmente feliz, mas que por não ser nada e vazio, produz uma tristeza como tal, que doi mais a cada dia e provoca um cansaço que persiste em ficar.

Do que adianta ter consciência das coisas ruins que os políticos fazem, se não tens consciência do que você mesmo faz pro planeta?

Vãs são as pessoas que lutam por uma causa e esquecem de outras importantes, e as infringem e se tornam como os que julgam errados.

Preciso parar de me preocupar com tanta bobagem, tantas coisas e pessoas pífias. As coisa importantes me esperam. Em algum lugar.

É estranho descobrir coisas em comum com muitas pessoas. É ruim você ver que as lágrimas que você deixou cair, já caíram muitas outras vezes; por outras pessoas, mas pelo mesmo motivo. E olhando assim, no geral, o que antes parecia tão doloroso e digno de um rio de lágrimas, parece só mais uma futilidade, mais um detalhe, uma besteira. Não seria isso verdade?

As pessoas podem até mudar, mas creio que do que elas eram, sempre sobra um pouco adormecido. Esperando pra acordar, crescer e voltar a ativa. Por isso, a mudança consiste não só em mudar, mas em conseguir deixar adormecido o que sempre resta do que se deixa pra trás.

Minha lucidez é tanta que a loucura se torna meu único e melhor refúgio.

As vezes, fazemos tudo pra ver algo que no fundo não queremos ver. Ilusão é agradável, a desilusão que é triste.

Procurar entender algumas coisas, é - muitas vezes - perda de tempo. Principalmente quando esse entendimento não nos levará a lugar algum.

Deve ser bom saber que se é lembrada... Mas mortos não sabem coisa alguma.

Tenho uma sede que água nenhuma pode matar. Sede de sonhos realizados.

Não consigo escrever sobre coisas que eu não vivo. Não consigo escrever sobre amor.

Há uma grande contradição. Bonitas são as palavras, triste é a vida. Nada disso tem sentido, então não vou mais procurá-lo.

Tenho muitas perguntas sem resposta. Procuro por algo que nem existe, eu sei disso, só não quero acreditar.

Só me restam as palavras, meu único e maior consolo, vem de dentro de mim, de algum lugar, como um último fio de esperança.

A esperança ainda vive, mas a disposição está meio morta.

Não estou sentindo mudança alguma. Os dias estão iguais, assim como todo o resto. Só sobra uma sensação de que tudo vai mesmo dar errado.

Ilusão, não vá. Sua ausência é a "deixa" para a desilusão entrar.

Não sei se o que eu penso faz sentindo, mas o escrevo.

O futuro é minha maior preocupação, pensando nisso eu perco os dias que o são, agora chamados de presente.

As vezes penso, com plena certeza, que a felicidade é só mais uma mentira, que o que existe mesmo é ilusão, desilusão e só.

A minha esperança é inteiramente apoiada na idéia de que tudo passa.