Teresa Almeida
Mostrando você corre o risco de ser ousado. Calando não tem conteúdo para dizer nada. Aceitando é um coitado. Afastando-se e deixando para lá está sendo falso. Vale mais a pena tentar e viver. Compartilhar caso alguém peça, por que do contrário é saliva gasta de graça.
Sou demasiada, exageradamente, humana. Comum, média, clássica e cotidiana. Talvez, quem sabe, assim tenha qualquer coisa de diferente.
O prosaico exerce sobra a minha pessoa uma grande quantidade de fascínio. Eu me pego desde guriazinha observando coisas comuns, corriqueiras do dia a dia, que passam desapercebidas pelas outras pessoas. Gosto de pequenos gestos, pequenas doses de cotidiano, hábitos que possam ser trocados a qualquer instante, mas por algum motivo que só cabe ao indivíduo que o pratica, repetem-se como um vício.
Nesses momentos em que nos despimos de toda a máscara, é que ocorre o mágico espaço de tempo em que o universo conspira a nosso favor.
A felicidade adulta é imaginária, é o imaginar, o que vai vir, o que poderá ser concreto, o entrar e sair de vários caminhos para chegar a quaisquer outros que tragam sucesso. E por mais contentes que possamos vir a estar, sempre falta alguma coisa, nunca estamos completos. Sempre falta aquele quê, nos perdemos confiantes que vamos nos encontrar logo mais. E nunca haverá algo mais se já não estiver presente conosco.
Quando se quer e acredita piamente no que quer, quando se é e sabe realmente como é, não há quem nos demova de chegar até o final, mesmo sendo a estrada longa e fatigante, porque não vale a pena a tristeza de ser meio frustrada. Que venha a felicidade nem que seja por meio da completa frustração, o que me importa é a tentativa.
Na televisão querem seu dinheiro, vendem a beleza do álcool, a compra da própria segurança por ter um silicone no corpo, a idéia que um bisturi vai te fazer se sentir mais atraente, mais invejável. Somos ensinados a cuidar do nosso corpo, mas o prazer por meio dele é um pecado. Hoje a felicidade vem dentro de uma pílula emagrecedora.
É uma espécie de conspiração na qual todos participam desde pequenos, um acordo velado em que você finge que fala a verdade e eu finjo que acredito.
No sonho médio, no senso comum, na vida mais ou menos, não se permite nuances diferentes, não sem preconceito e esculacho. A mediocridade ama apontar alguém julgado mais medíocre.
Se há dor é porque houve alegria, se há paz alguém acreditou na hipocrisia. É humano não ser perfeito, mais humano ainda acreditar na perfeição. Lamentável é não tomar nenhuma atitude quando somos uma raça privilegiada com a opção.
Deixa as lembranças que são sobreviventes, por que de resto, resta a experiência ensinar: esqueça.
Já me basta apagar da memória minhas farras descabidas, as noites mal dormidas e as ações desmedidas.
O dia já foi muito pesado. Tua presença é só o recado dizendo ao meu corpo que está tudo bem.
Deixo estar. Deixo ser.
Se é teu fogo que aquieta meu demônio:
Te espero acordada pra trocarmos um pouquinho de paz.
Conversinha quando vira novela, fica muito chato. Emaranha, vira trama.Incrível, mas existe mesmo quem acredite nas fantasias que se tornam realidade? Jura? Seria mesmo muito bom. Também queria esse pózinho de pirlimpimpim se não fosse sonho. Aprendi na minha própria face que dor noticiada não é mais dor,nem amor, é só drama!
Nunca é muito tarde e nem muito cedo para se aprender a merecer. Faça desta situação ouro puro e dê um passo em direção ao crescimento interior.
Eu queria era saber qual o seu remédio. Juro. Isso eu queria mesmo. Pois é óbvio que é necessário algum. Para noticiar todo este encanto que diz com tanta eloquencia sentir ter; Por alguém que te vira as costas no momento que a vê sofrer.
Posso achar um milhão de desculpas, enxergar um bilhão de defeitos, fazer o que faço de melhor: complicar.
Mas eu realmente não quero. Nunca fez parte da minha estrutura essas pequenas mesquinharias sombrias do ser humano.
Pega toda essa mágoa e transforme.
Pegue essa desilusão e faça a esperança.
Que essa carência de gente vazia vire pura ternura.
Amor perdido não se cura,
leva-se como experiência.
O fardo só existirá se você perceber que o carrega,
deixe mais leve sua procura.
Permita-se fixar a beleza do mundo.
Que seja feita de luz,
que no seu céu haja um sol,
Que não carregue uma cruz.
Não se afogue em misérias, e;
em hipótese alguma
deixe de driblar a rotina.
Encontre em tudo que seus dedos toquem
a forma que te forma divina.
Se quer saber, consigo vislumbrar a dor megalomaníaca de um ser perdido em sua Neverland. Consigo admirar a cor vermelha do passional dentro da explosão negra da tragédia.
As gotas vão continuar caindo. E nunca param. Quando a chuva chega, elas se intensificam e apenas deixam de ser invisíveis. Escorrem e derramam-se aos borbotões; e ainda sim não transbordam o solo raso. O radiante esplendor da luminosidade não se apaga, ganha significado. Uma gota versus o raio. É pura beleza. E toda a beleza desse mundo não preenche o solo raso. Mas sua gentileza preenche, sim; o mundo raso.
O tempo cura tudo. E você dá um jeito de consertar o que um dia esteve partido.Ou deixa partido mesmo, ás vezes o que parece quebrado é só uma fenda realizada pela natureza, e não há nada mais cíclica e sábia do que ela.
A vida ensina, regenera, cura o surto e lambe com bálsamo o que antes ardeu na pele.
Tal qual o mecanismo de um moinho de vento. Singelo e cru; ele sempre segue adiante. Gira a hélice após hélice e quando o inverno o congela; o sol posterior derrete o gelo. Um mantra que informa ao desavisado que relembrar o vento ruim é perpetuar o mau tempo. Quase uma prece gritada, dizendo: SEGUE ADIANTE!