Tatiana Graneti
A vida não tem fórmulas exatas,
O ser individual é quem transforma.
A gente chega tela em branco,
vamos nos tornando rascunho,
escrevendo o destino à próprio punho.
Forçados pelos acúmulos emocionais.
O ideal é livrar-se das rixas,
finalizar as pendências.
Se conectar a primeira essência,
despertando os nossos poderes ancestrais.
Dando asas a imaginação,
me rendo a renovação.
Supero qualquer condição,
aceito minha individualidade.
Sinto a paz e seus efeitos.
Reconheço meus defeitos
e a constante volatilidade.
Moldando minhas atitudes,
exerço a plenitude.
Quebro os meus entraves!
Ela é inteira
e exala o inebriante.
Sua alma floreia,
enfeitada por uma aura cintilante.
É floresta densa, que incendeia.
Emoções agulham as suas veias.
Coquetéis de sensações preenchem as suas fontes.
Ela é de água
que transborda ou evapora.
Leve por fora
abstrata por dentro,
magnética a todo tempo.
Um universo cheio de complexidade,
na realidade um balão recheado de sentimentos.
Sensível, negando as próprias fragilidades.
Mas são as fraquezas e incertezas
que as tornam mais humana.
Ela sabe que é bobagem não viver o momento,
deixar escapar o tempo,
pois cada minuto é uma oportunidade.
Fez seu olhar mudar,
trazendo às situações movimento
e fez bom uso da sua liberdade.
Entendeu que o presente é onde se deve estar e viver.
Isso só é possível se a gente souber agradecer.
Para que as bênçãos se façam realidade.
Deixe ir,
pois quem ama preza a liberdade.
Não adianta acorrentar os pés
quando é a mente que viaja em detalhes.
Quando se revive a história,
se denuncia a saudade.
É tocando na alma,
que se alcança dos afetos a sua autenticidade.
Minha alma conhece tantos dialetos
e por muitos deles me expresso,
tendo dificuldades em me calar.
Sou um desafio completo
agindo instantaneamente
e lidando com fases circunstanciais.
Aquilo que não digo
descarrego no olhar.
Descarrilho dos trilhos
e detesto repetições!
Costumo depurar energias
e reavaliar minhas intenções.
Defino bem os meus finais,
corto certas permanências.
Existo em transparência e quem pode,
que me veja através.
Se estiver em dúvidas,
assente cada coisa em sua posição.
Não há erros,
mesmo se o sentido for contramão.
Pausas são sempre involuntárias,
finais trazem prioridades,
recomeços iniciam possibilidades e
desafios melhoram os nossos movimentos.
Nem todos que cruzam nosso caminho
nos querem bem.
O amor verdadeiro acontece uma única vez.
A maioria vive muitas paixões.
Como as águas tocam as margens,
alguns chegam apenas pra lhe sentir.
O amor próprio
nunca lhe jogará no vazio.
Egos matam tudo,
cessam os arrepios.
Uns lhe observam,
mas poucos lhe veem.
Metades são independentes,
encaixes nem sempre são partes.
Nem tudo merece ser vivido.
A energia que você emana
é a mesma à qual está suscetível.
Mesmo que a gente se olhe de repente
e o amor grite no peito.
Mesmo que as nossas almas sintam
a junção e a correspondência.
Nem assim eu hei de expressar.
Decidi esfriar minhas emoções,
pelo prazer de lhe ver confrontar suas verdades.
Se eu pago todos os dias o meu preço,
é pra você arcar com as suas decisões.
O amor que continue dentro de nós,
talvez morra ou não resista ao tempo.
Mas quem sabe essa seja a sua didática,
um amor que não entra em curso,
mas estagna, seca, e morre por não ter desenvolvimento.
Há momentos na vida em que é preciso se desligar.
É preciso estar em silêncio,
só você e a imensidão.
Pra esmiuçar as respostas internas,
encontrar a verdade entre os nós da confusão.
Se não achamos a lanterna
permanecemos na escuridão.
Há sensações que não são nossas,
mas nos atravessam e tonteiam a nossa visão.
Existem muitos sentimentos arraigados
que são irrigados pela nossa irreflexão,
amores que na realidade são trapaças da mente
e sabote da realização.
A gente precisa se amar
ao ponto de sermos felizes sozinhos,
sem a necessidade do outro ser um eterno tópico
e sem jogar ninguém no topo da nossa existência.
Precisamos agarrar a responsabilidade,
que é tão nossa, de crescermos,
porque uma consciência melhorada permite a evolução.
Tudo aquilo que entre nós permanece,
fomos nós que alimentamos.
A primeira mudança é interna,
o ambiente vem em resposta e é secundário.
Quando estamos bem
não é qualquer coisa que ceifa a nossa paz.
E quando eu percebi
a emoção jaz no passado.
A água secou nas fontes,
o vento soprou as folhas
e só eu sem movimentação.
Nunca entenderei a minha lentidão!
Deixei a abrupta ação do tempo,
por excesso de fé e autocorreção,
já que mais cego estava meu coração.
Às vezes deitados entre os estilhaços,
não percebemos os profundos cortes
e o próprio cansaço.
Acomodados em uma repetição sem fim,
com apego a tudo,
sem perceber que o todo é ruim.
A vida é um projeto pessoal
manobrado pelo arquiteto do universo.
Um instante que requer
ser sentido de jeito leve.
A nossa existência como matéria é breve
e nos força ao crescimento espiritual.
As lições mudam assim como as matérias,
necessitando de contato do outro.
Recebendo do velho sabedoria!
Quando aqui tocamos, trocamos energia.
Precisamos liberar o bem,
entendendo o ambiente que nos cerca
e esmiuçando as causas que nos afetam.
Despertando os neurotransmissores
para a nossa consciência adormecida!
2020 trouxe lágrimas e despedidas,
mas para os sonhos mortos
foi a chave do despertar.
A mensagem é que saindo deste ano,
onde quer que você esteja,
nenhum de nós será o mesmo que entrou.
Seja qual for a distância entre você
e o objeto dos seus sonhos, persiga-o.
Eu lhe proponho não desistir!
Daqui pra frente evoluir será crucial.
É fundamental reencontrar a sua primeira essência
girando em uma nova frequência.
Emane, trabalhe e viva com amor.
Perdoe, porque perdoar é libertador.
Tantas vitrines mas poucos exemplos!
É preciso muita maquiagem
pra esconder uma alma machucada.
Por fora rostos intactos prontos para uma moldura,
mas por dentro um coração abatido e cheio de rachaduras.
Flores bonitas também podem ter o caule arrancado.
Palavras são como venenos e matam.
Infelicidade ainda consome a vida.
É melhor tratar por dentro
porque a beleza, quando só externa,
ainda se revela vazia.
A nossa necessidade de ter o outro
pode fazer aceitável a maneira de nos perder
e de apagar a nossa essência.
A vida é tão nossa
que nela devemos nos colocar em primeiro lugar,
no topo e em transparência
e não transferir ao outro
os créditos da nossa existência.
A saudade não mata!
O que destrói são as atitudes mesquinhas,
as palavras farpadas que arranham por dentro,
detonam qualquer sentimento,
desfaz toda boa intenção.
Nem sempre me afasto por não ter sentimentos.
Às vezes é por não ter condições de lidar
com as incertezas após a aproximação.
Ela já não vive para impressionar,
tão pouco cabe nas impressões.
Exibe jeito, formas e olhar,
é incansável nas demonstrações.
Meu pior estágio é o de silêncio.
Quando eu calo, nenhum ruído resiste.
Mato as expressões para nada escapar,
não deixo pistas e o outro fica no escuro.
Não há brechas ou sinais, ignoro e levanto muros.
Me torno um enigma que ninguém pode desvendar.
A verdade mesmo não dita,
subvertida, encoberta e negada,
sempre é absoluta, se manifesta
e jamais será cancelada.
Tem dias que nenhuma palavra é necessária.
Eu fico perdida em meus pensamentos,
ansiando não sei o quê e nem por qual razão.
Eu apenas fecho os olhos e sinto arder,
é fogo, é chama, é emoção.
São tantas sensações que me consomem
que me atiro e afogo nessa imensidão.
Muitas vezes eu deixo uma pessoa de lado
porque essa foi a direção que ela escolheu ter.
Não uso artifícios para manter,
prefiro soltar e desatar.
Amarras são como forcas,
quando o nó é necessário
é melhor esquecer.
Quando a pessoa pensa
que tem o poder,
mostra o caráter.
O soberbo costuma reincidir,
errar por animosidade.
Um sorriso forçado,
um discurso vazio,
pequenas mentiras
escapam em detalhes.
Um raciocínio manipulador,
tortuoso, vil
e cheio de falsidade.
Ela desembaraçou suas madeixas cor de cobre, ela se percebeu fogo em meio a fria multidão. Sobressaiu por suas cores intensas, qualidades raras e seus fios em chamas que deslizam por entre os dedos das mãos.
Lágrimas quentes, dias frios,
Formigamento interno.
Apatia em meio à multidão,
Ninguém é tão real.
Quão absurda é essa conexão?
Seu olhar, um projétil disparado,
Meu coração, o alvo acertado.
Quanto tempo leva para riscar um passado?
Quão desajustados estamos nesta dimensão?
Posso te excluir da minha história,
Mas se o faço, é por autoproteção.
Assim como um olhar apaixonado tem dificuldade em enxergar erro ou pecado, eu tento negar toda e qualquer vontade na sua direção. Você me levou várias vezes ao inferno dos sentimentos, me apresentou a dor na sua máxima extensão. Corro de reencontrá-lo, evitando que aquela maré de sensações volte a me invadir. Prefiro fingir que não me importo e continuar apenas a existir.
Amor-próprio nada tem a ver com vaidade, aliás, nem sei quem fez essa correlação. A vaidade é transitória, enquanto o amor-próprio é autopercepção. A vaidade pode melhorar a imagem no espelho e criar disputas na nossa imaginação, mas o amor-próprio pode redirecionar essa energia para uma melhor direção. A vaidade nos faz querer manter relações fracassadas e amizades que não manifestam a mesma consideração, traz a vontade de se justificar constantemente e vende nossa paz por qualquer ilusão. Já o amor-próprio nos protege desses prejuízos e está mais relacionado a um verdadeiro encontro consigo mesmo, priorizando o bem-estar e promovendo a lucidez e a razão.