Tainara Bullara
Toda forma de amor é valida.
Porque o amor não pode ser ruim.
Porque loucos de amor, não são loucos, são apaixonados.
B.
A vida segue, sempre.
Mas às vezes da um tropeço, uma engasgada,
Sabe?
Ai vem aquela lembrança,
Do que não foi
E dói.
Quero uma varanda com a vista dos meus sonhos, escrever de manhã, a tarde e a noite e passar a madrugada contando estrelas na janela.
Eu lembro quando a minha mãe me ajudava com a lição de português, e mesmo depois de tanto tempo às vezes eu tenho dúvida, mas eu acho lindo quando eu vou digitar MÃE e digito AME!
Tudo bem, porque é a mesma coisa.
Como nos dias em que ela esperava por um amor.
Esses dias sempre eram frios e sem alguém para abraçar.
O coração batia em qualquer velocidade, sem pressa ou bochecha corada, ela não tinha ninguém.
Ela sonhava com uma vida calma e tranquila.
Sair correndo para o trabalho e estudar a noite era o que ela queria.
A cada dia
que passa
eu passo
pensando em
te querer.
A cada dia
que passa
eu penso
em passar
o dia
com você.
Introspectivo
Um momento só
Um momento meu
Um momento lento
Cheio de vento
Que faz voar
Meu cabelo
E meus pensamentos
No meio da multidão
A gente espera,
Espera sozinho
No meio do povo
Cheio de vida
Vazia.
Acorda trabalha
Partia,
Para casa.
Sozinho.
No meio do povo
Cheio de vida
Vazia, fazia perguntas,
De como podia,
Ser tão triste, todas essas vidas.
Eu perdi.
Perdi o espetáculo,
A peça,
O show.
Perdi a festa.
Perdi o sonho,
O sino,
A voz.
Eu me perdi
No meio do povo,
De novo
E me senti sozinha
Mais uma vez,
Mas dessa vez
Não foi como das outras vezes
Em que eu perdi
Tudo o que eu tinha em mim.
Dessa vez,
Foi como perder
Por tudo aquilo que eu esperei
Por toda a peça que eu criei,
A história de uma vida
Que esperou por um show que não viu
E por uma festa que não participou.
Esses dias de chuva
Assombram-me com poucas palavras
Que nem chegam a se molhar
No dia que se arrasta lento e devagar
As gotas passam até secar
No papel com a tinta que mancha
E se faz lembrança, até não mais lembrar.
Eu poderia ainda assim,
Dizer tudo em mim.
Poderia dizer tudo sobre
O mar
E a vida seria doce
E eu teria você.
Eu vi um amor nascer,
na mesma hora em que
eu vi você.
Eu vi caminhos novos
e assim pude entender
das palavras do coração,
das frases mudas na multidão.
Frases vazias que vagam
em busca de consolo,
Este que só se encontra
com sentimento.
Eu vi um amor nascer
nas palavras ocas do povo
nas frases de consolo,
da era dos sem canção.
Eu vim a perceber
coisas que só de você
eu poderia ser,
de uma menina
que fala do amor
como fala da salvação.
Sabe-se lá quantas vezes eu quis isso.
Sabe-se lá quantas vezes eu esperei por isso.
Sabe-se lá se você é tudo isso,
Que eu sempre quis, que eu sempre esperei.
Como eu vou saber?
Como há de ser você?
Como hei de ter certeza?
Não há certeza nessas coisas do coração.
Não me espera, que eu não te espero
E assim ninguém perde a razão.
Dor de amor é pra sempre,
Mas o pra sempre, nunca dura,
Mas por dentro a gente sente
Porque dói dentro da gente.
Dor de amor dói de repente
Porque a gente insiste
Em teimar com o coração,
Que não foi feito para pensar
Só foi feito para sentir.
Dor de amor parece que dói pra sempre
Porque só a gente entende.
Dor de amor dói em todo mundo
Quem já amou ou vai amar
Porque o amor é fonte de vida
Tão sempre, querida,
E pra sempre tem que durar.
Dor de amor dói diferente
É uma dor que não sai.
Dor de amor às vezes
Queima em fogo ardente
E não apaga jamais.
Dor de amor vicia a gente
Nos deixa doente
Nos faz chorar
Dor de amor dói incondicionalmente
E faz com a gente
O que ninguém mais faz.
Enchi-me de silencio
E escutei a chuva cair lá fora.
Escutei o trem de carga passar
No meio da noite
E no meio do meu silencio.
Enchi-me do vazio que havia naquele quarto
E me senti cheia, de nada.
Pensamentos tomam conta de mim.
Tomam-me o sossego que eu não tenho
E me levam, mais uma vez pra longe.
Passei horas há pensar em nada,
Há pensar em tudo.
Então o silencio volta a ser barulho,
No meu mundo
E o silencio que o trem de carga
Não deixa ficar, nas noites de chuva,
Que nem chegam a molhar os
Meus versos mal escritos.
Na pegada dessas coisas tristes.
Na calada da noite, eu não escuto mais a tua voz,
E o silencio se fez por completo.
Na mania de versos cabisbaixos
Eu vou escrevendo sobre o nada que me rodeia.
No pensamento, faltam-me boas palavras para expressar,
O todo que se faz presente.
Todo o sentimento que anda morando em mim,
Sem a minha permissão.
Na vontade de permitir,
Coisa tão absurda,
Aos poucos eu vou me rendendo.
E o nada que havia em mim,
Faz-se tudo e puro,
E o silencio que havia em mim,
Faz-se barulho.
Dois minutos e mais nada,
É o que eu preciso
Para lembrar, do tempo,
Em que o retrato guarda.
Presa, de certa forma,
Naquele espaço de vida,
Ultrapassado.
Eu vou vivendo o presente,
Em meio a farrapos.
Ultrajante é a lembrança.
Memória desnecessária.
Pedaço de mim,
Do qual,
Eu não preciso mais.
Do qual eu não quero.
Dois minutos de raiva
E tudo passa,
Assim como você passou.
Vá pra longe, vá embora.
Dois minutos de calma
E eu me vejo,
Quase que feliz
De novo.
Eu olho a lua, eu vejo casais
Me sinto na sua, nuances demais
Eu olho pro céu, eu vejo cada estrela
Eu piso no chão e sinto a areia
Eu me purifico no banho
Me acerto na noite,
Na noite de sono em que eu não sonho mais,
Na noite em que eu não descanso mais.
Viro e reviro de um lado para o outro
E pareço nunca me virar pro lado certo.
Acordo cedo, cansada
Interferindo num sonho que estava por vir,
Acabando de começar, mas a hora de acordar chegou
E eu já não posso mais sonhar.