Suelen Queiroz

26 - 50 do total de 64 pensamentos de Suelen Queiroz

A vida da Rainha de Copas
Em toda a intoxicação de um orgulho sem medida,
Deslumbrada pelos vislumbres de sua estreita mente.
"Sou a Rainha de Copas": gritou aborrecida.
Dona dos destinos no seu sujo jogo de críquete.

O espaço e tempo se curvam aos seus desmandos.
Damas e Valetes estão sob suas mãos criativas,
Ela não irá parar, trabalhadora imortal,
Na intoxicação de sua labuta?
Quais serão seus últimos limites?
O átomo humano poderia impedir meu crescimento?
É esta abreviação de todas as minhas misérias.

O que meu longo esforço não teria alcançado?
Não, você não é meu objetivo, não, você não é meu limite.
Para atravessar o seu domínio,
Levo Xangô em meu caminho.

Eu não venho das profundezas da eternidade sombria.
Para alcançar nada além do seu nada.
Você não me vê, sem cansaço e sem trégua,
Iansã está na imensidão das obras justas.

No moinho do mundo, minha esperança e meu sonho,
Triturados de mil maneiras, filhos de Aruanda.
A rainha semeia a dor, paciente ou com pressa,
E até sua voz, perseguindo meu design,
Para formar, a vida e até o pensamento
A guerra se espalha no meu peito.

Inserida por suelenqueiroz

A Universidade é salva

Curitiba! no segundo em que louva
O pé de um tirano devasso, ganha um prêmio vil:
a voz aprisionada na Gruta das encantadas, o acorrentado se encolherá.

Banido o espírito divino,
Contempla o futuro de infâmia do reino ébrio.
Como aquelas profecias dos sonhos
Falam na escuridão em voz alta;

E suas palavras ameaçadoras,
Suas palavras, cuja luz brilha do soberbo e altivo coração, segurando uma espada na noite.

Elas emocionarão o Paço da Liberdade,
E a Rua das Flores,
E o cabelo das árvores, dos ipês amarelos
E o céu como amigo;

Inserida por suelenqueiroz

A alma suja da corrupção
Vampiros da sociedade causam pobreza
Nas obras do mundo, simulam justiça.
Amam somente os mandos da riqueza
Fraudulentos gestos que sempre atiça.
Leis em favor do ouro se estabelecem,
As em favor do povo só perecem.
A corrupção veste uma insana fantasia.
Em todos os lugares, está presente.
Administra prazeres com força e valentia.
Em nenhum lugar, deseja estar ausente.
Homens, mulheres, líderes e subordinados;
Ofertam ao rei ímpio tesouros corroídos
Nos tristes caminhos do engano trilhados.
A espada do espírito imaculado é inimiga.
A voz do oprimido, sua desgraça.
A corrupção fere a verdade, ao justo castiga.
Enfraquece nações, não há quem desfaça.
Embriaga corpos e ilude almas
mergulha em um drama sombrio.
Oh, corrupção, metamorfose perigosa:
deputados em covardes, astutos em tolos.
É evidente que gangrena a Presidência.
Prospera nas Comissões
e mesmo na Assembleia, com promoção.
Desperta paixões desenfreadas na nação.
Tenho dor no meu corpo e na minha alma.
Por todo o meu ser, a justiça clama.
Corrupção, vampira da minha sociedade;
seduz as mentes em um estado de enfermidade.
Ela se familiarizou com a Justiça;
e lucra, em abundância, onde semeia iniquidade.
Não há mais promotores, nenhum magistrado,
juiz, instrutor ou advogado,
para dizer o que é direito e novamente fazê-lo;
em esterilidade de dádivas, preferem falsificá-lo.
A corrupção veste a Justiça com ouro e prata.
Interrompe o equilíbrio, certidão de virtude aristocrata.
Elação do injusto e lasso do oprimido.
Ela brilha em sua alma e mergulha em um drama banal.
Isso distorce o campo da saúde,
os métodos pet-scan morrem antes da doença infernal,
onde a noção de qualidade é a quantidade sem virtude.
O juramento de Hipócrates vazio, e a saúde do paciente formalidade.
QUEIROZ, Suelen. As dores do mundo: A alma suja da corrupção. In: QUEIROZ, Suelen . As dores do mundo. 1. ed. Florianópolis: Bookess, 2017. cap. 1, p. 14-16. v. 1.

Inserida por suelenqueiroz

A vida da Rainha de Copas
Em toda a intoxicação de um orgulho sem medida,
Deslumbrada pelos vislumbres de sua estreita mente.
"Sou a Rainha de Copas": gritou aborrecida.
Dona dos destinos no seu sujo jogo de críquete.

O espaço e tempo se curvam aos seus desmandos.
Damas e Valetes estão sob suas mãos criativas,
Ela não irá parar, trabalhadora imortal,
Na intoxicação de sua labuta?
Quais serão seus últimos limites?
O átomo humano poderia impedir meu crescimento?
É esta abreviação de todas as minhas misérias.

O que meu longo esforço não teria alcançado?
Não, você não é meu objetivo, não, você não é meu limite.
Para atravessar o seu domínio,
Levo Xangô em meu caminho.

Eu não venho das profundezas da eternidade sombria.
Para alcançar nada além do seu nada.
Você não me vê, sem cansaço e sem trégua,
Iansã está na imensidão das obras justas.

No moinho do mundo, minha esperança e meu sonho,
Triturados de mil maneiras, filhos de Aruanda.
A rainha semeia a dor, paciente ou com pressa,
E até sua voz, perseguindo meu design,
Para formar, a vida e até o pensamento
A guerra se espalha no meu peito.

A vida de Camila
Quem inspira a jovem guarda da Pátria?
O anjo de asas, a muralha do Brasil.
Contempla o vulto sagrado da bandeira latria.
E o grito de guerra, nação gentil?
Disciplina, amor e coragem
Cortam o ar como um pássaro selvagem.
A fé dos compatriotas não foi enganada;
Em sua farda, toda a esperança da brava gente.
Mas o poder dos injustos quebra sob sua espada os capacetes de bronze reluzente?
Que se espalhe pelo Universo,
Os seus sublimes feitos cantados em verso.
O alvorecer do dia vê brilhar sua armadura,
O aço pesado cobre seu cabelo,
E na luta cumpre a missão com bravura.
Tantos climas experimentados para um mundo sem flagelo.
Quem te inspirou a deixar o porto seguro
Para preferir o mar dos campos de batalha impuro.
Deus quem o quis, é o deus dos exércitos,
Quem olha com piedade, as lágrimas dos soldados,
Ele entregou nossos vastos inimigos aflitos,
Sob o peso de um jugo rigoroso para os vilipendiados;
O sol nascente vê primeiro
As façanhas no seu escudo derradeiro.
O anjo exterminador abençoa a terra do Cruzeiro do Sul;
Ele colocou em seu sotaque um som ameno
A esperança nos seus olhos sinceros, a força em seu braço tardo
E disse à ovelha com passo pequeno: Rasgará o leopardo.
Um novo ramo florescente da árvore de Cristo Mais amada que nenhuma nascida no Ocidente benquisto.
Camila, corajosa guerreira, que a próspera vitória
Siga seus passos nas batalhas onerosas
Cubra-a com seus escudos de glória;
Cubra-a com obras valorosas.
Soldado da justiça, é a esperança da pátria amada.
Que seu comandante, com gesto soberano,
Caminhe quando a voz da verdade é chamada rumo à vitória contra o tirano.

Inserida por suelenqueiroz

A Universidade é salva

Curitiba! no segundo em que louva
O pé de um tirano devasso, ganha um prêmio vil:
a voz aprisionada na Gruta das encantadas, o acorrentado se encolherá.

Banido o espírito divino,
Contempla o futuro de infâmia do reino ébrio.
Como aquelas profecias dos sonhos
Falam na escuridão em voz alta;

E suas palavras ameaçadoras,
Suas palavras, cuja luz brilha do soberbo e altivo coração, segurando uma espada na noite.

Elas emocionarão o Paço da Liberdade,
E a Rua das Flores,
E o cabelo das árvores, dos ipês amarelos
E o céu como amigo;

Será a verdade que não se nega,
O grito que persegue os pardais,
A respiração desconhecida que estremece a lâmina da grama nos funerais;

Eles gritarão: vergonha do infame,
Para os opressores, para os assassinos!


E as almas que as estrelas acompanhavam
Serão chamadas de guerreiras!

Nas vidas errantes que estão se transformando,
Uma tempestade escura, irá pairar;
E se aqueles que morrem dormem,
Aqueles que estão mortos acordarão.

Inserida por suelenqueiroz

Navegantes
A pobre casa de taipa adormece em Guamaré.
De barro e madeira, cheia de hóspedes.
Guardiã das tristes estrelas na alta maré.
As redes de pescadores penduradas nas paredes.
Nas tábuas de um aparador desbotado,
Onde humildes pratos repousam como amigos.
Uma grande rede, com cores de um tempo passado,
Estende-se perto do colchão sobre velhos bancos.
Há nove crianças, almas jogadas ao vento.
O fogão de lenha cheio de chamas nos trópicos,
Curva-se diante do teto escuro e sem mantimento.
Uma mulher de joelhos reza para Santa Conceição.
É a mãe. E lá fora, redemoinhos de poeira dançam.
No céu, os ventos, as rochas, as dunas, o coração.
Na sombra, as ondas sinistras do mar soluçam.
II
Um homem no mar. Desde criança marinheiro,
Seu corpo se lança na batalha rumo ao acaso.
Na máquina do Mundo, ele deve ir primeiro
Porque seus filhos estão com fome, sem atraso.
A água sobe os degraus da ventura humana,
Sozinho, governa seu barco com quatro velas.
A mulher está em casa, costurando a lona insana,
Remontando as redes, tudo prepara sob as estrelas. Observando a lareira onde o caldo de peixe ferve.
As crianças dormem, a fome é um injusto castigo.
O marinheiro quebra as ondas que a vida lhe serve.
Os ventos sombrios respiram sem receio do perigo.
Trabalho árduo! tudo está frio; nada brilha.

No alto mar, entre os olhares da esperança,
A procura da boa pesca no dilúvio da maravilha, em movimento, caprichoso, sempre de mudança.
No labirinto das águas, há um ponto de fertilidade
De peixes prateados onde o mar hospedava.
Caminho do alvorecer de tanta miséria e adversidade
Nesse sertão iluminado enquanto o Sol descansava.
O refresco na chuva e na névoa, em dezembro,
Para conhecer este ponto no deserto em movimento,
Como combinar as manobras certas sem assombro?
É necessário calcular a maré e o vento!
Cobras venenosas ao longo dos córregos,
E horrorizam o barco amedrontado.
O abismo tem caminhos com perigos cegos.
Ele pensa em Valdeci quando enfrenta o mar irado.
A mulher chorando o chama, seus pensamentos
Cruzam a noite, pássaros divinos sem aposentos.
III
Ela pensa, ela sonha. – Canta o cardeal do nordeste.
Seus filhos ficam descalços no verão determinado.
Não há pão de trigo. Comemos mumgunzá do agreste.
- Oh Deus! o vento rugiu como um metal forjado.
Constelações, bailarinas do sertão peregrino
Por testemunho, em nome de Jesus crucificado,
Dançarina alegre é a hora de rir, espírito divino.
Sob os olhos iluminados do lobo armado.
Na hora da meia-noite, o ladrão misterioso,
Velado com sombra, chuva, já postos em cilada.
Tomam a face do pobre marinheiro furioso.
De repente, as dunas veem a dama desejada. Horror!
O homem uiva, voz humana extinta.
O edifício da bondade que mergulha, afunda.
Ele sente a sombra e o abismo abaixo dele, levanta.

Rumo ao porto de Santos onde a luz abunda.
Essas visões tristes perturbam seu coração.
Valdeci chora com um adeus a embarcação.
IV
Foge para Macau, com um grito e zombando
O indesejável ciúme, entre o amor em pranto,
O oceano a assusta e memórias vai lançando.
Na mente: marinheiro, o mar chorou tanto.
Levado pela raiva das ondas; pelo ódio
E em sua peixeira, o sangue na artéria, fato eterno.
O relógio bate frio, jogando as horas no mistério,
Gotejando o tempo, clima, verão, inverno.
E cada batida no universo, de cometas trémulos,
Abrem a ferida do sagrado cadáver materno.
De um lado, os berços e, do outro, túmulos.
No caminho tão árduo das mentes sem governo.
V
Senhor da morte, Pescador de almas!
Segura os braços gelados de sua mãe que partiu,
Criança Navegante, filha do sertão, sem palmas.
Neste caos! coração, sangue. Deus permitiu.
Céus! Pior que a prisão das ondas é ser a presa do desatino.
A água salgada cura todos os maus pensamentos.
O engano em figura de paz, manda o assassino.
Da felicidade infantil ao mundo de sombrios elementos.
O vento soprando destrói sua trança, põe por terra doces ilusões.
E vendo tanta injustiça, alma desamparada, foge atormentada.
Tanto vitupério que o Céu se revolta nesta hora de opressões.
Para enfrentar este mar de sofrimentos, trovoada.
Todos os abismos onde nenhuma estrela brilha,
O escudo da luz divina surge na fronte marítima
Acolhe um fraco humano que se humilha.
Corre a esperança na entranha da vítima.

Inserida por suelenqueiroz

Aos pisoteados
Este não é o cânone da Revolta dos Malês amordaçada.
Nem as balas de janeiro nem as bombas do Império.
Quem fez o ódio extinto e a úlcera fechada?
De falsidade acomodada, perecendo em vitupério.
A luz da Verdade duvidosa em tempos sombrios
Porque a lâmpada do entendimento se esconde
Debaixo do Horizonte escravocrata de sonhos tão vazios.
O vil interesse e sede inimiga do pérfido dinheiro a tudo obriga, Costa de ouro, marfim e almas aprisionadas.
Choraram Olorum, o Rio Volta, África, cativeiro
E toda a terra que o oprimido pisou nas Cortes afamadas.
O muro da iniquidade anda triunfante, cercaram a Justiça.
Diante dos nativos, nas artes bélicas o apito toca Tantos horrores, a disciplina militar, a força da cobiça
Do comandante devoto que medos invoca.
Em São Salvador, um ódio certo na alma ardia
Pacífico Licutã está no cativeiro, rogam resgate.

Chamem Luiza Mahin, a Rainha da Bahia, Pai Inácio, Luis Sanim e Calafate.
O sonho de liberdade, o grito de socorro na espada
Os revoltados inclinam-se para o som da guerra.
As mensagens em árabe da quituteira Mahin exalçada
Conspiram contra o Reinado de sangue e escravos da terra.
O resto vem depois. Pelas fazendas cobiçadas,
A obstinação feroz na Pátria gentil,
Os 4 dias sem descanso da tropa sem algemas e fardas.
O sonho de paz na nação mestiça nunca existiu.
O coração de Pai Inácio, velho e pensativo, ferido
Derrotado na batalha, a ferro, fogo e chicote ardido
Lavradores, pedreiros, sapateiros, alfaiates, barbeiros,
Na escravidão urbana, somos todos prisioneiros.
"Ao vento leve e a seta bem talhada, derrame
O sangue do infiel na terra" disse o padre infame,
A cabeça inclinada consentiu
O massacre do bando hostil.
Tão brandamente as lágrimas do firmamento Como quem o Céu tinha por amigo;
Sereno o ar e os tempos de fingimento
Sem nuvens, sem receio de perigo.
Na costa da Mina, um navio cantava triste cântico Quando o mar, descobrindo, lhe mostrava
O cemitério de cativos no Atlântico.
Senhor ilustre dos Engenhos
De uma terra sem Lei para almas africanas, das armas que trazia, das naus de lenhos.
O doce açúcar no amargo de vidas humanas.
Nem sou da terra, nem da geração
Dos reis de cadáveres da Europa belicosa de mísera sorte e estranha condição.

Para a mãe da criança eterna: Ives


Em lágrimas, você disse ao pobre anjinho:
há outros anjos lá em cima,
que a dor e o sofrimento não existem no céu, que nada muda.
Como é doce retornar ao criador.

O céu é uma cidade radiante com ruas de ouro e portas peroladas.
Uma tenda com cores novas,
um jardim do Éden azul cheio de lírios que são as estrelas,
e as estrelas são flores;

Um lugar mais alegre do que podemos imaginar.
Onde sempre há encanto,
os querubins passam o dia a brincar e rir, e que Deus nos ama;

Como é doce ser um coração ardente como a chama da vela.
E viver em qualquer época do ano,
perto do Menino Jesus e da Virgem Maria em uma bela casa!

E então, as palavras não serão mais necessárias, pobre mãe. Neste filho tão frágil e gentil,
não haverá lembrança da vida amarga.
Como ele é pequeno, mãe.
Mas com suas grandes asas, o anjinho a protege.



Não diga para esta jovem alma que Deus nos quer aqui.
Para que um dia, a tristeza! a perda
irreparável!
seja leve...!
Então, diga que a gaiola ficou aberta..
Deixe seu pássaro voar.

O verão não apaga as lágrimas


O inverno é longo no país tropical.
Com o sangue de indígenas e africanos, regamos a terra fértil.
Nessa nação com palmeiras, onde canta o sabiá.

As aves que aqui gorjeiam marcam a canção dos excluídos.
As correntes dos escravos inundam nossos ouvidos
com as queimaduras dos que têm dedos pobres
esquecidos pelos Senhores do seu tempo.

Mesmo com o verão intenso,
as vidas dos condenados à miséria são sempre geladas.
Suas barrigas ainda estão com fome,
mas o inverno dá lugar à primavera.
O vento sopra o lamento.

oh inferno, onde está nossa dignidade?

confrontados com a pobreza, a dura realidade.
Devemos deixá-los morrer no verão para ajudar os sobreviventes no inverno.

O inverno dura o ano todo para os miseráveis.
Então, novamente aprendemos a compartilhar as migalhas do pão.

A vida de Georgina


Um dia o oceano inchou pela tempestade,
Iemanjá reuniu as águas de seus vários rios.
Orgulhosa de invadir tudo,
marchando para a conquista
neste vasto universo;

Uma voz levantou-se do meio das tempestades,
e Oxalá, com tantos testemunhos sofridos, agitou as ondas em grande tormenta. Assim, quando, atormentados pela raiva impotente,
os soldados da injustiça, ameaçados por um naufrágio,
comandavam o navio negreiro. Em nome do Reino da liberdade,
uma mulher, pairando sob o templo da suprema eternidade,
com a ajuda dos Orixás, regou com suas lágrimas as sementes da cura.
Curou as feridas abertas dos escravos, cobriu o lamento com seu canto triste, e o vento soprava o choro.

Georgina, a filha dos Orixás, uma heroína.
Os gemidos da África acordam seus filhos
com dificuldade.
As algemas cantam o lamento da solidão, seus campos de trabalhos forçados clamam o fim da escravidão.
O mar balança os grilhões,
e isso traz o ruído que irrita seus filhos.

Jardim de trabalhadores

Perto das velhas fábricas,
em uma pequena ilha de servos.
Jardim de pobres almas mecânicas respiram a fumaça química.

Os homens amaram sonhos
nas engrenagens das máquinas e no cimento.
Em bordas metálicas remendadas com pesadelos tristonhos
desses tempos de esquecimento.

As cores dos frutos no cheiro da primavera.
Eles renunciaram aos ruídos brutos: martelos de aço, fornalha infrutífera.

E a felicidade de óleo, graxa e querosene, do sangue do operário, a gangrena do maquinário.
Toda essa vida triste perene.
Dois passos para as portas da miséria, operário.

A vida da rainha órfã
Dando-lhe o nascimento, mãe visionária.
Distração sombria do destino!
Um ano... é muito pequena para ser pária;
criança negra errada em nascer sem tino.
Então, uma senhora aceitou esse pobre ser;
A avó levou a criança nos braços
E tornou-se materna. Coisa estranha de se conhecer.
Salvar o que uma pessoa morta deixou estilhaços.
Instintivamente, o oprimido sofrimento sem encolher,
nas mãozinhas que se estendem na sombra;
Alguém deve estar lá para o dever;

Inserida por suelenqueiroz

A vida da rainha órfã
Dando-lhe o nascimento, mãe visionária.
Distração sombria do destino!
Um ano... é muito pequena para ser pária;
criança negra errada em nascer sem tino.
Então, uma senhora aceitou esse pobre ser;
A avó levou a criança nos braços
E tornou-se materna. Coisa estranha de se conhecer.
Salvar o que uma pessoa morta deixou estilhaços.
Instintivamente, o oprimido sofrimento sem encolher,
nas mãozinhas que se estendem na sombra;
Alguém deve estar lá para o dever;
deve ser bom sob o escuro céu assombra.
Teme que a lágrima nos corações seque;
É preciso alguém grande para dizer: Vamos amar!
Isso cobre a vida com doçura em xeque,
Quem é velho, quem é jovem e quem é de brigar;
É por isso que Deus, este mestre oculto,
Às vezes, substitue a mãe pela avó
E julgando o inverno sozinho capaz de indulto,
Na alma da velha choca o coração em dó.
Logo, a humilde rainha nasceu, ficou órfã,
Tinha seus grandes olhos de sombra e luz plena,
Gaguejou as palavras da linguagem cortesã,
Foi a inocência, desavergonhada da pena.
este anjo, mulher antes de ser completa;
E a avó, pelos anos, contemplou
Como se contempla um céu que se projeta.
Como esse pôr-do-sol, o amanhecer adorou!

Inserida por suelenqueiroz

A vida de Friedmann
Mais uma vez, a velha mentira levanta
A cabeça depois do seu amanhecer!
Espere seu povo, Vitória santa.
Filho germânico sem desfalecer!

No interior do Paraná, a espada da Justiça
Segure firme, você foi escolhido.
O que comprou com suor, lágrima postiça
Nascido da liberdade do povo pervertido.

No batismo da sua pátria!
Você é sério, cercado por inimigos em negrito;
Agora, repete a velha mestria
O sentido sólido, o melhor espírito!
Nem um passo de retrocesso,
É um passo atrás para o servo;
Nenhuma folha no chão do processo!
Nenhum direito seu ao vento no acervo!

Inserida por suelenqueiroz

A vida da Lena

Porta-voz do trovão de Xangô,
De suas verdades assassinadas
Atrás das almas injustiçadas.
Vestindo a coroa do Reino Nagô.
As bandeiras rasgadas
Das suas causas quase perdidas
O vento de Iansã segue os seus caminhos.
Nas camas dos seus inimigos,
Em suas camas de derrota,
A labareda da miséria.
Seus colchões violados
Pela espada da Rainha da Justiça.
O nome dos seus exilados
A cor negra das suas frases
Nas paredes dessas prisões
Onde nós suplicamos a Cosme e Damião
Diga-me: Cesse a escuridão!
Na pedreira do machado justiceiro
Onde quebra toda a maldade
Daqueles dedos apontados
Metralhadoras no calor da indiferença.
Este caminho minado
Na página de nossas vidas
Esta margem desenhada
Pelo mal-entendido
Essa margem..
Onde treme nossos corações
Até as lágrimas ...
Ogum, mensageiro de Oxalá
Suas dores ecoam no Humaitá.

Fantasmas da noite
Suas dúvidas no lamento
Nós arrancamos todo o sofrimento

Quem sofre sob a caneta do Destino
Para sangrar em todas as páginas ...

Me conte tudo, disse Ogum.
Eu serei seu mensageiro
Vou escrever nas paredes
De suas ilusões
Palavras arrancadas do nada
Palavras para crucificar
as consciências pesadas
Que irá vê-las flambadas
Em seus horizontes
Essas estrelas incandescentes

Inserida por suelenqueiroz

A vida de Daniel Ghoul
Não carregue ódio de suas cicatrizes
Dos escravos de uma nação sem feridas.
Sua negritude perdida nas raízes.
Um Menino lutando guerras escondidas.

com uma brancura nas mãos livres,
a destruição dos irmãos, engano certo.
atmosfera familiar em ruínas de pesares
O sol partiu suas asas no deserto.

Sua amargura em doces vinganças
Sua lealdade ardeu em febre
Filho do ouro, sem lembranças
ruas caíram no seu caráter pobre

Deus conhece a justiça eterna
Quase Venceu, enganos desejosos
Jovem, sua alma o demônio governa
A luz se escondeu de olhos falsos.

Espalhe os espinhos da roseira
O demônio da sua descendência é suspeito
minha página, meu verso, queime como queira
O livro dos pecados sairá do seu peito.

Há cidades que não aceitam erros em suas ruas.
Ghoul mentiu para você, incógnita fraqueza
conspiração do silêncio com armadilhas e injúrias.
Anjo inteligente, sua impura natureza.

Continua a abraçar à miséria
pelo pacto de benefícios, vendido
a traição não irá lavar sua vitória
com lágrimas erradas pelo remorso vencido.

Seguiu líderes sujos e os alimentou bem informados
Suas facadas de loucura custaram vidas inocentes
Esqueceu as virtudes, analfabeto de velhos fados.
máscaras mascaram seu coração e língua delinquentes.

Inserida por suelenqueiroz

A vida de Taguchi
Contempla o reino dos seus sentidos
em suas palavras, nos olhos pesam a Cruz.
Voz da rocha, rugido do inseto, feridos.
procuradora da Justiça: na queda da luz

O grito do servo como um raio rasga a noite.
Taguchi está cega, todas as cores roubadas
Os longos ecos caminham rumo ao deleite
todas as cidades do seu coração fechadas.

Sua alma em queda como anjos pecadores.
Doce como oboés, verde como prados,
portas invadidas da sua cidade, tantas dores.
Amarga com corruptos, triunfantes brados.

Suas ruas alagadas com o choro dos injustiçados

Inserida por suelenqueiroz

A vida de Daniel Ghoul
Não carregue ódio de suas cicatrizes
Dos escravos de uma nação sem feridas.
Sua negritude perdida nas raízes.
Um Menino lutando guerras escondidas.

com uma brancura nas mãos livres,
a destruição dos irmãos, engano certo.
atmosfera familiar em ruínas de pesares
O sol partiu suas asas no deserto.

Inserida por suelenqueiroz

A vida da rainha órfã

Logo, a humilde rainha nasceu, ficou órfã,
Tinha seus grandes olhos de sombra e luz plena,
Gaguejou as palavras da linguagem cortesã,
Foi a inocência, desavergonhada da pena.
este anjo, mulher antes de ser completa;
E a avó, pelos anos, contemplou
Como se contempla um céu que se projeta.
Como esse pôr-do-sol, o amanhecer adorou!

Inserida por suelenqueiroz

A vida da rainha órfã
Dando-lhe o nascimento, mãe visionária.
Distração sombria do destino!
Um ano... é muito pequena para ser pária;
criança negra errada em nascer sem tino.
Então, uma senhora aceitou esse pobre ser;
A avó levou a criança nos braços
E tornou-se materna. Coisa estranha de se conhecer.
Salvar o que uma pessoa morta deixou estilhaços.
Instintivamente, o oprimido sofrimento sem encolher,
nas mãozinhas que se estendem na sombra;
Alguém deve estar lá para o dever;
deve ser bom sob o escuro céu assombra.
Teme que a lágrima nos corações seque;
É preciso alguém grande para dizer: Vamos amar!
Isso cobre a vida com doçura em xeque,
Quem é velho, quem é jovem e quem é de brigar;
É por isso que Deus, este mestre oculto,
Às vezes, substitue a mãe pela avó
E julgando o inverno sozinho capaz de indulto,
Na alma da velha choca o coração em dó.
Logo, a humilde rainha nasceu, ficou órfã,
Tinha seus grandes olhos de sombra e luz plena,
Gaguejou as palavras da linguagem cortesã,
Foi a inocência, desavergonhada da pena.
este anjo, mulher antes de ser completa;
E a avó, pelos anos, contemplou
Como se contempla um céu que se projeta.
Como esse pôr-do-sol, o amanhecer adorou!
A avó construiu um lar com parcos recursos
Nos prados, de onde se pode ver a cerração
Que uma criança sozinha inunda com sorrisos.
Planícies verdes com todos os tipos de respiração.
Teve um grande jardim e este festejo
todos esses perfumes e toda essa rasteira
Acariciou a criança; as flores não têm desejo.
Neste jardim cresceu a laranjeira, a macieira.
As margaridas, os ramos foram separados para andar;
Transparências da água tremiam sob as araucárias;
Da inocência perdida para a vida adulta afundar
face a face com o egoísmo, miséria ordinárias.
A vertigem da ganância a rainha ensurdece
O medo do sofrimento cegou seus atos medianos.
Entre a cobiça, a inveja, aos outros oferece
e desfruta o destino de ouro e prazeres mundanos.
Cuidado com a sedução das trevas. Tome cuidado!
Onde quer que chore e grite um cativo, Deus aparece.
A liberdade que tiramos dos pássaros, soldado.
O destino leva de volta ao injusto que padece.
O feitiço segura a sua valente letargia.
Este condenado, lança-te uma sombra escrava.
A consciência humana está morta; na orgia,
Ela se ajoelhou; no cadáver que lhe deprava;
A prostituição do juiz é o recurso.
Os clérigos fazem o honesto estremecer;
Eu não vou recuar! Sem queixa no decurso,
Luto no coração, despreza o rebanho desfalecer,
Eu vou te abraçar no meu amável exílio
Eu aceito o amargo retiro, se não tivesse fim,
Sem tentar saber e sem considerar auxílio
Pensando mais firme ajoelhados, Senhor do Bonfim?

E se muitos forem embora, quem deve ficar?
Se somos apenas cem com a espada da Justiça,
Eles são mil com maldade na nação mestiça,
eu ainda tenho coragem de lutar!
E a gaiola pendurada nos sonhos da sua casa
Viva, cante e tire as algemas da prisão.

Inserida por suelenqueiroz

A vida da rainha órfã
Da inocência perdida para a vida adulta afundar
face a face com o egoísmo, miséria ordinárias.
A vertigem da ganância a rainha ensurdece
O medo do sofrimento cegou seus atos medianos.
Entre a cobiça, a inveja, aos outros oferece
e desfruta o destino de ouro e prazeres mundanos.
Cuidado com a sedução das trevas. Tome cuidado!
Onde quer que chore e grite um cativo, Deus aparece.
A liberdade que tiramos dos pássaros, soldado.
O destino leva de volta ao injusto que padece.
O feitiço segura a sua valente letargia.
Este condenado, lança-te uma sombra escrava.
A consciência humana está morta; na orgia,
Ela se ajoelhou; no cadáver que lhe deprava;
A prostituição do juiz é o recurso.
Os clérigos fazem o honesto estremecer;
Eu não vou recuar! Sem queixa no decurso,
Luto no coração, despreza o rebanho desfalecer,
Eu vou te abraçar no meu amável exílio
Eu aceito o amargo retiro, se não tivesse fim,
Sem tentar saber e sem considerar auxílio
Pensando mais firme ajoelhados, Senhor do Bonfim?

E se muitos forem embora, quem deve ficar?
Se somos apenas cem com a espada da Justiça,
Eles são mil com maldade na nação mestiça,
eu ainda tenho coragem de lutar!
E a gaiola pendurada nos sonhos da sua casa
Viva, cante e tire as algemas da prisão.

Inserida por suelenqueiroz

A vida da rainha órfã
Da inocência perdida para a vida adulta afundar
face a face com o egoísmo, miséria ordinárias.
A vertigem da ganância a rainha ensurdece
O medo do sofrimento cegou seus atos medianos.
Entre a cobiça, a inveja, aos outros oferece
e desfruta o destino de ouro e prazeres mundanos.
Cuidado com a sedução das trevas. Tome cuidado!

Inserida por suelenqueiroz

A vida da Lena

Porta-voz do trovão de Xangô,
De suas verdades assassinadas
Atrás das almas injustiçadas.
Vestindo a coroa do Reino Nagô.
As bandeiras rasgadas
Das suas causas quase perdidas
O vento de Iansã segue os seus caminhos.
Nas camas dos seus inimigos,
Em suas camas de derrota,
A labareda da miséria.
Seus colchões violados
Pela espada da Rainha da Justiça.
O nome dos seus exilados
A cor negra das suas frases
Nas paredes dessas prisões
Onde nós suplicamos a Cosme e Damião
Diga-me: Cesse a escuridão!

Inserida por suelenqueiroz