Sthefany Alencar
E aí você ouve aquela música que tem o poder de te teletransportar pra qualquer lugar. E desaba em choro, porque o lugar que sua mente queria estar não existe. Não suporta o seu eu. Não pode te pertencer.
A vida vai te sacudir, te jogar pra um lado que você jamais imaginou se encontrar. E é ali, que vai aprender a ser feliz.
Talvez em um pensamento distante, você esteja aqui sim, mas não por muito tempo eu sei.
Mas eu penso como deve de ser triste para alguém, ser lembrado como um mentiroso, hipócrita, medriocre e repugnante. Não sei como pessoas que nos machucam podem querer voltar assim, como se não tivessem cometido erro algum. Aí vem alguém e fala: “Ah Sthefany, todos nós erramos, temos que dar uma segunda chance.”
E quando todas as chances possíveis já foram dadas?
E quando nem mesmo a dor está disponível ao sentir?
Me diga como pode alguém sentir algo, que não deve mais sentir? Será que é tão difícil seguir em frente?
Depois de eu tanto errar e sofrer, eu cai. Tanto tempo no chão me fez levantar e continuar. Mas será tão difícil fazer isso também?
A tua felicidade te espera em algum lugar que não é mais aqui. Teus sonhos não foram possíveis aqui, prossiga. Adiante tudo ficará bem.
Hoje eu me apaixonei de novo por você.
É, hoje eu me apaixonei de novo por você.
Assim como vem acontecendo, em todos os dias da minha nova vida. Tua voz me acordando, teu sorriso junto ao meu, mesmo distantes me fazem ver. Me fazem sentir o que eu tinha deixado pra lá, logo eu que tanto lutei, e por você. Engraçado, que eu sempre te quis, e no momento que mais precisei de seu carinho a vida te tirou de mim mesma. “Como eu iria te ter de volta?” Eu pensei.
E depois de sofrer, e aprender a caminhar sózinha, depois de tantas coisas pra nós dois, a vida se encaminhou de colocar de volta tudo que não poderia ter saido do lugar. E o mais engraçado, é que aqui estamos. Mais uma vez, só que agora para o nosso amor.
Amanhã vai ser outro dia. É, vai ser sim. E sabe o que vai acontecer? Eu vou acordar te amando mais uma vez. Clichê! Uhum, é. O amor tem disso né? O amor é bem clichê sim. E as pessoas, as outras, as de fora, que só passam, e olham, elas acham isso uma loucura, coisa de doido, rs. É, o amor é pra doido, e eu tô doida, bem doida de amor por você, doida pra ver você chegar, a qualquer momento, pela porta que fica sempre aberta. Eu fico louca, pode me chamar, nem ligo. Pode falar que eu grito minha felicidade, é, eu grito, eu tenho manias de gritar, e eu grito pra ver se você me ouve, baixinho, sussurando aí, aqui, ali, em qualquer lugar, só pra você ouvir. E ontem, meu Deus, ontem foi tão bom, porque parece ter sido ontem. Ontem, o amanhã que eu quero, quero pra mim, bem perto de ti. E cada detalhe seu, é perfeito pra mim, é complemento, é algo a mais, pra o meu ser, tão vazio aqui sem você. Eu acredito muito mais no que é nosso sabe? Nosso, amor.
Essa é uma das muitas vezes, em que tento dizer o que sinto. E o vazio fala mais alto, tapando a minha boca, selando o meu coração, e travando o meu raciocínio. Duro é não saber o que se sente. Quando o medo mais uma vez invade sua alma, e atormenta o seu dia.
Eu queria mesmo fugir de mim mesma.
Sumir em um profundo abismo de solidão, mas eu sei que não dá. Não dá pra viver iludindo o próprio coração.
Um dia eu vou saber que tudo realmente passa.
Mas enquanto isso. Deixe-me sofrer, aqui e só.
Eu achava demais, todo aquele jeito sincero e simples de me fazer sorrir. Até achava graça, sorria, e ficava encatada. Até que a primeira noite sem sono veio, e em todos os meus pensamentos, você estava. Não podia existir sentimento algum, mais fabuloso, tão vulnerável, sensível, e ao mesmo tempo perspicaz ao ponto de ser levado pouquíssimas vezes a sério. Eu fiquei frágil demais pra enxergar, o tamanho dessa incerteza.
O prazo, que longo não era mais, o espaço que cresceu.
As circunstâncias, confusas, dessa vida tão imprevisível, fizeram a nossa validade invisível, e o meu amor, cada vez mais imperecível. O que era, poucas vezes eu soube explicar. E de tanto te apavorar, eu já não podia te enfrentar. Mas estava tudo ali, intacto e imutável, o nosso pequeno grande sentimento.
Como sempre tudo é, foi também inesperado.
As cenas se inverteram, quando menos eu esperava.
Aquela pessoa em que você confia sem ver, sem crer.
Só por saber que se pode confiar. Pelo timbre da voz.
Conversas amigas, conselhos malucos.
Eu percebi que havia algo a mais.
Não sei se esse ”algo” é da minha cabeça, como quase em todas as vezes. Mas de uns tempos pra cá, eu vejo as frases melancólicas, e sinto que vem me atingindo.
Talvez por serem calculadas exatamente pra mim, mas o meu consciente grita mais alto pedindo pra saber.
Haveria outras maneiras de se apaixonar por mim.
Mas ele encontrou uma das piores formas. Ou melhores, quem sabe.
Por não me ver, não enxergaria os meus defeitos, não tendo que aturar pessoalmente os meus doces tormentos.
Dizem que sonhar é coisa que todo mundo faz.
Mas sonhar é pra poucos. E ele se entregou as fantasias do sono. Desvaneou-se de tal forma, que se fez uma imagem fixa e presente. De uma manhosa menina, que sou. Não sei de onde ele conseguiu me resgatar assim.
Absorveu os planos, pois são isso os seus sonhos.
O desejo veemente, ideal inatingível.
Supondo assim me ter. Mas é por isso e por coisas que tenho a descobrir, que concluo. A sonolência é o melhor estado para se estar.
Nós, humanos, temos uma mania feia de sempre culpar a Deus quando algo que tentamos fazer sozinhos, dá errado. Que coisa.