Siomara Reis Teixeira
SABEDORIA
Hoje é dia de mudar, quebrar padrões,
Adquirir sobre muitos fatos, novas opiniões
Distante ficar das personalidades deturpadas
Que corroem aos poucos a existência
Lançando-nos pouco a pouco ao nada
Hoje, meditando, também resolvi mudar
Decidi permanecer com minh’alma menina
Amante peregrina de minha própria jornada
Conhecer aos poucos minha sorte
Que devagar se faz viva e forte
Compreendendo que nada neste mundo é sina
Pois muitas vezes é através dos erros
Que realmente, mesmo que lentamente,
Porém, inteligentemente, a vida ensina!
APAIXONADA
Enquanto teu encanto em mim estiver
Que posso fazer a não ser, enquanto tua mulher
Permanecer escrava das tuas vontades,
Esquecer de tudo para ser somente,
Um imenso e urgente deleite das tuas necessidades?
Romântica, apaixonada e carente
Sinto-me infinitamente só, quando estás ausente.
Sou unicamente, decididamente, dependente de ti.
Tu és exclusivamente, minha vertente de alegria
O equilíbrio vivaz do meu dia-a-dia
Não sei mais viver sem teu amor e sem teu carinho
E se porventura faltar-me os teus braços
Regaço protetor em que solitária me aninho
Jamais hei de atar novamente, no amor, outros laços
Pois esta paixão, extremada em compreensão e carinho
Extrapolou todos os parâmetros de perfeição
Imortalizando em nós, linda, rara e profunda afeição.
TEU CORPO
Do teu corpo
Sei de cor cada pedaço
Sem sequer fechar os olhos
Relembro de ti, cada traço.
Pois mapeado estás
Em minha mente,
Cada minúsculo espaço teu
Como herança na lembrança
De todas as vezes em que fostes meu.
HOMEM SOLITÁRIO
Gosto de ti, homem solitário.
Do mistério que emanas em cada gesto
Da tua solidão latente
Induzindo em meus sentidos
Uma libido urgente
Repleta de desejos incontidos
Um algo como, querer te desvendar,
Revelando a mim,
Enamorada ávida a pulsar
Delírios e delícias, sem fim...
Ímpetos da Paixão
Ímpetos da paixão
Que expandem e seguem
Em cada espaço
Ermo e magnético
De nossas peles
Cada recôndito do nosso ser
Onde a área e a esfera
Da razão, dão espaço
Aos anseios, a cobiça .
Servos, seguimos...
Pelo desejo que habita em nós
Dança Insana
Não divago sobre você
Em você, eu me embriago
São emoções que me tomam
Sensações que arrebatam
Enfraquecem minhas barreiras
E me prostram a sua mercê
No tatear frenético
Do pulsar insano
Dos nossos corpos síncronos
Numa dança ilícita
De sons em uníssonos
Desta paixão explícita.
Voltar a Sonhar
Se saudade é a palavra
Mister de todos os sonhos longínquos
Olhe para o céu estrelado
Tapete entremeado de luzes
Onde fulgura o brilho intermitente
De lindas lembranças
Do amor dos apaixonados
E num longo suspiro
Sorria, feche os olhos
E volte a sonhar...
Filhos do Destino
Somos filhos de um destino
Que na sutileza exata
Conduz nossos caminhos
Sem marcar hora ou data
O encontro, inusitado,
Seduz, encanta, arrebata
Correlaciona o inesperado
Deixando-nos lado a lado
Unidos pela atração
E ungidos na afinidade
Entregamos o coração
Sublimando a realidade
Mania de Amar
Peregrina de mim mesma
Sempre a garimpar espaços ermos
Intrínsecos e desconexos
Sem temer nesta existência
A eterna mania de amar
Amar o amor cata-vento
Girar, girando ao vento
Com alegria infinda
Ou triste e profundo lamento
Amor ou Carência
Será amor ou carência,
Esta insana incoerência,
Que diz tudo e nada ao mesmo tempo?
Bate e rebate nas asas do vento,
Traduz o óbvio inaudível
A inocência
E, imperceptível a coerência?
Ver e crer, diferem
Do não ter e não crer?
Discernem do desejo humano,
Nos lançando a desejar o profano,
Desejos em gotas que reluzem,
Solitários e ermos
Na calçada, sob as nuvens...
GUARDO NO CORAÇÃO
Engulo a última palavra
Torpe de sangue e solidão.
Guardo este amor bem guardado,
Dentro do meu coração!
Alguém me Espera
Andar no teu compasso
Mesmo mundo, outra esfera
Sempre a medir meus passos
Não importa se é outra terra
Pois é só esticar os braços
Que logo, um alguém me espera.
Minha Embriaguez
Um olhar penetrante
Que parte deste homem galante
Desejos no olhar
Suspiros, murmúrios, luxúria
Forma insinuante de conquistar
Altivez!
Tua forma de amar
Minha total embriaguez!
Fuga
E voou para o além em acrobacias inimagináveis
Roubando ao som de melodias
O verdadeiro script de seu autor.
Inventou sua própria história,
Sentindo a dor da ilusão,
Fugiu ao deparar com a vitória,
Sabendo que sofrer, iria então.
Nada na vida daria glória,
Nada do mundo seria canção
Tudo que tinha estava na memória,
E tudo que perdeu restou no coração.
O Semear do Amor
Nunca é por demais tarde.
Jamais o tempo faz-se ausente
Que nesse momento cesse o grito
O lamento que invadiu
Destruindo a melhor parte do que na alma existia
Apanhados de sonhos idealizados
Transformados em belas e coloridas flores
Guardadas e enfeitadas, delicada e esmeradamente
Em lindas cestas, bouquet e ramalhetes
Flores colhidas nos jardins suspensos
Da projeção mental de um amor imaginado, imortal!
Todavia, em oposição à eternidade
As estações passaram e do calor a fertilidade
O clima tornou-se seco e árido
A beleza, o brilho e as cores das flores
Inexoravelmente, findaram.
Se foram incitados ou por descuido, facilitados?
Já não mais importa...
Quiçá, delírios procrastinados da razão.
Entretanto, sempre existe tempo para que a existência
Ensine o semear, em outros jardins, com exatidão.
"E quando eu deixar de sonhar,
por favor, me enterrem,
pois aqui, nesta terra,
já não será mais, o meu lugar..."
Vem!
Feche os olhos e vem comigo,
Seguimos na mesma direção...
Não vagueamos...Buscamos!
Não sonhamos...Idealizamos!
Feche os olhos, me dê a mão.
Caminhe comigo...
Caminho contigo...
Vamos!
Não precisamos de explicação
Corações que sem querer, entrelaçamos
Em lindas luzes que salpicam em emoção!
Vem!
DEUSES OU HOMENS
Deuses ou homens
Que podem ser de ouro, prata ou lata!
Muitas vezes, sangue visceral.
Outras vezes, equívoco total!
Creia no que quiser crer.
Veja o que quiser ver.
Só não esqueça de olhar as estrelas
E delas vislumbrar que o mundo
Gira sem parar, redoma e fortaleza,
No trâmite natural dos mistérios
E estes sim, transformam com sutileza,
Banalidades em casos sérios!
UNIÃO DE ALMAS
Agora ao beijar-te a boca
Abandono-me na profundidade do teu olhar
E neste integrar lúcido de almas
Percebo o quão forte é esta união
Outrora, universos paralelos
Agora, união envolta em emoção
Explícita, longa e intensa ação
A condensar nossas energias
Desde a primeira atração
Quando jovens éramos
E naqueles dias sonhávamos
Com esta vida cheia de alegrias
BALADA DO PROFUNDO AMOR
Se for para nada ser
Que eu não seja uma, duas ou três.
Mulher, amante ou simples amiga talvez.
Que nada mais me reste se nunca mais
Eu ouvir falar a tua voz
Que se faça a noite fria e inconteste
Dos que perdidos vagam rumo ao nada
Que se faça a negra maldição
Se eu vier a te perder
Só então o desencanto
Secará meu triste e solitário pranto
Para jamais em mim, outra emoção assim, conter!
Mutação
Abrace-me com ternura,
Machuque-me em suaves ondas de prazer,
Deixe-me ser eternamente tua formosura,
Até exilar-me inteiramente em teu ser!
Quero ser tua doce verdade,
Nesse amor que devora o coração,
Em você vou perder toda a castidade
E enlouquecer a cada dia mais nesta paixão!
Viveremos num delírio constante de alegrias,
Nossas vidas unidas serão banhadas de sonhos
E seremos o elo do esplendor nas poesias.
O dueto maravilhoso se consagrará numa canção.
Transformaremos a pura realidade em fantasia,
Para nos transformarmos eternamente,
Em um só coração!
VIAGEM DE AMOR
Fecho os olhos e em uma viagem
Nos teus braços perfumados, estou!
Sonho acordada e nesta miragem
Da cruel realidade, nada mais restou!
Teu corpo, teu calor, teus beijos...
Beijos com sabor de mel, apaixonados,
Mãos ávidas saciando nossos desejos
Nossos corpos suavemente, sendo desvendados.
Entrego-me neste inebriante e supremo delírio
Deixo-me levar por teus caprichos, pois contigo,
Vou a qualquer lugar, tu és o meu amor, o meu exílio!
Assim nesta febre louca, de paixão e frenesi,
Sou tua fêmea, tua mulher, lascivamente tua, apenas tua!
Mas, frustrada abro os olhos e tu, não estás aqui...
ETERNAMENTE
Então, não me peça desculpas!
Combinado! Tentarei!
Fecharei os olhos e me entregarei a musica.
Mas você estará ao meu lado?
Porque faltara o essencial.
A pessoa que me mereça, o ator principal.
Com o pensamento a divagar, prometo, dançarei.
Girar a me entregar em sentimentos
Que jamais irão findar.
Mesmo que o momento seja breve
E que a razão teime em entrar em ação.
Porque uma fração de segundo vivido
Na entrega da paixão por si mesmo
É se integrar ao lívido entremear
Do sol e do luar
Com somente os anjos, a admirar
E poder ter a eternidade
Envolta em brilhos de esperança
A prometer sempre e sempre,
Eternamente, a contradança.
UTOPIA
Talvez fosse o desconhecido a lançar ao léu
A inexatidão de sentidos e emoções torpes.
Ignotas rotas de um destino, onde os caminhos
Contorcem-se em labirintos espelhados,
Refletindo um brilho obtuso e hipnotizador.
São os ímpetos do âmago despertados
Pela cruel mágica da criada ficção
A idealizada satisfação do humano alienado
Construindo redes a fecharem-se em ação
Ao redor do ideal, outrora projetado!