Simony Thomazini
Eu gosto muito das pessoas, ou eu as detesto. Mergulho fundo, porque sou assim. Não sou simpática se eu não quiser, não sei fazer "sala" com quem não quero. E não estou na vibe "docinho" todos os dias. Porque você pode me rotular do que quiser, é um direito seu, embora isso seja apenas um direito e pode significar nada pra mim. Me reservo para os poucos e bons. E isso sim é um direito meu, absolutamente meu.
As vezes fico aqui pensando. Será que algum dia alguém irá domar esse meu coração selvagem e urgente? Alguém que simplesmente fique e que não se assuste quanto eu contar meus segredos e minhas paranoias mais insanas. Alguém que me acalme quando eu resolver desistir de mim e me faça convencer do contrário. Alguém que apenas me olhe nos olhos e sem dizer nada me faça sentir plena de tudo.
A gente sempre sabe quando é diferente com aquela pessoa. É o cheiro, sãs as palavras. É o jeito dela. Não se sabe definir. Mas, depois que aquela pessoa entrou na sua vida, todas as outras parecem menores diante do sentir que só aquela pessoa conseguiu.
A paciência é requisito essencial quando nada mais resolve. As coisas só se encaminham para seus devidos lugares quando é tempo de ir. Se ainda não foi, paciência.
Afastar-me de pessoas que não me querem bem, que não me acrescentam, que não faz falta alguma, é a melhor coisa que eu posso fazer a mim mesma, e de graça!
E quando ela o abraçava tudo nela fazia sentido. Porque amar é isso: encaixar-se de foma mágica em alguém que num simples abraço, tudo ganhe vida.
A confiança é um dos laços mais importantes quando se está envolvido com alguém. Se ela se quebra, todo o relacionamento está seriamente comprometido.
Se não fosse essa mente cheia de paranoias, não seria eu. Se não fosse esse meu jeito todo desastrado, não seria eu. Se não fosse esse meu olhar por vezes perdido, não seria eu. Se não fosse essa confusão toda, não seria eu. Se não fosse esse amontoado de erros, ainda assim não seria eu. Se não fosse os medos, receios, atropelos, ansiedade, impulsividade não seria eu. Se não fosse os desencontros, não seria eu. Se não fosse as imperfeições, não seria eu. Eu, imperfeita, eu desigual, eu incógnita.
Eu, imensidão de mim.
As vezes aquilo que parece errado e fora do lugar te leva a lugares que se tivessem dado certo você não saberia o que sabe agora. Os contratempos do tempo sempre sabem o caminho que você deve percorrer.
E eu serei eternamente aquela exagerada. Exagerada nas palavras ditas. Exagerada nas palavras escritas. Exagerada nos pensamentos. Exagerada nos dramas sentimentais. Exagerada nas atitudes. Exagerada nos sentimentos. Exagerada nos caminhos entre o bem e o mal. Entre o certo e errado. Entre o tudo e o nada. Porque equilíbrio é algo a ser conquistado aos poucos. E eu não posso deixar esse meu lado exagero desaparecer por completo.
Porque se não tiver um pouco de exagero, não será mais eu.
Às vezes estou ausente. Faço-me ausente pra pessoas. Pra coisas desnecessárias. Mas, existem momentos em que eu queria estar ausente de mim mesma. Poder não sentir, mesmo sendo impossível. Às vezes eu preciso me recolher... Eu sei, parece confuso, mas são aqueles momentos onde falar não basta, mostrar-se não convence. Ficar só e fazer disso força. Fazer do silêncio poesia. Preciso me ausentar do mundo quase que como forma de sobrevivência. Colocar-me numa redoma e me contemplar. O mundo distorce o meu olhar sobre mim mesma. Preciso estar só pra poder me enxergar. Enxergar, mais do que ver aquilo que me falta. E saber reconhecer que aquilo que me falta é justamente aquilo que eu desejo pra mim. Fazer da falta não um vazio existencial, mas fonte de querer algo a mais da vida. O desejo me impulsiona pra vida, assim como a falta me leva aos fracassos mundanos e existenciais. Preciso fazer do meu silêncio o meu porto-seguro e o caminho indispensável que me levará de volta pra casa toda vez em que julgar que é preciso.
Demora-se em mim
Fica em mim
Que eu de mim
já não sei mais
Esquece teu passo junto a meu
Esqueça-se em mim
Vem e colore o vazio de todas as coisas
Que eu sozinha já não consigo mais.
Vem e faça doce o caminho
Que é pra eu não esquecer
Que a vida fica mais bonita
quando você vem.
"Nenhum lugar no mundo é capaz de te transformar naquilo que você não é. A gente pode mudar sim, pode evoluir, ou até mesmo regredir diante de situações difíceis, mas está tudo lá dentro. Não é o mundo que nos dá, somos nós que tomamos posse daquilo que já é nosso!"