Sigmund Freud
A única pessoa com quem você tem que se comparar, é com você no passado. E o único filho por melhor que deveria ser, é quem você é agora.
O preço do progresso cultural é a perda de felicidade, pelo acréscimo do sentimento de culpa.
É, sem dúvida, alheia à nossa inteligência e aos nossos sentimentos a união do amor com o ódio. A natureza, usando este parde opostos, consegue manter o amor sempre novo e vigilante,para protegê-lo do ódio que espreita atrás dele. Possivelmente,devemos o desabrochar mais belo do nosso amor à reação contraos impulsos hostis que sentimos no íntimo.
Contra o sofrimento que pode advir dos relacionamentos humanos, a defesa mais imediata é o isolamento voluntário, o manter-se à distância das outras pessoas. A felicidade passível de ser conseguida através desse método é, como vemos, a felicidade da quietude. Contra o temível mundo externo, só podemos defender-nos por algum tipo de afastamento dele, se pretendermos solucionar a tarefa por nós mesmos. Há, é verdade, outro caminho, melhor: o de tornar-se membro da comunidade humana e, com o auxílio de uma técnica orientada pela ciência, passar para o ataque à natureza e sujeitá-la à vontade humana. Trabalha-se então com todos para o bem de todos. Contudo, os métodos mais interessantes de evitar o sofrimento são os que procuram influenciar o nosso próprio organismo.
O ego tem a tarefa de fazer com que a influência do mundo exterior contrabalance o id e suas tendências, além de tentar substituir o princípio do prazer, segundo o qual o id opera, pelo de realidade. No ego, a percepção assume um papel que no id pertence ao instinto.
O superego surge, como sabemos, a partir da identificação com o pai, considerado como um modelo. Todos os aspectos de tal identificação compõem a natureza da dessexualização ou mesmo da sublimação. Parece então que, quando uma transformação deste tipo acontece, ocorre ao mesmo tempo uma difusão instintual.
Nada é tão difícil para o homem quanto abdicar de um prazer que já experimentou.
Nada pode ser escondido do superego, sequer os pensamentos.
Os tormentos causados pelas censuras da consciência correspondem precisamente ao medo da perda de amor, por parte de uma criança, medo cujo lugar foi tomado pelo agente moral.
É inerente à natureza humana ter uma tendência a considerar como falsa uma coisa de que não gosta e, ademais, é fácil encontrar argumentos contra ela.
Compreendemos muito bem como interpretar em outras pessoas (isto é, como encaixar em sua cadeia de eventos mentais) os mesmos atos que nos recusamos a aceitar como mentais em nós mesmos.
Mesmo coisas que parecem completamente esquecidas estão presentes, de alguma maneira e em algum lugar, e simplesmente foram enterradas e tornadas inacessíveis ao indivíduo.
As mesmas impressões que esquecemos deixaram, todavia, os mais profundos traços em nossa vida psíquica, e se tornaram determinantes para todo o nosso desenvolvimento posterior.
O amar em si, na medida em que envolva anelo e privação, reduz a autoestima, ao passo que ser amado, ser correspondido no amor, e possuir o objeto amado, eleva-a mais uma vez.
As crianças amam em primeiro lugar a si próprias, e apenas mais tarde é que aprendem a amar os outros e a sacrificar algo de seu ego aos outros.
Em matéria de sexualidade, somos todos, no momento, doentes ou sãos, não mais do que hipócritas.
A intolerância dos grupos é quase sempre, de modo bastante estranho, exibida mais intensamente contra pequenas diferenças do que contra diferenças fundamentais.
A interpretação dos sonhos é a via real para o conhecimento das atividades da vida anímica.
No inconsciente, nada pode ser encerrado, nada é passado ou está esquecido.
Afinal é preciso começar a amar, para não adoecer, e é inevitável adoecer, quando, devido à frustração, não se pode amar.
O medo frente ao desconhecido, ao diferente, é menos produto daquilo que não conhecemos do que daquilo que não queremos e não podemos reconhecer em nós mesmos.