Sidiney Breguêdo
Não reconheceram minhas palavras como ouro ou trigo, mas amanhã se levantará um grito que tropeçando se arrastou por toda vida dentro de mim.
Vem brandamente em grades usando janelas para me ver e na cópula sorri dos hunos entre minhas pernas.
Sozinha a paz estava ali embriagada de sombras sem amor. Como um elefante eu ia passando a multidão, rasgando o entardecer...
Bebo rosas para embriagar teu coração e Brasília enrubesce naquelas nebulosas histórias de canteiros e flores.
Para acreditar em pássaros é preciso voar na imaginação, mas para crer nos aviões é preciso por o cinto e segurar o saquinho de vômito.
Para acreditar em algo é preciso buscar a alma dela. Geralmente a alma das coisas está jogada em qualquer lugar distante da imaginação.
O que os poemas falam não é dado ao leigo entender, só o coração tem os códigos que traduzem o que mesmo de olhos fechados pode-se ler.
Para que exista a maioria deve existir uma minoria que erradia força e talento que abstrai e ofusca a vontade de parte do todo.
Brasil é um lugar onde pensam que educação é sinônimo de escola. E político é eleito apenas por defender a construção delas.
Vi poesia pelo caminho, isso não me privou de ver a indecência dos políticos brasileiros que desviam da educação os analfabetos brasileiros.
Quando fazemos algo com a desculpa da loucura, estamos a fazer algo imbuídos da sabedoria dos deuses.
É claro que eu cometo erros: um deles foi levantar a bandeira de um partido pensando estar levantando a bandeira do Brasil.
O lado bom de ser honesto é que somos mais ou menos como o super homem, no mundo todo tem apenas um ou outro.