Sérgio Henrique Fraga
Com o tempo, você percebe e distingue o que é bom do que não é. Você começa a entender que não está no controle de tudo, que muitas coisas irão dar certo e outras não, e isso não será totalmente sua responsabilidade. Você é apenas uma peça se movimentando nesse grande jogo. Você então perceberá que as pessoas se movimentam com aquilo que têm em mãos, com aquilo que seu coração permite fazer. Você não mudará isso. Movimente o seu melhor.
Se buscamos na reciprocidade o combustível para nossa jornada, estaremos, irrefutavelmente, condenados à derrocada na primeira curva, nos sabotando do regozijo borbulhante de contemplar o crepúsculo que resplandece na chegada tão perto inimaginável.
“Quando amamos verdadeiramente, a distância e a separação são dolorosas. A coragem então retorna ao descobrirmos que o amor é ininterrupto, é uma constante que apenas evolui de dimensão. E lá, no esotérico cosmo, continua esplendidamente a iluminar nossos caminhos”
“Se não dissermos nossas intenções e o quanto estamos dispostos, a relação estará fadada ao óbvio – o afeto ordinário. Porém, se fizemos de forma translúcida e declarada, as portas do amor estarão escancaradas para a descoberta infinita”
“O aeroporto é literalmente o lar dos antevasins, os seres que abdicam-se do conforto de seus lares para se aproximarem de seus fundamentos espirituais, de seus mestres, mas sem pertencer a ninguém. Desta forma, estes residem na transitoriedade, e o seu paradeiro seguro é a incessante viagem; o padrão a oprime, o desafio a liberta e o aeroporto a aconchega, dizendo: ‘vá, volte para cá quando quiser ir, assim estarás liberta, presa apenas a si mesma’. Assim ela fez, ali, em meio ao caos, encontrou mansidão e entregou-se.”
Vivenciar experiências difíceis e dessaboradas é a essência de uma vida hiperbólica, ainda que indesejada, pois foge do padrão de progresso definido, gerando comportamentos corriqueiros, onde o desempenho linear e gradual é almejado e conquistas sutis são recompensadas; ainda que lentas, são perceptíveis e assim consoladoras. Agora, os saltos quânticos requerem, inesperadamente, sem sabermos o ponto da curva, acúmulos de energia, que parecem retrocessos, talvez perdas. Porém, quando novamente projetados em uma linha perpendicular, a trajetória torna-se suntuosamente deslumbrante: ofusca o acomodado e incendeia o otimista. Estabelece-se então novos limites jamais imaginados, sentidos ou vividos.