Toda pessoa despreza a época em que vive.
Há o tempo de lutar e o de render-se, aceite seu destino.
Um deus solitário não lida com remorso, crítica, punição; faltam-lhe outros que regulem seu comportamento.
Povo que não se modera se destrói.
Quem diz coisas razoáveis não tem seguidores.
A dor, indivisível, nos isola.
Eu entraria em conflito com todos os eus do passado e do futuro se nós habitássemos o mesmo tempo.
Sem o risco de punição, quem se importa de ser bom?
Não entendo o que fiz nem sei o que farei.
Identidade é um fluxo imprevisível de causa e efeito.
A vaidade humana está sempre em liquidação, basta uma medalha.
O desvio sistemático da democracia anestesiou o povo.
A maioria silenciosa não decide os rumos da humanidade.
Nem a antevisão do apocalipse afasta-nos da rota autodestrutiva.
Viver é tolerar opiniões contrárias, controlar desejos, lidar com frustração, suportar a existência do outro, perdoar.
O mundo é um corredor com portas fechadas, mas pintadas como se estivessem abertas.
No fundo, nem o pão é inocente.
O que seria da ilusão sem a dor?
Ninguém sonha no Paraíso.
Sabem aquela frase: e viveram felizes para sempre? Ela decreta o final de um livro, pois história é feita de infelicidade.
A vida sempre nos pega despreparados nos infortúnios.
O sonho, acuado pela realidade, temia que sua realização o dissipasse.
Leva tempo para restaurar as regras violadas de um jogo.
Eu desisti da verdade há tempos, só verifico se a mentira foi bem contada.