SELDA KALIL
REFLEXÃO
O tropeço faz parte de nosso aprendizado
Abrilhantam-nos quando de fato aprendemos
Errar é uma escola dos consertos aos acertos
Que nos enaltecem quando subentendemos
REFLEXÃO DA VIDA
O susto às vezes declinam nossos corações
Desequilibram-nos ou nos trazem emoções
Somos parte de um todo com virtudes e defeitos
Quando assustados somos deveras indefesos
REFLEXÃO DA VIDA
O olhar tem a ousadia do desvendar segredos
É tão sábio quanto presente em afirmações
Dispensando palavras soltas sem conexões
REFLEXAO
O abraço é o irmão mais próximo do amor em união
Quando incondicional, é confiável aos nossos corações.
Sem fianças, sem taxas e sem cobranças entre si.
E agora José ?
Surge assim do nada e encanta-me!
Com um sete um convincente, leva-me
De mansinho aos meus ouvidos, estremece-me
Tira-me do sério, entrego-me
E agora José ?
Se este é o paraíso, ainda não sei
Encantei-me e já me adentrei
Nesta chuva já me molhei
Dei e me lambuzei
Gostei, pedi bis
Está-se certo ou errado
Fui eu que assim quis.
DESILUSÃO
Amor que não resistiu a tantos erros
O que era doce virou tormento sem solução
Nossa era de enganos foi taxada a mentiras
Maltratou meu coração e derrubou minhas emoções
Tão estúpido cravo das mentiras
Sujou seus artifícios no mundo dos malditos
Foi expulso do paraíso sem direito a nenhum veredito.
Tenho medo !
Pensei um dia, poder vencer meu medo
Encolhi-me, deixei a vida passar
O medo sempre ali
Ocupava meu espaço, me açoitava
Sem me dar tempo de pensar em mim
Pensei até ser mais forte que ele
Mas não era bem assim
Era fraca, sem versão ou coragem me eximia
Já tentei várias vezes pular em cima desta maresia
Quando olhava de lado, meus braços eram fracos
Minha mente se tumultuava,
me embrulhava junto ao meu amigo travesseiro
Sempre tentei lutar contra ti, em vão
Tenho medo!
Medo de mim...
Medo da vida...
Medo da morte..
Medo do tempo...
Medo do homem.
Acomodo meu leito em autocrítica
Porque tenho medo !
AGONIA
Em tempos bons cavalguei sem agonia
As flores me levavam até o sol sem maresia
Cantavam comigo as pelejas das simplicidades
Me fazia feliz mesmo de pés descalçados
Em galopes, meu cavalo e meu alforje,
sustentavam-me nestas viagens de outrora
As águas banhavam-me rio afora,
quando a quentura abrasava meus pés
Enquanto os gados saltitavam fazenda afora,
Os homens laçavam com prazer suas crias
E os notáveis calos nas mãos os envaideciam
Sem se preocuparem com as vaidades do outro dia
Hoje em agonia o corpo e a alma se angustiam
Um vazio espaçoso e espantoso os abraçam
A tecnologia roubou todo nosso espaço
Ficamos deveras sem nada.
Rancho na colina
Lá no alto da colina
Há um rancho, meu apego, meu descanso
Felicidade que fascina e não tem preço
Nas labutas e no silêncio do meu berço
Um olhar vira aliança
Um cantar nos traz lembranças
Dos amores que vivi nas minhas meras andanças
E dos que perdi nas minhas infrenes lambanças
No meu rancho há simétricas cantarolas
Eu,uma viola e meus pássaros sem gaiola
Bem unidos num Dó. Ré.Mi.Fá.Sol.Lá.Si
Deus dos altos nos contemplam
Desce os anjos com suas flautas e se ambientam
Bem unidos, bem amigos e bem irmãos.
Sorte tem quem se assume
Humildade tem que se autoriza
Verdade em verdade lhe digo
Você é bem melhor do que eu.
Bendito sejam nossos neurônios
Quando são bem resolvidos e sabem contar
Encontrando resultados exatos em suas matemáticas confusas
Cabeça dura vai batendo até estrangular-se
Porque não soube somar e nem tampouco diminuir
Esfregou-se, lambuzou e se estacou aqui, sem ter aonde ir
MENTIRAS
A gente vai descobrindo e se decepcionando
Não permitindo que os mesmos erros se repitam
Não há nada pior que conviver com pessoas mentirosas
Elas nos jogan num buraco das mais ardilosas desilusões
Tudo que vai,volta em revalidação aos acertos da vida
Como a mentira tem pernas curtas, lava-se toda roupa suja extorquida
E quando a casa cai só sobram os entulhos e as lambujas
Seu raciocínio é fraco
Seu autocontrole é como pena
O vento passa e logo te depena.
Não penso ser melhor ou pior que você
Mas meu raciocínio supera suas superações
dentro de suas supostas suposições.
Não quero te esquecer
Não quero te esquecer
Porque te amei fora do meu tempo
Meu juízo em sinal de alerta piscava
Peguei o trem sem noção da hora
Desci numa estrada de porteiras fechadas
Vi-me em risco neste discernimento
Retornei meus passos neste contratempo
Há uma porta nos esperando
Um de nós dois terá de abrir
O mais corajoso talvez
Porque o vento nos afastou
Trancou nossos corações
Sem nos dar chances de acertar.
Há outro lado da vida
Que talvez possamos nos encontrar
Lá existem todas as portas de saídas e entradas
Que possa nos separar ou nos unir para o resto de nossas vidas
TEMPO
Só se aprende com o tempo quando dá tempo
O tempo não espera seus acertos com a vida
Não te espera assentar e tentar se ajustar
Ele é de fato atroz e não nos amenizam
Na ancienidade o tempo não nos dá mais chances a erros
Quando a cabeça não pensa o corpo padece
A mente esmorece e o leito agradece.