Sebastian Levati
Quando se tem algo que difere do padrão geral, natural ou adquirido, ainda que seja um ínfimo desvio no seu comportamento, você está derrubando muros, infringindo costumes; e ninguém quer este muro derrubado... Querem se esconder e se proteger atrás dele. E se derruba este, constroem logo outro, com alguns conceitos ainda mais altos. Querem te indicar caminhos e controlar teus passos. Rebele-se; dê pernadas, piruetas e rodopios. Quebre as regras. Baila e sapateia sobre elas.
Canto e conto histórias... Como um mágico que tira coelhos da cartola, minhas personagens correm por aí e circulam na aba do meu chapéu, saltam dos meus bolsos, surgem ou se escondem nas dobras do meu casaco e do meu pensamento. Para isso, eu dependo da preciosidade da sua atenção... De ter o abrigo luminoso do seu olhar e o refúgio acolhedor da sua curiosidade.
Poesia é o palco onde as palavras, ou choram, ou cantam, ou dançam... ou fazem tudo ao mesmo tempo. No mínimo, dão-se as mãos entre si! Poesia é isso!
Às vezes as poesias me procuram na forma de pequeninas cabras e me pedem que as ordenhe! É muito bom e prazeroso quando elas vêm com os úberes cheios!
É àquilo que você vê e os fatos que o teu coração sente que refletirão no espelho da alma dos teus filhos.
A natureza não precisa de nós para existir. Nós precisamos dela! Ela nos criou e apenas nos tolera... Por enquanto. Quando ela achar que já lhe fizemos mal o bastante, ela nos espreme e nos faz de adubo para ficar mais bonita.
Ainda que ninguém venha me ver eu nunca estou sozinho. Toda vez que chego em casa, eu o ouço ladrar atrás da porta.
O teu trabalho jamais te abandona. Ele é a base do teu corpo e a massa do teu caráter. Mesmo no teu descanso, no júbilo da tua velhice, ele será o conforto do teu ócio, consciente e realizado.
Se eu ouvisse a voz de Deus, ia pensar que sou Moisés, ou talvez um Maomé; Acho que não... Acho que estou mais para Joana D’Arc.
Disse Victor Hugo: “A solidão faz homens de talento ou idiotas”; ocorre que eu sou um solitário bipolar.
É tão desanimadora a situação do mundo que gostaria, de fato, de participar de algum santo arrebatamento; mas como sou meio descrente, então, aceito ser abduzido.
Pobreza ou riqueza; depende de quem as vivem; se me faltam coisas, sou pobre; se me sobram coisas, sou rico.
As leis não são feitas para os bons, pois estes não precisam delas; não são feitas para os maus, pois estes não as obedecem. Então, há um bando de espertos tirando vantagens para fazer leis que são inúteis.
No mundo, há crianças com fome. Deus sabe disso? Claro que sabe! Ele é onisciente... Mas está muito ocupado ajudando jogadores de futebol a fazer seus gols.
Já empoderaram divindades, cetros, coroas e togas; ternos, gravatas, manias e coisas. Já perceberam que há poder demais e o que precisamos é o inverso disso tudo?
Matar a fome, vestir, ajudar, socorrer, ganhar, perder; compete aos humanos. Aos Deuses, basta que nos tragam o amanhã.
A árvore genealógica do brasileiro tem raízes africanas, galhos e folhas com influências americanas e tronco indefinido entre nativos e europeus; daí, ser uma planta espinhosa, rastejante... Mas, em compensação, é excelente trepadeira.
Estradas, caminhos, veredas e trilhas... não importa qual eu tenho que percorrer; desde que me leve até você.
Serei adepto de qualquer religião; Budismo, Hinduísmo, Cristianismo, Umbanda, Taoismo... Não importa; se você for a deusa para a qual acendo o meu incenso!
São infinitos e complexos os meios de se atingir o universo do saber através de um livro. Porém, uma vez tocado, ainda que num pontinho obscuro e imperceptível, um clarão cintilante invade a nossa mente, apagando as sombras e, transcendendo em fulgor, surge a luz infinita do conhecimento.
Quanto maior o teu nível de conhecimento, menor será a necessidade de palavras para esclarecer as coisas.
