Sayonara T.
Mas contra todas as expectativas, eu ainda to aqui, não tô?
E eu ainda tô esperando, não tô?
E só Deus sabe até quando eu vou aguentar ficar sentada aqui, procurando a bendita segunda estrela à direita, me consolando com o céu, me confessando com a lua.
"Tudo que vai, volta
Tudo que vai, volta
Tudo que vai, volta" - ela pensa. E repete 7 vezes, só pra garantir.
Não se deve confiar em correntes amarradas ao vento, menina. Não tem nada do outro lado pra te segurar.
Qualquer brisa te leva e você se perde.
Mas essa é a corrente mais resistente, senhor. A que te mantém em cativeiro sem chaves nem cadeados, e, devo dizer, era tudo muito lindo.
E quanto a todas as estrelas que se explodiram? Seria uma benção ou uma maldição estarmos tão longe a ponto de ainda sermos aptos a enxergá-las na escuridão do céu noturno?
Talvez eu só precise ir pra longe.
Voe, Liz.. segunda estrela à direita, direto até o amanhecer - eu sei que você sabe a direção.
Eu vou te encontrar.
Desde que eu nasci eu acho que tô atrasada, como se eu tivesse perdido a minha limousine e tivesse pego uma charrete lenta e com a destinação trocada.
A gente tá dançando essa dança sozinhos, amigos.
Eu, em particular, tenho um histórico interessante sobre isso.
Dançando sozinha.
Sempre foi assim.
Sempre vai ser
É como se fosse raiva, mas não é.
Eu não posso deixar a falta de palavras no vocabulário limitar o que eu sinto.
Pra longe. Mais e mais.
Ela não se importa com muita coisa, sabe?
Ela só precisa saber que ainda existe um jeito.
Que de tantas coisas que se perderam pelo caminho, ele ainda vai estar lá.
Mas o tempo tem um poder estranho sobre as coisas, e ela perdeu a capacidade de distinguir esperança e imaginação.
E, sabe, quando você acredita, corre o risco de conseguir.
Ela sabe que vai, mas não tem controle algum sobre o tempo.
E é quando ela se perde na imensidão do universo que o medo aparece.
Quantas vidas vão ser necessárias até que a gente se encontre?
É tempo de mudança, meus amigos.
Refaçam suas malas e deem adeus a tudo que ficar pra trás
As estradas nos esperam, é assim que acontece
E quem sabe daqui a algumas milhas
A gente se encontre a meio caminho de lugar algum
Porque o ciclo nunca termina, e a vida é curta para os que buscam algo.
Eu levo minha dignidade comigo, mesmo estando aqui, onde o céu parece mais longe; e mesmo estando no fim das minhas forças, sem beleza pra desfilar ou inteligência copiada de livros e arrogância, ninguém brilha como eu.
É só uma dorzinha chata.
Como uma cárie na alma.
Mas eles disseram que ia passar.
E eu disse que acreditei.
"Eu estou seguindo você, menina, não precisa olhar pra trás.. eu não vou embora.
Eu não vou a lugar algum."
E ele desapareceu outra vez.
Mas dessa vez ela sabia exatamente pra onde. E o medo sumiu.
Valeu, galera estúpida.
Com sorte vocês entram pra academia brasileira de letras.
Eu sei que o meu lugar é num caixa de supermercados.
Todo mundo sofre, às vezes - já dizia Michael Stipe.
A diferença é que uns bancam a Santana com uma garrafa de álcool gel e um vidrinho de perfume pra sobremesa; outros se cortam e sangram até a ambulância do SAMU bater na porta de casa; outros criam blogs.
Já faz muito tempo que eu tô na banguela dessa vida. Fiquei no ponto morto e fui andando.
O problema é que o ponto morto só funciona pra descer.
No ponto morto ninguém sobe.
Meu amigo secreto se foi pra longínqua Terra do Nunca, se foi com uma passagem só de ida.
Não sei se vou poder entrar lá.
Eu tenho certeza que o que você falou era verdade.
Não importa onde você esteja, eu olharei pra cima e verei alguém na escuridão por mim.
E eu por você.
"Te vejo em julho", você disse.
Não me faça esperar muito.
Eu não preciso da aprovação, eu preciso do que é meu
Cansei de convenções, cansei de explicações
O horizonte é longe e eu tenho que me apressar.