Sandy Lopes
Estava aqui pensando, escrevendo e apagando. Tentando dissimular o amor, ligando conversas; histórias de amor dos meus colegas. Isto é, estava aqui depositando sentimento onde não tem. Deis do meu despertar é banal, o caminho que faço da cama até ao banheiro; nunca foi tão cansativo. Até o meu dormitar é banal, dormir é saber que nada encantador aconteceu e nem vai, porque todos os meus dias são assim. Como vou escrever a respeito de paixão, quando não estou apaixonada, como transmitir a cena de acordo com o que sinto, quando não sinto nada, como maravilhar o legente, estando vazia. Por vezes, eu senti pelo outro, porém, tornei-me tão miserável de sentimentos que é impensável pensar como o outro pensaria. Digam-me que gostam, mesmo se por ventura não gostarem, digam-me sempre que hão de amar, qualquer bosta que eu ousar em escrever, uma vez que, agora; o único sujeito que eu desejo encantar e a única história de amor que habita em mim, é o amor pelo meu leitor.
A tolerância é zero, mas o sentimento é suficiente, logo; tolero. Tolerei os seus "não", suas queixas, sua hesitação, sua indiferença, seu desinteresse, suas escolhas, sua infidelidade, seus descuidos, sua incompreensão, tolerei; você. E não deixei de tolerar, sigo nessa recorrência. Eu abri o invólucro do meu coração por você; ainda consigo fechá-lo, porém, nunca mais será o mesmo. Eu tolero tudo, menos que grite, senão eu choro. Menos que demore a responder, senão eu surto. Menos que prometa sem cumprir, senão me decepciono, ou seja, não faça mais nada intolerável, senão eu cansarei. Hoje eu tolero muito, amanhã pouco e algum dia mais nada.
O cemitério
Lugar de tristeza e lembranças. E por fim, foi lá que eu enterrei você, a gente, e principalmente o meu honesto amor que foi guerreiro ousou de verdades, mas merecia a morte. Pulei no teu cachão, cuspi nas flores e gargalhei o passado e sorri para o recomeço. É meu amor, eu, finalmente, enterrei você.
Eu não vou ter pena de você se você errar, analisando os fatos poderei até perdoar, mas de maneira alguma vou persistir, se por a caso você se contrariar, pedindo desculpas e depois errando novamente. Por isso repito pra ser chata mesmo, eu sou suficientemente mulher para viver feliz, sem você. Sobretudo, esquecerei você e também teu erro mas de mim você vai lembrar, olhar de longe a mulher que de nenhuma maneira voltará, para um cara pobre de coração e podre de atitudes. Eu sou rica de coração e milionária de atitudes, eu mereço escolher alguém que me merece e você merece alguém podre igual a você.
Eu escolhi escrever pra você, porque eu tenho quase certeza que se eu escolhesse falar, você me olharia concentrado e me desconcentraria.
Eu posso amá-lo, mas não sou estúpida de esperar mais da tua índole que não seja condutas de um tratante. Mas, como eu gostaria que aquilo que saiu da tua boca fosse realmente parar no papel.
Já dizia projota: Não me rendeu casamento, mas tá me redendo uns versos bom. Ops, é que no meu caso foi mais ou menos assim.
Tem gente que quer.
Tem gente que quer demais.
Tem gente que quer além.
Tem gente que não consegue viver sem.
Engraçado.
E quem tem...
O diário de uma apaixonada
Sabe, ontem a rua estava que nem formigueiro de gente e eu me senti só. Sabe, ontem eu fui numa entrevista de emprego, o cara perguntou se eu tinha algum defeito, respondi que eu não sabia falar inglês. Sabe, ontem minha família disse que eu não estou nesse mundo, e na verdade, estou mas como nunca estive. Sabe, ontem após sair do banho, eu fui pra frente do espelho e desejei tanto que você me visse. Sabe, ontem eu não dormi bem como todas as outras noites.
Sabe, não, você não sabe! Porque se soubesse você não consegueria viver normalmente.
O diário de uma interesseira
Ela: Eu daria tudo, mas tudo mesmo.
Ele: Acho bem difícil você fazer isso.
Ela: Por quê?
Ele: Porque tudo foi muito caro.
Ela: Então, eu daria metade.
Ele: Também acho difícil.
Ela: Mas por quê?
Ele: Porque você precisa de tudo.
Ela: Você está certo. Eu realmente não daria nada por você.
Ele: É, eu sei. Mas eu daria, eu daria tudo.
Ela: Sério? Então dar tudo pra mim?
O diário de uma apaixonada
Ele: Eu te acho tão...
Ela: Seja lá o que for, não diga.
Ele: Tão linda!
Ela: Você faz tudo errado.
Ele: É que eu não sei o que fazer.
Ela: Imaginei. Faça como sempre, vai atrás de outras.
Ele: Tá vendo, isso é chato. Você não é como as outras.
Ela: Então, eu devia ser?
Ele: Não foi isso que eu quis dizer. Tudo o que eu falo ou faço, é errado.
Ela: Não se culpe. O erro, está em mim. Eu gosto demais.
O diário de uma interesseira
Ele: O que você sabe sobre o amor?
Ela: O suficiente.
Ele: Você não sabe nada. É uma medrosa.
Ela: Medo? Eu tenho mesmo.
Ele: Medo de mim, de você e do amor.
Ela: Eu tenho medo é de acabar minha vida numa pia lavando louça.
Ele: (Risos). Não vai acabar dessa forma, mas também não vai acabar do meu lado.
Ela: Eu posso conviver com essa informação.
Ele: Você não entende. Eu não vou poder amenizar sua queda.
Ela: Eu só quero que você amenize meu bolso.
Realmente posso não ter sido nada fácil, mas pra você eu também nunca fui difícil. Eu posso não ter sido difícil, mas eu também nunca deixei você passar de fase.
Me diz como perdoá-lo, se tudo o que fez comigo foi exatamente o que queria fazer, e me diz como aceitá-lo, se eu vejo nos teus olhos que o quer mesmo é partir.
Não ache que eu fiquei com você porque eu era apaixonado. Eu fiquei porque eu não era apaixonado. É quase que a lei da vida, se eu fosse apaixonado por você, você não seria por mim.
Não há cura sem ferida, portanto; só se cura da dor de um antigo amor, quando pra si mesmo assumir que dói.
Não existe grande atitude para quem não te ama. Não existe pequena atitude para quem te ama. Quem não ama, nada vê. Quem ama tudo vê.