Um morto é como um espelho do nosso velho-eu.
A morte é coletiva, todos morremos com o morto.
Morrer é necessário para se viver de facto.
Morrer é necessário.
Viver é fundamental.
Morrer é contranatura quando ainda não se viveu em vida.
A vida empresta-nos as formas, cabe a nós usá-las.
Neste mundo, a diferenciação é a repetição.
Não adianta entender o mundo conceitualmente se não o vivermos experiencialmente.
O mundo é a mente ampliada.
Na natureza vemos o equilíbrio entre a fluidez da forma e a solidez do conteúdo.
A natureza cumpre-se diariamente e doa-se em eternidade de espelho.
Quando preciso de inspiração, vou para a natureza, pois é lá que inspiro melhor.
A natureza é o coração de Deus.
o que vês fora
vês dentro
há tanto que vês sem ver
e tanto que não vês vendo
tudo se mostra a seu tempo
leve uma, duas ou mais vidas
- qual seria a graça de ver tudo de uma só vez?
É quando vemos partes nossas nos outros que finalmente nos reconhecemos.
Lidar com o outro é terapia ao vivo e a cores.
Aprendi uma coisa: quando se pensa de mais, vive-se de menos.
Quando mais te escondes, mais oportunidades perdes de te encontrares.
Ao invés da perfeição, o nosso contínuo aperfeiçoamento.
Para achar a medida perfeita, é preciso, primeiro, um transbordamento.
As pessoas que mais nos fazem evoluir são aquelas que nos levam para além de nós mesmos: libertos que estamos da nossa suposta identidade.
Ser poeta é o meu gesto de me esquecer de mim em mim e de me lembrar de mim em ti.
A cada dia que finda, uma nova vida que inicia.
Ao poeta, como ao dia,
A pena capital
O cumprir completo
Neste mundo
Do seu próprio comprimento.
Quem nasce poeta, não parece ter uma vida funcional. Para o poeta, a vida é de outra natureza ergonómica.
Para um poeta, a beleza é o seu dízimo diário.