Salomão Ferreira
Beleza incomparável
Ligando meu céu a terra
Me deixando vulnerável
Em meio a uma guerra
O céu na mente soletra
Palavras de incerteza
A terra no peito grita
Oque o coração deseja
Deus quando fez o mundo
Encheu o mesmo de cores
Eu vejo a todo segundo
Nos passaros também nas flores
A luz que encoraja os sonhos
Por mais louco que pareça
Há sempre perdas e ganhos
Do coração à cabeça
Pra vida ficar melhor
Que seja até mesmo na rua
Cante uma música pro Sol
Ou recite um poema pra lua
Queria fazer-lhe um verso
Mas palavras não encontro
Embriaga meu universo
Me deixa um pouco mais tonto
Até quando ficarei esperando a onda do mar?
Não sei o quanto vai demorar
E nem sei se vai chegar
Só sei que vou esperar
E quando ela chegar
Vou abrir os braços e deixar que ela me abrace
Me envolva em suas águas
Só não queira me afogar
E se ela não chegar
Só me resta esperar
Esperar com meus pés na água
Esperando a onda chegar
E vendo o dia acabar
E o sal das lágrimas se misturam ao sal do mar
E se a onda chegar?
E o sal das lágrimas se misturam ao sal do mar
A vida tem seus espinhos
Por vezes bem dolorosos
Eu olho pros meus caminhos
Tem espinhos bem preciosos
A força que o vento tem
Pode me chocar também
Em direção ao rochedo
Mas eu não tenho medo
O vento me reajusta
Quem se ajusta ao rochedo
O vento não lhe assusta
Assim como algumas flores
Que nascem em meio ao esterco
Existe também amores
Que surgem em qualquer beco
Por vezes a distância e nessesaria
Pra moldar a certeza do carinho
Só quem ama a distancia solitária
Que entende a riqueza do caminho
As vezes o caminho
Se torna muito estreito
Carregado de espinhos
E vai perfurando o peito
Não há caminho sem fim
E nem fim sem recomeço
Mesmo tendo um dia ruin
A noite sempre agradeço
Quem pudesse ouvir oque grita meu silêncio
Com a força que reprime um sentimento
Como passarro que tem asas e não voa
Como sombra que dessipa a luz acesa
Como veu que cobre e não esconde
Um tesouro de raríssima beleza
Colocando as cartas sobre a mesa
Onde o medo consumindo pela duvida
A armadilha pegou pela certeza
Trancafiando o peito em armadura
Que breve seja a passagem
Pelos campos da cruel incerteza
Que ao cruzar a ponte do desprezo
Que renasça os campos de beleza
Ao ouvir um pensamento seguro
Aprovado pelo coração cansado
Faz vibrar as retas do futuro
Esquecendo as curvas do passado
Que o tempo me dite a direção
A distancia não pode ser alento
Doque vale o bater do coração
Se o mesmo não lê um pensamento