Saint-Clair Mello
Os soberbos, esses que estão sempre de olhar altaneiro, com frequência pisam nas merdas que os cachorros deixam pelas calçadas.
Pior cego é aquele que, além de não querer ver, pragueja contra a escuridão, xinga o seu autor e mete a bengala no cão-guia.
Pressupor que, um dia, o ser humano dará certo comprova a ideia de que o ser humano é mesmo incorrigível.
Na Bahia, os movimentos sociais recrudescem até o meio-dia, quando, então, amainam, até encontrar uma rede, um ensaio do Olodum, ou a lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim.
Todo imortal da ABL, quando morre, comprova de modo irrefutável que o título lhe foi dado sem critério algum.
Até uma simples vacina contra a gripe nos protege mais da morte do que a condição de imortal da Academia.
Quando o Comunismo russo ruiu, nem só os ruços riram. Riram alguns morenos, alguns ruivos e diversos romenos.
Quando um imortal da Academia morre, isso só vem comprovar que a mortalidade é realmente muito letal.
Se o Botafogo não fosse esta centenária instituição admirável do desporto nacional, porém regida por superstições, mandingas e despachos, certamente poderia ser uma promissora casa de orixás.
Sou de extremos. Quando sinto pena de alguém, sou emplumado como o pavão. Mas também, quando não sinto, sou mais depenado que filhote de papagaio.
Toda a pretensa literatura de autoajuda ajuda mais o autor do que o leitor, o que vem justificar plenamente sua denominação.
Um coxo e um mentiroso são pegos facilmente. Só que, com relação ao mentiroso, se você não conseguir provas cabais, será certamente processado por calúnia, injúria e difamação.
O vivaldino morrerá como qualquer mortal. Ou dará um jeitinho especial de escapar no momento crucial?