Sabrina Niehues
Ele tocou meu rosto delicadamente, colocou seus dedos em meus lábios, depois tocou meus cabelos e me então me abraçou. Em meus ouvidos sussurrou que me amava. No seu abraço eu pude sentir que era verdade.
Em frente ao mar
Com os pés descalços
Eu sinto a areia em meus dedos
Em poucos instantes eu toco a água
Olho para o horizonte
Eu me pergunto como vim parar aqui
Então me dou conta de que não estou aqui
É apenas a minha imaginação.
Ando pelas ruas, cheias de gente por todos os lados. Todos rindo e se divertindo. E eu tão só. Acho que nem na Lua minha solidão seria maior.
Minha sombra é a única coisa que ainda me acompanha. E quando eu estou no escuro, até ela me abandona.
Estávamos andando pelas ruas da cidade de Rio do Sul, olhando vitrines, apreciando as pessoas estranhas, a vendedora ambulante, da qual ele me comprou uma pulseirinha. Vagando pelos meus pensamentos, eu me dei conta de que deveria aproveitar muito aquelas tardes. Pois só eu sei o quanto sentirei falta disso um dia.
O que você diria se eu dissesse que morri por você? Você ficaria louco? Você choraria? Será que então você veria o quanto eu te amava? Era tão doloroso pra mim ver você olhando para as minhas amigas, elogiando elas... O que você faria? Se importaria? Ou apenas diria que esse é o fim merecido de uma pessoas louca?
Eu sempre me preocupei com as coisas certas. Eu coloco em prática tudo aquilo que julgo certo, tudo o que penso e sinto. Palavras são lindas, mas não são o suficiente. Precisamos ter coragem para pensar, para sentir e para falar. Precisamos é de coragem para viver.
Acho que ainda sinto uma atração por ele. Talvez sejam seus olhos. Os olhos dele não sorriem pra mim, mas eles brilham. O brilho no olhar dele é fogoso e atrativo. Mas o que me atrai mais não são seus olhos, mas sim ele por completo. Ele por dentro. A alma dele. O que ele é de verdade e o que ele significa pra mim.
Devia ser um fim de tarde. Estávamos todos reunidos, meus amigos, e amigos do meu irmão. Ele fez o pedido publicamente, o que me deixou nervosa. Por isso acho que neguei. Se eu lhe dissesse que me arrependo até hoje de não ter aceito, você acredita? Você me daria uma nova chance? Eu gostaria que sim.
Era madrugada e nós estávamos conversando ainda pela internet. O dia estava quase amanhecendo. Então me passou pela cabeça de chamar ele para vir até aqui na frente de casa, na praça, para a gente ver o Sol nascer e beber uma xícara de café, que eu sei que ele gosta. Fiz o convite, apesar de acreditar que ele não aceitaria, pois era realmente uma ideia um pouco absurda. Mas ele aceitou. Ele disse que viria, então fui preparar os cafés. Quando abri a porta de casa, lá estava ele sentado ao bando da praça. Eu sorri, entreguei á ele uma xícara e me sentei. Então nós ficamos ali, esperando nascer o Sol, falando sobre como éramos loucos. De repente acordei, e descobri que era apenas um sonho.
Parece que descobri que eu sei ser uma boa ouvinte. Tenho alguns amigos e amigas com quem eu levo um papo sério. Eles confiam em mim, porque sabem que podem. Eles me confidenciam seus momentos mais íntimos. Eu escuto e dou minha opinião. Parece que eles gostam de mim. Dizem que sou uma boa amiga, uma boa conselheira. Mas, sabe, talvez isso seja bom, mas não sei se é pra mim. Tenho um amigo que parece que gosta de me confidenciar seus segredos. Ás vezes penso que os garotos que vêem como uma garota legal, mas não boa o suficiente pra eles.
Muitas pessoas que eu amava já me machucaram. Eu ficava ouvindo suas vozes na minha cabeça me torturando. Mas nunca pensei que eu pudesse ser capaz de machucar alguém, e nem se quer me lembrar disso. É impressionante que a gente fala as coisas pra alguém e esse alguém não esquece, mas a gente sim.
Se um dia quiser me encontrar
Saibas que estarei por aqui
Logo em meio à brisa do mar
Sempre esperando por ti.