Rozilda Euzebio Costa
Do outro lado desta vida existe ainda a vida. A vida continua! Ela continua ainda mais verdadeira e mais real do que nunca.
O nosso sopro de vida espiritual é um sopro eterno, é um sopro vital que está ligado a Deus, à Fonte Central que nos criou e nos alimenta de vida plena e eterna. Nós sempre existimos, e sempre vamos existir. Basta observar os nossos sentimentos de eternidade. Basta buscar em nossas memórias estes sentimentos.
Levo dentro de mim este sentimento de eternidade, e sei que sempre vou estar com aquelas pessoas que eu amo, não importa de que lado do véu eu esteja vivendo, se do lado terreno, ou se do lado espiritual. O amor não conhece fronteiras físicas.
Na vida vamos encontrar obstáculos sempre, e faz parte da nossa caminhada, da nossa luta. A decisão de tentar vencê-los, ou de desistir diante deles para se deixar morrer, está em nossas mãos. É uma escolha que teremos que fazer e que, só dependerá de nós, a possibilidade de vencê-los.
Somente vamos evoluir como seres humanos, e tornar melhor a nossa alma, se nós tivermos a coragem de continuar caminhando, mesmo quando estamos machucados e feridos pelas quedas e pelas dificuldades da vida.
Existe um tempo em que podemos dar um basta e nos afastarmos de pessoas que querem transformar a nossa vida de acordo a satisfazer suas próprias vontades. Porque nós devemos nos reconhecer ao olharmos para a nossa vida. Se não nos reconhecemos dentro da vida que estamos vivendo, significa que, estamos vivendo a vida de outra pessoa, não a nossa, com nossas escolhas e com as nossas preferências. Este tempo se chama: HOJE.
O fator principal para vivermos a nossa felicidade é deixarmos de viver a vida dos outros, as escolhas dos outros, a opinião dos outros.
Quem ama compreende que, algumas vezes, sem querer, nós ferimos a quem amamos. Mesmo sem nenhuma intenção nós machucamos a quem amamos quando fazemos alguma coisa que não pudemos evitar, ou, quando fomos levados a determinadas situações sem controle.
Quem ama resiste os ventos ruins mesmo que tenha que colocar a sua vida em risco em meio as fortes tempestades da vida.
Quem ama é assim; como dois pássaros que voam juntos, que permanecem voando juntos mesmo quando os ventos são contrários e bravios.
Somente o amor vence o tempo e a morte, e é a única coisa que nenhum mortal pode destruir, porque o amor é energia que vem de Deus.
DEUS SECA TODA LÁGRIMA
O Senhor seca toda lágrima dos olhos daqueles que choram e sofrem por causa da impiedade e da injustiça dos maus.
Espera firme no Senhor e põe a tua confiança no Deus vivo que criou o Céu e a Terra e todo o Universo.
Recorda sempre que, a vida vale mais que o corpo, e o corpo mais que as vestes. Não se deixe ser movido pelas vaidades porque elas podem conduzi-lo a abismos e prisões dos quais não conseguirás mais se libertar. A pior prisão do mundo é a prisão da alma, e a vaidade aprisiona a alma e a acorrenta nas ilusões.
Perdoe quando for possível perdoar. Faça as pazes quando ainda for possível fazer, para que durante a viagem da tua vida, a tua bagagem não seja tão pesada para carregar. Mágoas e remorsos são sentimentos muito pesados para serem carregados.
Olhe sempre com amor para quem te dá amor, e ore pelos que só te dão indiferenças e sofrimentos. Esses estão doentes e precisam de orações. Jesus Cristo dizia “não são os sadios que precisam de médicos, e sim, os doentes”. Então te recorda sempre de orar pelos doentes do corpo e da alma. Uma oração pode curar uma alma doente.
Demonstrações de amor e carinho costumam vir de pessoas que amamos e também de quem não temos muita afinidade, não despreze nenhuma delas. Amor não se joga fora, mas se guarda na caixinha do coração, porque amor é benção e nunca é demais. Amor não sobra, amor flui e se multiplica alcançando outros corações famintos.
Quando alguém o desprezar, e se sentires vontade de chorar por isso, chore, mas não alimente rancor e nem pague na mesma moeda. Quem despreza sofre muito mais que aquele que recebeu o desprezo. Sofre do mal da insensibilidade.
Olhe sempre para as coisas de Deus com amor, e não questiones o próprio destino. Existem coisas que devem ser como são, e somente a alma conhece a resposta. Chegará o tempo da revelação, e quando este tempo chegar, todas as coisas vividas serão compreendidas em sua razão.
Cantar
Cantar os sonhos,
A alegria, e a dor,
Cantar os segredos da vida,
Cantar os enredos,
Encantar, e cantar o amor.
Da formosura da primavera
Fazer uma bela canção!
Cantar também a frieza do inverno,
A fraqueza do outono,
E a leveza do verão.
Cantar com força,
A melodia da esperança.
Por harmonia na própria fé,
Afinar bem os instrumentos da alma,
E cantar,
Cantar com o coração,
Cantar com a alma,
Cantar com inocência,
Como canto de criança.
Nas águas deste Mar
As águas deste mar,
têm muita história pra contar,
Por elas, certa vez, passou um jovem sonhador,
Suas pegadas moveram ondas!
Sua meta era ensinar o AMOR,
Tinha muito para ensinar...
JESUS!
Esse era o seu nome.
Não se sabe bem qual era a sua cor.
Uns dizem que tinha pele morena,
Outros, que seus olhos eram azuis.
Veio para curar os doentes do corpo e da fé,
Veio, para em muitos,
Aliviar o peso do sofrimento e da dor.
Para os ouvidos dos sofredores,
Sua voz era uma canção!
Trazia em sua face, alegria e ternura,
E sua caridade, era feita com coração.
Hoje, ainda por estas águas se pode encontrar,
Milhares de peregrinos navegando, a procurar,
Um sinal deste Jesus,
Que ensinou muita gente a amar.
Mas o que poucos sabem sobre ele,
É que não precisa ir muito longe para o encontrar!
Basta abrir os olhos para ver!
Ele está em toda parte, em todo lugar,
Ele está no pobre faminto e nu,
Que não tem ninguém,
Nem mesmo uma casa para morar,
Basta olhar,
Basta ouvir,
A voz, que vêm do necessitado,
Por socorro a clamar,
Basta abrir os ouvidos,
Para esta voz escutar!
É a voz de Jesus Cristo a chamar:
Vem!
Vem abraçar a minha causa!
Vem me seguir,
Vem ajudar!
Que a messe é grande,
E os trabalhadores são poucos!
Vem!
Se quiser verdadeiramente me encontrar.
CENÁRIOS SOCIAIS
Diante do vão da desigualdade e da indiferença social,
Existem comunidades inteiras de egos elevados,
Representando modéstias falsas e orgulhos exacerbados.
Num cenário absurdo, frio de sentimento e brutal.
Existem dois mundos desiguais que se cruzam sem comunhão,
Neles, multidões nunca se acenam e quase nunca se tocam,
Estão todos dentro de um panorama de vida real,
Vivendo uma existência sem amor e sem emoção.
Diante de uma grande aglomeração de vidas humanas,
Existem numerosos contrastes bastante explícitos,
De um lado – a abundância, o desperdício, e a esperteza desonesta,
E do outro – a doença, a fome, a nudez e vidas insanas.
Nas personagens reais que atuam nas entrelinhas da vida,
Existe uma fome que grita eloquente nos pobres desvalidos,
Mas ninguém ouve esse grito! Estão todos surdos!
Estão todos mergulhados em seus propósitos, em sua própria lida.
Existem aqueles que não sabem mais o que é o viver,
Eles vegetam no campo árido de seu próprio existir,
Sem nenhuma consciência real, sem nada mais desejar para si,
Da vida que levam, e do ar que respiram, vivem sem nada compreender.
Existe ainda uma grande multidão que quer fazer o bem,
Plena de conhecimento – sabe que, um abraço aquece e conforta,
Mas sua resistência ainda é muito maior do que o seu amor,
E o medo de ser afetada pelos sofrimentos do outro, a detém.
Existem tantas sociedades no consumismo inconsciente,
Quanto existe em seu meio aqueles que nada possuem.
Estão todos juntos, em um mesmo barco, em um mesmo caminho,
Vivendo de uma mesma vida de altos e baixos – inconsistente.
Diante do espelho exposto na face do irmão,
Ninguém consegue ver a si mesmo, nem se reconhecer como família,
E todos vivem numa crença preenchida por delírios,
Numa existência cega, sem sentimentos, sem o calor do coração.
A LIBERDADE DO OUTONO
Enquanto caminhamos de mãos dadas pelas ruas,
Tingidas com as cores amarelas e alaranjadas do outono,
Vamos libertando da árvore da nossa vida,
As nossas cálidas e amareladas lembranças,
Um cenário tingido por um tempo,
Que não voltará nunca mais,
Recordações que, de certa forma,
Foram importantes em nossas vidas,
São nossos retalhos de momentos vividos,
São memórias minhas, e são memórias tuas.
Sem impor força ou qualquer resistência,
As folhas frágeis e amareladas do outono,
Aceitam a liberdade a elas imposta,
Frágeis, deixam-se levar ao sabor dos ventos,
Depois, vão pousando lentamente na terra,
Deixando-se adormecer placidamente,
Fazendo com ela, uma comunhão,
Terra e folha, juntas, em comum transformação.
Como essas folhas, são as nossas lembranças,
Elas se vão, libertando-se espontaneamente,
Para adormecerem caudalosamente,
Em algum canto da nossa existência.
Lá, no cais do porto, nas orlas de um mar azul turquesa,
Um barco ancorado já nos espera para partir,
Dentro dele, estão nossas bagagens mais importantes,
São nossos novos sonhos, para uma vida nova,
Envoltos de uma esperança firme e forte.
E renascidos das cinzas, como a imortal Fênix,
Seguimos vitoriosos, para um novo viver,
Assim, nos despertam novas forças,
E aliado ao nosso mais puro amor,
Que nunca esteve ausente de nós,
Trocamos olhares demorados e cândidos,
Com a certeza de que, foi este amor, a nossa maior riqueza.
É chegada a hora de romper horizontes, e contemplar novas alvoradas,
Em nós, não existe o medo de olhar para trás,
Para dizermos adeus, a um tempo gasto, que agora é passado,
Que vive congelado, nas imagens dos dias idos,
E preso, nos relógios de longas jornadas findas.
Não existe mais a dúvida de dar novos passos adiante,
Porque é chegado o tempo de navegarmos novos mares,
De atravessarmos novas fronteiras, de sobrevoarmos novos céus,
De abrirmos no coração, um espaço para outras histórias,
De construirmos na mente outras memórias,
De vivermos e criarmos coisas novas,
Em outras paragens, em outras grandes jornadas.
05.10.2016
COISAS DESSE MUNDO
Estou pensando nas ervas que nascem livres no campo,
E nas flores que desabrocham sem a obrigação de serem belas,
Eu estou pensando também no jardim de rosas do palácio do rei,
E nos trevos que nasceram sozinhos no quintal do servo
Sem que ele os tenha plantado.
Sim... Eu estou pensando na vida como um todo.
E de alguma forma, com tanto pensar, eu estou sentindo certo espanto.
Que diferença há entre as flores dos palácios reais,
E as flores dos nossos singelos quintais?
Que diferença há no ar que por lá o rei e seus súditos respiram,
Daquele que eu e outros servos da Terra, estamos a respirar?
Estou a pensar, se é menor a dor dos reis de toda a Terra,
Do que a dor que eu sinto em meu viver,
Do que os meus próprios ais.
Eu estou pensando no algodão que fornece a fibra para as vestes do rei,
Não seria ele o mesmo algodão que veste o servo que o plantou?
E porque aquele que o plantou veste os fios frágeis da sobra, e não o melhor deles?
Que mundo mais estranho esse, onde o que planta fica com as sobras,
E aquele que nada plantou, leva sempre os louros da colheita!
Isso, eu realmente não entendo, eu nada sei!
Eu estou pensando em tantas coisas, em tantas situações...
Eu penso também nos passarinhos, que se tornaram inquilinos nos telhados da cidade,
Que trocaram as copas das árvores pelas telhas de barro e cimento,
A natureza já não lhes dá mais segurança?
Ou ela, cansada e fraca, já não lhes dá mais o alimento?
Uma coisa é certa – não foram os passarinhos que enlouqueceram as estações.
04.10.2016
Poema da Administração
Administrar é se envolver,
É se encantar com o que faz,
É buscar ideias onde ninguém ousou andar,
É provar que fazer as coisas bem feitas,
Qualquer um, mesmo sem dom, é capaz.
Administrar é correr riscos,
É construir pontes para fazer novas alianças,
É buscar enxergar novos potenciais,
Derrubar as barreiras do pessimismo, sair do convencional,
É empreender a partir da base, utilizando-se de novas nuanças.
"Para o homem que já nasce livre do jugo da escravidão física e mental, tudo lhe é permitido mas nem tudo lhe é lícito fazer. A busca por uma ideologia não pode ferir a sua honestidade e a confiança que outro venha a depositar em suas ações, pois a confiança vem aliada à uma ética construída através de sua moral e de suas qualidades profissionais. Um homem que passa por cima de sua ética profissional e moral em prol de uma ideologia, acaba por destruir a base firme e confiável de suas ações, manchando assim, a sua conduta perante seus semelhantes."
Quem nunca sai da redoma em que vive, nunca saberá o caminho para o paraíso ou para o inferno. Provavelmente, está enterrando o seu talento dia após dia, cavando um buraco debaixo dos pés, até findar-se.
O homem precisa dar passos, sair do lugar, para alcançar a sua redenção.