Rogério Viana

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Ipê florido -
a rã tem companhia
de pétalas amarelas

gira o carrossel
para a alegria do menino
- infância vai a galope

casal de marrecos
na água escura do lago
- onde está o jacaré?

Absorto no dia-a-dia
nem percebí que o aborto
veio em forma de poesia.

Bashô baixou
no poeta do axé.
Arigatô, oxumaré.

gato no telhado
silêncio na laranjeira
sabiá nem pia

Somos retas paralelas.
Amor possível de se
encontrar no infinito.

depois das sobras
pardal é lanche do gato
- hora do recreio

Poeta negro troca
versos com polaco
- é balacobaco

(para Paulo Leminski e Itamar Assumpção)

Sorri amarelo
o gato na janela
- jarro quebrado

o pequeno Batman
rouba um beijo da Cinderela
- chuva de confetes

um camisa 9 do Santos
abraçadinho com a palmeirense
- Meu coração é corintiano!

um bin-laden magrinho
corre atrás do Super-homem
- batalha de confetes!

Noite escura
vagalumes no caminho
da menina

De que vinhas
vinham aquelas engarrafadas
paixões que me aniquilam?

Corre e abraça o
vencedor da corrida
lá na praça.

Sax tenor.
O ouvido gosta,
o coração sente dor.

o vento da manhã reflete o começo do meu dia, trazendo luz, paz e alegria.

suave lavanda
no museu do perfume
lembrança da mãe

meninos na rua
o cheiro da terra nua
na chuva fininha

brasas no fogão
a fumaça no bule
e no bolo de fubá

formigas atentas
novas sobras na mesa
atraem moscas

final da festa
chegam as formigas
ao farelo do bolo

tarde cinzenta
na árvore desfolhada
brigam dois sabiás

chuvisqueiro
no telhado meia-água:
simplesmente vapor