Rogério Silvério de Farias
Inscrição ideal para a lápide de um político corrupto brasileiro que venha a morrer no dia primeiro de Abril: aqui jaz um homem honesto.
A vida é uma corda que pode ser usada como rédea para galoparmos no lombo da felicidade, mas também pode ser usada para nos enforcarmos na mediocridade.
O casamento pode ser uma coleira para o homem, dizem alguns, e não estão mentindo; mas a solidão nos faz ladrar como cães, de modo que todos somos um bando de cachorros mesmo!
Se de fato existir essa tal lei do Karma, podemos dizer que os ficcionistas nos fazem economizar reencarnações, pois através de suas personagens vivemos várias vidas sem ter que morrer e renascer; a ficção é uma arma poderosa, mágica e silenciosa, ela pode mudar uma pessoa, e quando uma pessoa muda, ela pode começar a mudar o mundo.
A vida é tão incrivelmente breve que não dá tempo nem para o ser humano - essa estranha criatura - pelo menos tentar ser feliz.
Tique-taque, tique-taque e o relógio da vida continua batendo...o despertador pode ser que seja a morte, que tem o condão de nos acordar do sonho horripilante da vida.
Quase que diariamente contemplamos com terrível assombro o Diabo em pessoa, mas felizmente ele se some diante de nós, tão logo nos afastamos da frente do espelho.
Se a galinha e o frango fossem do tamanho de um cavalo, quem iria virar refeição seríamos nós, os humanos.
Se nossos animais de estimação, os cães e gatos, por exemplo, fossem do tamanho de leões e tigres, não haveria mais estimação de nenhuma das duas partes, mas sim a sensação de ser um predador e uma presa, um caçador e um caçado.
Viver é como estar num carrossel em chamas, com nossas almas estúpidas montadas nos cavalinhos mais estúpidos ainda; para escapar dessa palhaçada toda e do estulto e sádico dono do carrossel e do circo, temos que pular do carrossel em movimento, saltar não com a alma, mas com o Espírito, porque o Espírito é maior e mais forte que o dono do circo, o Espírito é maior que qualquer Deus fajuto que nos empurram goela abaixo do berço ao túmulo.
O mundo é um poço de miséria, maldade, sujeira e sofrimento; esse poço não tem fundo;nascemos em prantos, e logo um médico idiota qualquer, que ainda acha que pode ter algum poder sobre a vida e a morte nos dá umas palmadas no traseiro, como para salientar que o inferno mesmo é aqui.
Aquele que numa noite escura acende uma fogueira numa floresta corre o risco de iluminá-la ou incendiá-la.
Os seres humanos não morrem nunca; suas almas migram para um outro lugar, assim como as andorinhas fazem quando sentem a chegada do verão.
As mulheres não suportam homens inteligentes e pobres, elas preferem os ricos e burros, pois assim se torna mais fácil para elas controlá-los.
Há um preço para o Espírito vencer o Eu (Ego Inferior, a persona, a máscara egóica). É um preço terrível, o sujeito será odiado e incompreendido pelo resto da Eternidade. Sente-se a solidão mais terrível do Universo, mesmo quando se está acompanhado.Ninguém compreenderá uma pessoa cujo Espírito libertou-se e tornou até o corpo espiritualizado. Não pensem que o Espírito Liberado é mansinho, isso de mansuetude é com a alma e a alma não é o Espírito. O Espírito é forte, quer destruir. Violência e força, o lema do Espírito... Mas não é uma violência gratuita, não é uma força idiota. Os idiotas não o compreendem, são rasos demais para compreender a profundeza pelágica do Espírito.O Espírito é um Super-Homem. O Espírito é um raio, um raio humano fulminante, é o raio fulminante da sabedoria. Raio da minha sabedoria fulmina-os!
Um mundo onde pelo menos uma vez por dia é preciso se ir ao banheiro, não é um mundo espiritualmente avançado.
A única realidade é o movimento físico e espiritual, isto se resume ao óbvio: o mundo dá muitas voltas; uma hora se está sob o sol do paraíso, em outra se está sob as sombras do inferno!
Parece que este mundo físico, material, estúpido e grosseiro, é o inferno, é o próprio inferno, e todos nós iremos morrer e apodrecer, infelizes ou na vigarice da felicidade, seja numa cova rasa ou num suntuoso sepulcro, ou com o cadáver estralhaçado, fulminado ou desaparecido, e o Demiurgo está cagando e andando para todo o sofrimento humano, mas a esperança está num Deus Desconhecido, no Verdadeiro, mas...onde está Ele? Será que está dentro do nosso próprio Espírito extraviado?