Rodolfo Mair Coelho

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Homem bom

O grande homem
Cujos anos não morrem

De filósofo a razão
De poeta o coração

A mão do escultor
Os olhos do pintor

Profundos os valores
Verdadeiros os amores

Coragem de um leão
Céus de um falcão

Crepúsculo do conhecimento
Aurora do tempo

Uma nova ilusão
Uma bela invenção.

Inserida por rodolfomair

Podridão

Falsos profetas
Enviados a sua vida
Cumprindo suas metas
Alegria prometida

Cobras imundas
Amam na presença
E odeiam na ausência
Pouco profundas

Podres megeras
Com um sorriso pior
Que o coração de pedra
De sangue e suor

A mão da besta
Vestida de branco
Acaricia a cabeça
Num torto encanto

Tentam o afastar
Do seu nobre caminho
Sua defesa é lutar
Quebrar os espinhos

Tome muito cuidado
Não caia nas graças
Do mal tão amado
Das malditas traças.

Inserida por rodolfomair

As raízes são elementos essenciais à vida. Sem elas, as plantas não vivem e os humanos não sobrevivem. A raíz é a base de tudo. É o primeiro raio se sol que atravessa a janela existencial. Elas fazem com que o homem se sinta vivo, sinta que realmente faz parte desse mundo. São as perspectivas de um futuro, enquanto que também um respirar puro do presente. Uma árvore com raízes podres tomba, alguém com princípios podres também. Cuide de sua raíz.

Inserida por rodolfomair

Distância. A prova de fogo de corações que amam. Uma brincadeira malvada que a vida faz para testar a nossa força. Pior do que uma briga é a distância que causa brigas e não permite uma reconciliação calorosa. Distância. Aquela que separa e ao mesmo tempo une, que enfraquece a união corporal e fortalece a espiritual. A prova de que duas pessoas podem estar juntas, mesmo quando estão longe.

A vida é difícil ou é apenas você que a vê sendo difícil?
Chegando a uma parte da estrada que se abria em dois caminhos, o jovem parou. O da esquerda era liso e plano e descia, um caminho fácil, aparentemente. Mas algo nele parecia ruim. O da direita era irregular e subia, era um caminho difícil, mas que parecia melhor. O jovem escolheu o último, e depois de uma longa e exaustiva caminhada se viu no topo de uma montanha. Embaixo, podia ver o fim da outra estrada, um lugar escuro e frio. O caminho até o alto foi mais desgastante e árduo, mas a conquista valeu a pena. Seus olhos viam o mundo com alegria e satisfação, diferente dos que escolhem descer e andar aos passos confortáveis da facilidade. A visão vai além do que está em frente. Ela vê aquilo que está dentro e reflete em tudo que está fora. O caminho certo pode render uma vista melhor.

O mundo era um lugar tão triste. A terra era seca e morta. O céu olhava para baixo e via apenas a vastidão do nada, não havia vida, não havia beleza. As nuvem passavam e passavam, e nunca viam algo que pudessem admirar no chão. A sua tristeza já era tão grande que o céu nao aguentou e começou a chorar. Chorou por muito tempo, tudo o que estava guardado nele. Suas lágrimas banharam a terra com forte intensidade e fizeram algo que surpreenderam a todos. No meio de toda aquela imensidão vazia, nasceu uma pequena flor rosa. Ela logo cresceu e se multiplicou, dando vida a milhares de outras ao seu redor. Em pouco tempo, o chão estava coberto de flores, até onde o céu conseguia enxergar. A terra se tornara um grande mar cor-de-rosa, belo e alegre, e o céu nunca mais chorou de tristeza, pois o amor havia tomado conta do seu mundo.

Amor é quando a felicidade da presença é maior que o sofrimento da ausência.

Nau frágil

O barco dos homens
É fraco e sensível
As velas logo somem
O medo é visível

Sobre tantas ondas
O céu estronda
Os homens navegam
Raios os cegam

Viva é a esperança
Mas ela está longe
Os navegantes não alcança
Um mosteiro sem monge

No limiar de sua luta
O barco enfim aporta
Mas na pedra bruta
A vida se vê remota

A triste nau frágil
Deitou ao fundo do mar
O triste naufrágio
Aos homens virou lar.

Espada de prata

A coroa de prata
Segue a irmã
A espada sonata

A espada imortal
Maior que um clã
Mancha o vitral

O elmo de ouro
Ao sol reluz
É luz do tesouro

Reis sucumbem
Fazem os deuses
Que as terras inundem

Marchando e matando
A estrela do dia
A espada voando

Os homens do mar
Doce ironia
Na água a tombar

O homem dos céus
Bebe o vinho
E cospe o mel

No inferno sozinho
Clama os tronos
Herdeiro de Chronos.

Inserida por rodolfomair

Café

O líquido da tempestade
Das emoções sem idade
Nuvens de sentimento

Ao gole da sabedoria
Romantiza o momento
Um gole de poesia

O café acompanha
O profundo pensador
Numa viagem estranha

A bebida o satisaz
Leva a um mundo de amor
Enquanto um verso se faz.

Inserida por rodolfomair

Ilusões

Líder da felicidade
Prisioneiro da tristeza
Idoso sem idade
O mais feio da beleza

Se seus olhos não abrir
Sua mente há de confundir
O bem e o mal
Imperfeição animal

Não mate sua sede
No calor de uma chama
Ou caia na rede
E odeie quem ama

O vinho que o esquenta
Pode o embriagar
Sua caminhada ficar lenta
Seu mundo a se desfigurar.

Inserida por rodolfomair