Roberta Costa
Enquanto no verso
me inverso pra longe
de seus planos
evitando um retrocesso
na conquista dos meus planos.
Se te pertence amar,
a mim, pertence outros planos.
Quero essa tal liberdade
desse amor tirano, superficial engano.
E se eu te escrever num verso
assim meio o inverso de você?
Saberia ao certo, se te desejo de perto
ou se apenas sonho em te ver?
Você é aquele verso incompleto.
Você é aquela poesia infinita.
Você é meio reflexo de tudo.
Você é meio.
Meio a meio.
E é tudo tão luz
tão leve, tão breve.
E antes que se esquece
que eu me esqueça de sentir
e permitir que faça
assim meio sem graça,
parte de mim.
Eu poderia olhar nos seus olhos, ainda hoje, mesmo tão exausta dessas nossas ausências, e revelar que pertenço tanto a você como me pertenço nas manhãs silenciosas de domingo.
Eu vagueio atrás da escuridão para me sentir completa em um vazio que jamais existiu para ser preenchido.
Quando escrevo, me aproximo de mim muito mais do que gostaria ou de que minha mente sã possa suportar.
Por isso me faço de louca e nuns versos soltos eu desabafo afetos que nem cheguei a vivenciar, só pra continuar alimentando histórias de um sonho antigo, particular.
Me esquece na mesa de um bar, acompanhada de qualquer bebida e permita o meu afogar nas lamúrias da vida. Porque de melhor que faço é reclamar, o resto é me fazer de esquecida. Porque o mistério que transborda de mim, é energético para meus dias.