Ricardo Vitti
Povoa insegurança
Pensamento injusto nessa louca paixão,
faz dobras no coração,
por fim nossos atos se atam em nossos pescoços,
atentados por fugir quanto lutar,
essa é a dor de quem busca amar...
Passado em juras
Aquelas sombras do passado me desviaram,
do teu ilustre brilho qual alegrava,
nessas noites em térreas,
luzias o findar dos tempos,
aqueles lindos momentos,
semear-me-ão tuas rosas,
em teu jardim,
destes meu peito entre rasgos,
farei de mim teu solo,
triste, sedento, porém permeável,
justo é aquele louvor que me rodeias,
levas momentos tristezas,
dum florir injusto,
és meu sangue que em meu existir reside,
duras frases por viveres em mim sedento amor.
Quando me faltar o respirar se extinguirá a minha excelência, então se fartará minha dor pelo teu amor...
Quando te acabares em dor sejas como a flor, que em sua essência ao se esvair nos presenteia com sua escassa ceiva junto as lágrimas da chuva...
Enjaulados vão nossos sonhos, por mais que nos afastemos do mundo, mais o mundo nos absorve e completa...
Na escuridão se escondem nossos monstros, na luz sabemos observar os mesmos e rechaçá-los, pondo nossos audazes desejos com magnificência...
Em notas cravadas
Galopeia pensamento,
foi aquelas andadas minha jornada,
neste solo semearão mil cavalgadas,
dum gélido e sólido covil,
inconsciente amor ao dorir,
sono em breve anseio faz florir;
nos meados dessa ceada,
fartar-me-ei nessa calada e pertinente dor,
sou terminante,
minhas promessas mausoléu cascalhas,
morte; abrigo por mal ao bem viestes,
serei a ida dessas ceifadas boas vindas.
Quando virá amor me matar, já que esse desamor só insiste em me rasgar no apego dessa tua desacelerada volta?...
Me atento a ti morte, no que me fizestes vir a esmo, por verdades a tudo na dor me desempenho, no teu falso, porém calmável lamentar...
Se essa tua pena por mim se empenha, me empenharei a triste cena de teu olhar por me matar, e em tua volta nosso contrato se encena no tempo por tua morte velar, então serás por minha má sorte sobre teu legado...
Cadente como as estrelas somos, nosso brilho desde o mais ofuscante um dia irá se apagar; por isso não sigamos o caminho dos mitos, sejas como muitos que hoje são poucos...
Por quanto tempo terei de vida, vanglorio-me, porém disfarço entre os punhos os anos, dum perdido eu em julgo a desfilar-me entre impiedosos olhares...
Busquei me aprofundar nos poemas, o que a vida não pudera disfarçar em meus flagelos, porém, poesias, a mais bela morte em parcelas...
Se em tuas lágrimas não podes ver a beleza das chuvas, busques nas flores ao orvalho dum resplandecer do novo dia, assim poderá ser um pouco mais humano e não viver se lamentando da causa de seu pranto...
Cantigas de ninar
Semelhante ao pó me faço,
por um nó na garganta desato;
sobre a chuva fria fundem nossas canções,
decrescente coração ao peito,
se desata em linda brisa,
nessa tirania vivida cumprirá,
nossas histórias aos pés,
sabiá sabia, que num simples assovio,
em suas notas sábias poria á encantar,
porém me vou ao teu canto,
por qual em vida desencanto,
festa desarmônica enrustida há,
fostes breve teu gorjear,
que em minha lida postes a me encantar.
Sorridente fostes ao Sol nossos triunfos, voltas calado impetuosa noite, porém me lembras que és chegada a hora de morrer, voltas a nos cobrir no vosso longo manto púrpura entre mil rosas...
Se não encontras beleza numa mariposa ao alvorecer, buscaras incessantemente num pranto ao travesseiro, posto moribundo ante morrer, pois na penante vida se descobre o sensível em nossa insensatez...
Corcoveia vento aos quatro cantos do mundo, vai levando nosso pranto, ao cabisbaixo em esmo momento, te vás involuntário a buscar tempestades que no gemer me calas...