Ricardo Ferraz
E ainda tem tanta coisa pra gente ver. Temos tantos sorrisos pra dar. Tantos cafés da manhã, corridos, daqueles, tipo engole o pão, dá um beijo de desejo de bom dia, e sai correndo pra não perder a hora no trabalho. Ainda tem tantos filmes pra assistirmos juntos, tanta guerra pelo controle, tantas mãos na mesma vasilha de pipoca. Ainda temos tantos cartões de Natal pra trocar, tantos beijos de boa sorte, tanta discussão que não dá em nada, e que a gente sabe que é só mais um motivo pra descobrir o quanto sentimos falta um do outro. Ainda há tantos presentes pra te dar, tantas lojas pra ir, tanta barraquinha de feira pra percorrer, tantos desenhos pra me mostrar, tanta coisa bonita que meus olhos irão ver e vão se lembrar de você, vão lembrar de como ficam os seus, quando os recebe. Ainda vamos chorar tantas vezes, vamos discutir sobre gostos e desgostos. Tantos vestidos que quero te ver trocar. Tantas cores de esmalte quero te ver usar. Ainda vamos sair bêbados, expulsos de um bar, rindo de nossas piadas sem graça, numa noite qualquer, de um dia qualquer, e vamos levar xingamentos pela rua afora pela algazarra fora de hora, e que eles não entenderão nunca que é apenas felicidade. Ainda há tantos abraços pra te dar, tantos olhares envergonhados de um sobre o outro, tanta cama pra dividir, tanta coisa pra fazer. O que me resta é sonhar, com tudo que ainda tenho pra te dar.
Ricardo F.
[...] e também há algo de bom no seu sorriso, um lado bonito que ninguém vê. Nem é pelo tanto de dentes que aparecem quando sorri, é essa coisa boa que dá toda vez que isso te corta o rosto, e sem você perceber, faz meu coração sorrir também.
Ricardo F.
Alguns amores, por incrível que pareça, não são amores para se ter consigo. A gente tem sempre uma mágoa enorme que sempre vai nos gerar dúvida do porquê eles existirem nas nossas vidas, e não podermos vivê-los, porém, o fato de que gostar de alguém que, provavelmente, jamais ficará do nosso lado, é justamente o que nos faz acreditar que a direção que estamos é a que deveríamos estar mesmo. São eles, estes amores que julgamos eternos ou errados, é que nos fazem aceitar as outras coisas que a vida nos oferece, não por querer acomodar àquilo, ou medo de enfrentar algo novo, mas porque nem sempre é errado aceitar, eles nos ensinam a sermos felizes assim, do jeito que somos e com tudo que temos. O tempo é meio cruel, e, por vezes, a gente se pega perguntando o porquê tudo isso acontece no nosso mundo, o porquê mesmo tentando fugir para evitá-los, eles sempre acontecem, e aparecem com mais força ainda nas nossas vidas quando a gente menos espera, e nessa hora fica aquela duvida que ao menos uma vez enquanto existirmos, virá: "E se eu tivesse escolhido outro caminho?". Bem... é comum, mesmo que você seja uma pessoa resolvida, que sabe o que quer, a uma certa hora se fazer essa pergunta. E não que ela vá te incomodar, pois, você sabe muito bem o motivo de sua escolha, porém, é nessa pergunta que fica a doçura e o porquê daquilo não ter seguido em frente, ou não ter acontecido por uma ou outra razão, a resposta para tudo é que tudo isso era para ter sido apenas aquilo mesmo, e que jamais sairá de dentro de você o que aconteceu, é seu e de mais ninguém. Aquilo existiu, existe, e não vai morrer tão fácil, mas ele será apenas suporte para a sua afirmação de que você é feliz, mesmo não estando ao lado dessa pessoa. Você é o que é. Você é presença na vida dela, como ela também é presença na sua. Ela faz parte da sua história de vida, mesmo que distante, como você também faz parte da história dela. E assim é a vida, aprendendo cada dia mais a respeitar o limite das nossas ações, do nosso despreparo pra poder lidar com coisas que o coração tem dificuldade de aceitar, mas principalmente, com leveza pra saber que a vida é muito bonita em todos os sentidos, e que tá tudo bem se não for pra ser, tá tudo certo se não der certo. O importante é seguir fazendo o nosso destino através das nossas escolhas algo bonito de se viver, e guardar todas as nossas vontades num lugar onde é só nosso... no nosso coração. Tá tudo certo, mesmo que não dê certo.
Ricardo F.
[...] Que a gente aprenda a olhar mais com o coração, porque muitas vezes os olhos nos enganam. Há muito mais beleza nos gestos do que nas palavras. Palavras encantam, mas somente as atitudes nos atinge na alma.
Ricardo F.
[...] só pode ser algum erro de anatomia em mim, pois, eu juro pra você que até sou discreto, mas meu coração é extravagante demais.
Ricardo F.
Não te torna feliz quem te acrescenta. Te torna lúcido pra você conseguir ver toda felicidade que já existe em seus detalhes, e que antes não via. Tem pessoas que são assim, elas aparecem ao acaso só pra te fazer entender o quão importante você é. E se amando, automaticamente, você as ama também.
[...] e o que há nela de mais especial, é que ela é ela. Ela é sempre ela. E se tem alguma coisa nela que quero que mude? Não, ela é ela, e eu amo o jeito dela.
Ricardo F.
Apesar da distância da lua, ela é o que mais me aproxima de ti, pois quando meus olhos a olham, os seus também estão lá.
Ricardo F.
[...] Amor de alma não tem gosto de beijo, não se sente o abraço, não tem cheio de corpo. Amor de alma apenas guarda segredos, sobrevive da densidade das coisas guardadas, de tudo aquilo que pertence a sua alma e a alma de quem você ama.
Ricardo F.
A única forma de manter tudo isso vivo é não esquecer os valores que nos fizeram estar juntos aqui. É aproveitar cada segundinho de voz ao telefone, cada palavra dita na hora certa, precisa, por mera vontade de querer fazer com que o outro se sinta bem. Não esquecer jamais das vezes em que o mundo esteve um caos só do lado de fora, mas aqui, dentro do que sentimos, estava tudo seguro, esperando a tempestade passar. O jeito é reler as mensagens, olhar as fotos novas, imaginar o calor das mãos, o brilho nos olhos quando olhamos pras nossas coisas antigas, a limpeza da casa onde a gente mora, e esperar. Se a distância separa corpos, o amor unifica, e é ele, o amor, que encurta os espaços, que diminui a ausência, e que te da a serenidade de continuar sorrindo, porque um coração sabe que está carregado de outro.
Ricardo F.
(...) É bonito de ver quando um coração se apaixona, perdidamente. Ele lança descargas elétricas para todo o corpo. Um arrepio que começa no estômago e vai subindo pelo peito, parece que tudo vai sair pela boca. De repente, a gente se sente em transe, jogando palavras pra fora, sem o mínimo de cuidado ou medo. E quando vê, a sua alma inteira está ali, embriagada, desnuda, e você ainda ri de felicidade, por poder dar ao outro tudo aquilo que te sobra. O amor quando existe, é como um jardim que não para de nascer flores, quando mais você as corta, mais flores nele brota.
Ricardo F.
De repente, eu pensei em você. Não estava fazendo nada, estava ali, olhando pro tempo, esperando a hora passar pra ir pro trabalho. Não sei por quê, mas você sempre está ali, na hora que não espero, no momento que nem era para estar. E sabe, mesmo que muitas vezes você me venha numa hora errada, mesmo que muitas vezes você me apareça de surpresa, eu ainda entendo, foi pra isso que você veio. Você veio pra me dar uma felicidade diferente, uma alegria contagiante que me coloca vivo. Você veio pra me dar essa vontade de continuar seguindo em frente, sabendo que, em algum lugar alguém pensa em mim. Pessoas exercem essa função na vida das outras, elas são como um sopro de vida a mais, uma ilusão que a gente precisa ter para continuar de pé, com vontade, alegria, singularidade e amor. Pessoas que nos amam são as que mais nos colocam cientes do porquê de estarmos aqui. E como é bom poder sentir isso, e de quebra, devolver essa vontade também. A gente ama um inteiro, ama um todo, ama aquilo que a gente vê, mas eu aprendi a te amar em partículas.
Ricardo F.
A gente dá a devida importância a quem nos faz nos sentir importantes. Não é uma troca, uma obrigatoriedade, é que quem faz isso com a gente nos chama a atenção para olhar com calma para elas também. E as coisas mais lindas do mundo são aquelas que ficam escondidas nos detalhes, onde muitas vezes passamos com pressa e não as vemos. Tem muita coisa bonita dentro de cada pessoa, muito espaço vazio à ser ocupado. Muitas flores esperando para brotar, apenas as regando com nosso coração.
Ricardo F.
[...] Não sei qual nome se dá a tudo isso, se é amor ou outra coisa qualquer já nem sei dizer, só sei que faz bem, só sei que me faz sorrir, sempre.
Ricardo F
Não demore tanto pra dizer eu te amo, pra falar o quanto alguém é importante em sua vida, o quanto ela faz falta, das vezes em que todos podem estar do seu lado, mas se ela não estiver, não é a mesma coisa. Não demore muito tempo para agradecer por pequeno gestos, as gratas alegrias, não por necessidade de um muito obrigado, mas para que o outro saiba que está no caminho certo, você pode não perceber, mas tem muita gente com o coração machucado neste mundo, que não consegue se localizar nos detalhes mais. Não se apegue tanto à bobagens sem sentido, por medo de se magoar, ninguém dá amor sem ter, ninguém ama sem amar. Divida o que pensa, devolva o sorriso, esqueça o passado, repense as coisas que ouve, e não se cale, fale! Ninguém que ama espera recompensa, muitas vezes a presença é o maior prêmio, mas às vezes, apenas às vezes, ouvir faz bem, dignifica. Então, diga, porque amanhã a gente pode não estar aqui mais. Ninguém vai embora deste mundo sem saber que foi amado, mas quem fica nunca vai saber disso.
Ricardo F.
[...] Ah, o coração e essa mania louca de entrar onde não pode, onde não se deve. Acho que todo mundo tem um coração meio kamikaze, moça.
Ricardo F.
Se um dia eu puder viajar pela Europa, ficar três dias em cada país, tomar aquele vinho ou um cappuccino na sacada de um hotel, enquanto olho as ruas alagadas de Veneza, tudo bem. Se um dia eu puder visitar todos os meus amigos e dar todos aqueles abraços que tenho vontade e que sempre ficaram guardados no “eu te prometo algum dia”, vai ser bom demais! Se algum dia puder comprar um carro do ano, daquele tipo que a gente tem até dó de tirar o plástico do banco, ah... eu vou fazer isso com gosto, igual a um gato arranhando o sofá da sala. Se um dia puder me sentar contigo, te olhar tomar uma Coca Cola, de óculos escuros, em um daqueles dias de calor dos infernos, com sol à pino, sentada numa mesa de madeira de frente pro mar, ouvindo o barulhos das ondas, eu tenho certeza, vai ser um dos dias mais lindos da minha vida. Mas se um dia eu olhar pra trás e descobrir que não pude fazer nada disso, tudo bem também. A vida da gente é feita de sonhos que alimentamos todos os dias, e são eles que dão tempero a tanta coisa que nos ligam. Se um dia eu não conseguir nada disso, já vai ter valido a pena ter vivido até aqui. O problema da vida são os caminhos que não andamos, aqueles que sempre ficamos na dúvida: e se tivesse feito outro trajeto? A vida nos ensina a abortar sonhos, mutilar missões, cortar asas de nós mesmos, mas a gente nunca desiste, sempre espera tudo isso amanhã. Estes “e ses” que tanto nos atropelam, é preciso serem esquecidos, e apenas viver com um sorriso estampado na cara, e a gratidão dentro de cada bolso. No fundo, acho que a gente sempre fica no lucro, por tudo que temos. O resto, são vontades que vão nos acompanhar até o dia que não acordarmos mais, mas enquanto ainda abrirmos os olhos, tudo é possível. Quem sabe amanhã, né?
Ricardo F.
Há tempos que não te esqueço, há tempos tentei fazer manobras pra não mais pensar em você, mas eu penso. Há tempos que sou avesso, e entendi que apenas avesso hoje posso ser. Não sei em qual ponto a gente se tocou, ou em qual casa cósmica existia o que era pra ser. Mas se isso não for amor, ah, duvido muito qualquer outra coisa ser.
Ricardo F.
É amor escondido em tanta coisa, né? Pena que muitas vezes a gente não consegue ver. Tem horas que ficamos meio míopes, sendo que, amor vem até no cheiro. Tem gente que tem o dom de falar, já outros o de ouvir. Alguns nem sequer se ligam, mas sem perceber, existe amor ali também, e talvez elas, é quem amem de verdade. Tem pessoas que já nascem declamando, já outras se espremem pra soletrar uma palavrinha sequer. Isso me lembra meus tempos de escola, enquanto todo mundo corria de falar o versinho na frente da sala inteira, adivinhe quem ia? Pois é, eu mesmo. E lá vai aquele menino magricela e desajeitado de novo. Era engraçado, sempre seguia o labirinto das carteiras de cabeça baixa, doidinho pra recitar o texto, mas sempre com medo de errar. Era uma tal de risadinha daqui, conversinha dali, e lá vem a tia, que aqui a gente chamava de Dona: "Silêncio!". Naquela época, que também não é tão distante assim, elas eram respeitadas. Qualquer movimento brusco era uma gizada na testa, brincasse pra ver. Só quando o silêncio pairava é que começava, meio gaguejando no início, claro! E lá ia Cecília Meireles "Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?" Estranho isso né, dá uma impressão que estou desviando o assunto. Na verdade, não é desvio, está tudo embutido numa coisa só, se lembra do que leu lá em cima?:“é amor escondido em tanta coisa, né?”. É que cada uma daquelas crianças que me ouviram naquele dia, que hoje me recordo, jamais se esqueceram do “jardim de Cecília”. Quando encontro um quarentão ou quarentona amiga minha na rua, sempre me perguntam: Ainda cuida do jardim? Sabe, acho que cuido sim, a gente planta amor nas pessoas através do que diz, e as pessoas nos plantam amor, quando nos ouvem.
Ricardo F.
A gente precisa viver o agora, o hoje, botar nossa melhor roupa, o nosso melhor sapato, e com a cara lavada, fazer do presente o nosso melhor presente. É preciso sorrir no meio das rugas, é preciso contemplar a nossa beleza de poder ver. Esquecer as coisas que nos feriram, o passado que maltratou, que não deixou tantas lembranças boas, ou aquelas que deixaram apenas saudade. Tudo aquilo que passou, passou, foi bom, foi ruim, foi feliz, foi triste, mas foi, é passado, não está mais no nosso presente. É preciso guardar as lembranças, as nossas histórias, o nosso chegar até aqui, com carinho, e só. É preciso virar a página, guardar o livro, esconder no fundo do guarda roupa, onde só ficam as lembranças amareladas. O que passou não volta, não pode voltar, não deve voltar, não dá pra querer cortar os pés voltando sobre cacos passados. A vida é feita de renovação, de vontade de querer seguir em frente com determinação pra escolher coisas novas, gente nova, novos olhares, pensamentos diferentes de tudo que já conhecemos, só assim a gente se transforma e se eleva como ser humano. Não temos mais a mesma idade que antes, muito menos as mesmas capacidades físicas, mas o tempo nos ensinou a ser sagazes, a ter conhecimento necessário para entender que nem tudo acaba aqui, nem tudo é pra morrer de amor, nem tudo é pra viver sofrendo, chorando ou se entregando por coisas banais, coisas que nos impedem de AMADURECER. A gente não pode se entregar, não pode revidar, não se pode ouvir coisas que nos ferem e achar que a nossa vida vai acabar por causa daquilo, porque com certeza, a gente tem muita coisa ainda pra dar, muita coisa pra aprender como também para ensinar, e há muita gente no mundo que nos quer bem, que nos quer felizes, nos quer abraçar, e o que nos impede ver isso, é a nossa própria falta de amor próprio. É preciso começar a crescer, a entender que nem tudo é pra ser levado a sério, um pouco de deixa pra lá também caí bem, que o passado é só o passado, e que se não houve futuro, então é lá que ele têm de ficar. Viver, ser feliz com o que há hoje, com a possibilidade de poder sentir que o que se têm nas mãos agora, de repente, foi graças à toda essa trajetória de ciclos fechados, de páginas viradas que nos trouxeram até aqui. As fases, as fases servem para aprimorar a nossa essência para podermos desenvolver o conhecimento necessário de que nós podemos sim superar o mundo e a nós mesmos. Superar tudo aquilo que nos incomodou ou que ainda incomoda. Viver é botar nossos planos adiante, e quem coloca sua vida adiante, não volta um passo sequer atrás.
Ricardo F.
Ah essa nossa mania inconsequente, de deixar escapar pelos olhos tudo aquilo que o coração sente.
Ricardo F.
Não precisa desentortar caminhos. Ajeite apenas a alma, levante a cabeça, e siga sem medo. O importante na vida é não temer o futuro. Não se preocupe com o tempo, pois, quem anda devagar também chega.
Ricardo F.
(...) Ela o esperava sentada numa cadeira branca, entalhada em ferro batido, com desenhos vitorianos assimétricos nos pés. Em cima da mesa, uma xícara branca de café soltava fumaça em caracol. Aos seus pés, vários pombos de diferentes cores brigavam por migalhas de torradas caídas no chão. Se ouvia ao fundo "Charles Azsnavour" cantando uma versão doce de "La Bohème", enquanto ela observava o Arco do Triunfo e os inúmeros carros que cruzavam a Champs-Élysées. Ela olhava o relógio e nele marcava 18 horas. Ela começou a sentir um frio que vinha de dentro e que lhe atravessava a espinha. Faltava pouco, ela pensou. Abriu sua bolsa, retirou um batom, um pequeno espelho, e enquanto olhava seus lábios através dele, seus olhos, de relance, viram um moço usando uma calça jeans e uma camisa bege vindo de longe, olhando firmemente na sua direção. Seu corpo se arrepiou, seu coração bateu forte, um suor nas mãos pelo excesso de nervosismo. Ele carregava em suas mãos um buquê de margaridas coloridas, e nos olhos toda altivez de um encontro aguardado há anos. Seus passos eram apressados e podia ser ouvido de longe o barulho de seus tênis azuis tocando o chão da calçada. Era ele, tinha de ser ele, ela pensou. De repente, ele parou na sua frente e disse:
_Tá me esperando há muito tempo?
E ela, com olhos parados no tempo, um nó na garganta e com um doce sorriso nos lábios, disse:
_ A minha vida toda.
Ricardo F.