Ricardo Costa
Eu fingia pra conseguir ser.
Até me dar conta,
De que enquanto eu fingia,
Eu era.
Então eu finjo.
Eu finjo pra ser.
Pra ser.
A dor que me inunda por dentro,
Dia ou noite, sem cessar.
Inspiro profundo.Respiro.
Entra na roda, dor, vem rodar.
Eu tô destroçado.
Como se cada pedaço do que eu acreditava ser estivesse se desintegrando.
Esvaindo-se das minhas mãos enquanto tento recolocá-los de volta.
Não sei mais se sou o que eu achava. Se quero o que eu queria.
Eu não sei mais quem eu sou, e nem pra onde ir.
Estou apenas existindo.
Eu fingia pra conseguir ser.
Até me dar conta,
De que enquanto eu fingia,
Eu era.
Então eu sou.
Eu apenas sou.
Ser.
O inverno tá chegando, e nele ficamos mais fechados, introspectivos...
Tá tudo bem.
Voltamos pra dentro no intuito de se preservar, se esquentar.
E você pode. Você consegue.
As folhas que o outono secou, no inverno caem.
Mas elas fazem isso pra que novas cresçam na primavera que há de vir.
Se deixe crescer também.