Renata Lessa
Vai
Vai, vai que aqui te espero. Vai, vai que assim como a vitória, a volta é certa. Tão certa quanto a despedida diária, e o reencontro de sempre, pra sempre, semente, somente por Deus germinada. Plantada em sonhos, regada por nós a crescer belamente. Raízes fortes, às profundezas de duas almas, feitas para fundirem-se em um único amor, caminho único de nossas vidas a partir de agora. O agora e o amanhã, traçado pela estrada mais bela da vida que, afinal, finamente, renasceu do amor entre mim e você, entre você e eu.
Palavras
As palavras fluem tão imediatamente, que de repente, assim como não se sente, sinto imensamente aflorar em mim as veias de poetiza, a poetizar a vida, vida minha, vida nossa, vida a ser vivida e dividida. A pulsar como sangue nas veias os sonhos, na força da batida certa, tão desperta, nas artérias da reciprocidade, num sentimento real, de um amor de verdade.
Saudade
Saudade... palavra que só existe na nossa língua, e que tão bem, nossa, minha e tua língua, fala.
Saudade... é ter estado contigo ontem, até hoje, e hoje, já hoje, aquela se fazer tão presente.
Saudade... é ficar ansiosa para poucos minutinhos te ver, é ficar com o coração tão pequenininho por não ir com você...
Saudade... é uma série de bilhetinhos, e amor, sem fim.
Saudade... é um sentimento que te faz querer a todo tempo, a qualquer tempo te ter...
Saudade... é o que me faz querer ter você por perto, cada vez mais perto, meu bem querer.
Saudade é o que sinto por você.
Decisão
Renata Lessa, em 10/03/14
Decidi não mais falar “EU TE AMO”.
Quantos e quantos “EU TE AMO” foram soltos ao vento por ai, sem nada, efetivamente, significar?
Se palavras o vento leva; atitudes são como raiz profunda, nenhum vendaval arranca.
Decidi não mais falar “EU TE AMO”.
Palavras são apenas letras, atitudes completam as lacunas do abecedário da vida – a vida sem mentiras, a vida mostrada e demonstrada em fatos e atos.
Decidi não mais falar “EU TE AMO”.
Talvez como frase de efeito, que nos emociona e empolga - isso só não basta. Atitudes nos surpreendem e nos impulsiona, isso que faz a diferença, isso que realmente vale a pena.
Decidi não mais falar “EU TE AMO”.
Provar do amor requer prova. Demonstrar o amor muito mais do que em palavras. Mostrar o amor em vida, na vida, vivendo e vivenciando. Amar se ama doando-se.
Decidi não mais falar “EU TE AMO”.
De nada adianta agradar os ouvidos se o coração resta-se inadimplido, não preenchido a esta crença – do amor, de ser amado.
Amor se ama amando, amor se ama provando. O monte de carinho no dia a dia, a montanha de afeto noite a noite, nas palavras mais lindas vindas do coração, complementadas na afeição da própria ação – de amar.
Amar não é fazer-se ouvir. É fazê-lo, com zelo, sentir.
Feliz (Renata Lessa, em 28-04-14)
Feliz daquele que na vida encontra e reconhece o amor,
que desabrocha feito flor, em meio a um mundo cruel e tão cheio de espinhos;
que teimoso como é, não larga a mão do que se quer, se pretende;
na infinita pretensão de estar sempre presente, presente recebido e ungido;
feito óleo que escorre e penetra à pele, flor da pele de quem ama e é amado
fato mais pleno - ser abençoado, a abençoar essa força maior e dar-lhe vida, a vida em festa
a estar e ser somente o que se sente, sentimento aflorado, a flor da idade, seja em que idade for;
quer seja novo, quer seja velho... ora, mas não há velhice para o amor!
Seres sempre adolescentes, inocentes, na malícia de amar e desaguar
sentimentos mais fundos, profundos e latentes;
que deveras nos devora e engole a seco, na fonte inesgotável do amor
água límpida a nos limpar o corpo e alma
água que escorre pelos olhos de emoção
É.. feliz daquele que na vida encontra e reconhece o amor
tão rara joia que nos ilumina e nos torna caros
na carência suprida pelas caricias cumpridas
a cumprir-se, nesta vida, o maior bem do universo
agora dito em prosa, em verso, a de eterno
o AMOR.
O que eu mais quero
Renata Lesa, 11/05/14
O que eu mais quero
É fazer de você o homem mais feliz do mundo
Ser a mão estendida sempre, a te segurar
A mesma mão que afaga seu cabelo e corpo
A mão entrelaçada a nos unir, completar
O que eu mais quero
É ser-lhe sempre a alegria que merece
E levar para longe a tristeza que não lhe pertence
Ser a presença física e espiritual desse amor que nos enlaça
Ser o elo mais forte que nos une, abraça
Duas vidas numa só, tão somente
O que eu mais quero
É ser sua amiga, namorada, esposa, mulher, mãe, confidente
Ser a referencia feminina completa, a completar a vida
Na cumplicidade persistente de dois seres, em par
Impar na vida de nós dois, a modificar
A referência de vida, o referencial do amor, para sempre.
Encontros errados nas horas certas, encontros certos em horas erradas... E errantes são maioria, errantes fomos nós, até acertarmos o nosso relógio da vida, na hora certa, hora de Deus, para o nosso encontro. Enquanto muitos e tantos buscam o amor, este nos foi entregue de mãos beijadas, a beijar com doçura e delicadeza nossas almas e corações.
Colorido
Vejo em minha frente um punhado de canetinhas coloridas, a apunhalar como faca afiada sonhos que desafinaram, viraram escuridão ao arco íris de outrora; a ignorância do silencio latente; você ausente, muito diferente, agora.
A difícil tarefa de dizer adeus, ante a tanto vivido; mais do que palavras, sentimentos cortados, momentos aflitos, agora, em conflito. Carência a oitava potência, impotente ao infinito.
No meu coração o palpite, palpita, ressuscita, ao ter que, por terra, enterrar sonhos manuscritos em linhas fortes, às nossas mãos tão firmes. A desmoronar, a apagar o que em colorido fora escrito, e jamais prescrito.
Sexta-feira
Esperar... Aguardar...
A guardar a vontade de falar, expressar
Expressão da vontade verdadeira
Na verdade inquietante de uma sexta a noite
Na noite a vagar, sem contentar-se
A complementar-se com a presença, o presente
Do ser que sente o que mais se consente, na mente, como demente
Na loucura de esperar pelo amor tão latente
Contente, na frente, da tela, a vagar
Na vaga cativa do coração que consente, pra sempre, você ficar.
Namorados
E foi assim
Despretensiosamente, de repente
Bastou um sorvete, uma capivara, um copo plástico de água, um "sim"
Para eu gostar de você, e você apostar em mim
Duas vidas transformadas
Duas almas encontradas, encantadas
No encanto do primeiro amor tardio
No adiantar das horas, na hora certa, de um novo dia
Amor verdadeiro, insistente, envolvente
Amor de amigos, de companheiros, de namorados
Amor bastante, o suficiente,
Na insuficiência insatisfeita de dois amantes
A acertar finalmente, pela vontade da vida inteira
A joia maior - o brilhante
A brilhar olhos e caminhos, entrelaçados destinos
A continuar, prosseguir, vida inteira, adiante.
A perfazer-se, eternamente, na vida da gente.
Você é a Festa
Renata Lessa, em 15/08/14
Você faz festa em mim.
Acende as luzes, liga o som, toca-me suavemente.
Penetra meu coração, meu corpo, minha alma.
Penetra como o mais ilustre convidado, convite único e restrito, sem qualquer restrição em mim, enfim.
O começo, o meio, e o sempre, pra sempre, pra sempre, em mim.
Simplesmente, tão simples, assim.
Livro da Vida - 26-02-14
A página tão esperada
A página mais bem escrita
O Português correto, tão certo
A acertar nossas vidas, pontualmente
Em frases tão bem desenvolvidas
Assim como esse nosso tenro amor
A delinear e delimitar nossas novas vidas
A serem escritas e duas mãos, vividas
A partir de agora, por toda a vida
Num livro abençoado pelo melhor escritor
O Criador.
Força de nós dois
Da janela da tua alma encontrei a porta do meu porto seguro
Das tuas palavras, reencontrei a força
Da tua força, recuperei a garra
Da nossa garra, encontramos nós mesmos
E nos reencontramos, nos revemos, revertemos
E vemos a frente o que não existia atrás
Atrás dos sonhos, tão perseguidos
Munidos da força e da fé da cada um
Um pelo outro, outro mundo, nova vida
Vida que se renova, vida a toda prova
Prova de que há de se provar o amor
Uma vez, ao menos, na vida.
( Renata Lessa)
Presente
Renata Lessa (21/09/2012)
Ser ou não ser dois, sermos nós?
Questão difícil? Sei não...
Sei que é cedo, mas o tempo urge,
Surge sorrateiro, vem e vai-se brejeiro
Escapando às nossas mãos.
Não há tempo certo, não há razão.
O momento é agora, não espera não.
O agora é passageiro, ligeiro.
E o agora é hoje, a vontade surge
Assim como o sentimento.
Aumenta, acrescenta,
Mais força e vontade à alma, no coração.
A vida que se vive hoje
Não a mesma que a de ontem.
Assim como o tempo, e efêmera -
Não demora, vai-se embora.
Está mais do que na hora, venha então.
Viver tem pressa, não espera não.
Imprevisível, como o tempo
O sentimento chega, transpassa
Entrelaça num segundo e embaraça
Duas vidas num nó cego,
Pra enxergar a vida com mais graça,
O futuro com contentamento.
Vida que do nada em outra surge,
Contamina, arrebata.
Mas que nada! Maktub!
Estava escrito, previsto, previsívelmente desenhado
Na total imprevisibilidade das linhas do acaso,
De um caso muito bem pensado.
E do nada surge tudo.
Mas que nada! Maktub!
E lá se vai o nada, pra longe do nosso mundo.
Mundo tão nosso, tão esperado.
À espera de um milagre, já realizado.
E o vazio faz-se cheio,
Preeenchido de esperanças, lado a lado.
E do nada se esvai o medo,
Qual água no riacho, correnteza
Escorrendo pelo caminho traçado,
Temor destroçado, elos formados.
A hora é agora,
E o agora está do nosso lado.
Arriscar-se ao momento, finalmente.
Abrir as portas da felicidade -
Ventania forte que nos pega de surpresa,
Esta tão dolorosamente aguardada,
Guardada no peito tristemente desesperado.
Sufocada em um mar de lamentos do passado.
Passado a limpo, renovado.
Presente incerto, hora mais que certa.
A nossa hora, a descoberta.
Hora de ficar junto, lado a lado.
Presente divino, presente esperado.
Presente por Deus enviado.
Por quê? (10/01/15)
Por quê, depois de tanto, tanto tempo
Depois de tantos alentos, contentos, contentamentos
Não consigo te esquecer?
Por quê, depois de tanto sofrimento, lamento
Lamento hoje, lamento tantos lamentos,
O descontento, o desalento de te abri mão, te perder?
Por quê, depois de tanto abrir mão de tudo
Ver-te ruir com meu mundo
Sigo, teimando, querendo te rever?
Por quê? Qual a razão, o motivo?
Depois de muitas alegrias, tanto viver
Impor-me à condição, condicionada
Deveras e ainda aficcionada por você.
A razão, o porquê, o motivo só pode ser
Apenas um, não mais que um, somente ser
Sermos nós, ainda que eu não queira
Ainda que tu não queiras, ou não me queiras, um querer
O querer do destino, de Deus, do Divino
Do amor mais sincero, mais lindo
Que jamais morre, jamais irá morrer
O amor que existe, persiste, insiste
Feito para durar, para sempre, como sempre
Que não morre, não se mata, resiste
Entre mim e você.
Nova Estrada
Renata Lessa, em 13/02/15
Assim me vejo hoje
A foto solitária, fotografia desse instante, insistente, implicante
A implicar num caminhar vazio, sombrio, à sombra do que passou, passado
A caminhar sozinha à estrada da vida, sem saber o rumo que tomar
Tomado o rumo da razão, quem sofre e chora é o coração
Cansado de mágoas, de tanto sofrer, jamais de viver,
Viver e amar, objeto e objetivo maior de todos, de tudo, em tudo, enfim
E que a estrada reverbere, revele-se
Ao eterno raiar e despertar do dia
O sol a brilhar raios de sanidade, rumo à eternidade
De uma vida em que a certeza é o fim
Num eterno recomeço
Reaprendendo, agora, a voltar a me amar
A voltar a gostar de mim.