Reinaldo Azevedo
Dilma já está dizendo a que veio e o que pode vir.
Depois do “filho do Brasil”, eles querem nos oferecer a madrasta.
O Programa (Nacional-Socialista) dos Direitos Humanos, na forma como está, submete a Constituição ao que chamo, em homenagem ao número do PT, 'Ato Institucional nº 13'. Os 'direitos humanos' são, no AI-13, o que a 'segurança nacional' era no AI-5 do regime militar. Em nome dela, podia-se suspender qualquer garantia.
Houve um tempo em que o marxismo era a única droga dos intelectuais. Agora eles resolveram misturar aquela substância moralmente tóxica com as drogas propriamente ditas.
"Estou entre aqueles que acham que obedecer a justiça é um dever, mas discutir suas decisões é um dever e também um direito garantido pelas sociedades livres"
Se Dilma afirmar que rinoceronte é uma ave, sua versão será publicada sem contestação. Quem quiser que forneça o “outro lado”, e o leitor escolhe se rinoceronte é ave ou réptil, se é que me entendem…
A Justiça continua a ser Justiça mesmo quando decide contra a nossa vontade. Quem acha que a única decisão aceitável é aquela que é do seu agrado está pronto para viver numa ditadura, não numa democracia.
O Brasil precisa ainda avançar muito na definição do que é público. Infelizmente, entre nós, muita gente considera que público é sinônimo de sem-dono. É justamente o contrário: o público só não tem um dono porque tem todos.
Algumas das melhores conquistas da cultura não são ditadas pela necessidade, e sim pelo apuro estético, por valores subjetivos, pelo refinamento.
Mesmo os idiotas são mais suportáveis quando conhecem as regras da etiqueta. Costumam, por exemplo, falar menos, e, como diria Machado de Assis, o silêncio quase sempre é a melhor forma de afetar circunspecção.
Coragem e Lealdade
Já escrevi e reitero que há duas qualidades que admiro independentemente de conteúdo ou postulações: coragem e lealdade. Não posso pensar em nada mais asqueroso do que seus respectivos contrários: covardia e traição. Ainda que eu repudie a causa deste corajoso ou daquele; ainda que eu possa achar que o beneficiado pelo amigo leal não vale o esforço, aplaudirei sempre as duas virtudes, mesmo que combata seus protagonistas. Só vale a pena viver assim. E, por óbvio, quero-me e sou corajoso e leal. A leitura de “A Ilíada” explica com mais riqueza o que vai aqui. Se um dia tiverem tempo, leiam-na.
Ao fazer essa lembrança, relevo que trato de virtudes antigas, que não têm marca ideológica. Até porque a esquerda pode ser notavelmente traiçoeira e covarde em nome da “causa”. Há rica literatura, muito especialmente a política, a respeito. E a direita pode praticar as duas coisas em nome do “pragmatismo”, já que costuma ter pouca imaginação para utopias.
“Causa” e “pragmatismo” são, pois, vestes que os pusilânimes e os vigaristas envergam sob o pretexto de cuidar da coisa pública. Cedo ou tarde, os fatos os aguardam. Se cedo, melhor: talvez haja tempo para aprender alguma coisa. Se tarde, nada a fazer. A terra há de comer mais um infeliz.
Reinaldo Azevedo
Coragem e Lealdade
Já escrevi e reitero que há duas qualidades que admiro independentemente de conteúdo ou postulações: coragem e lealdade. Não posso pensar em nada mais asqueroso do que seus respectivos contrários: covardia e traição. Ainda que eu repudie a causa deste corajoso ou daquele; ainda que eu possa achar que o beneficiado pelo amigo leal não vale o esforço, aplaudirei sempre as duas virtudes, mesmo que combata seus protagonistas. Só vale a pena viver assim. E, por óbvio, quero-me e sou corajoso e leal.