Raphael Michael
Um livro só em nada representa, a outro passo que inútil é plantar uma árvore e deixá-la à sorte do tempo e do vento.
Precisamos cultivá-la, cuidar com carinho e atenção, e logo em seguida rezarmos para que ela dê bons frutos.
Dizem que um homem se completa a partir do momento em que escreve um livro, plantar uma árvore e tem um filho.
Por último, e não menos importante, colocar simplesmente um descendente no mundo em nada completa a missão de um homem. A grande razão é educá-lo, amá-lo e criá-lo de forma justa e serena.
Incautos, nos lançamos a desafios amorosos. Deságios de sentimentos que deveriam repousar na reciprocidade Mas a balança do amor nunca é justa.
Provável, mas descartável. As pedras estão nos caminhos traçados outrora, sem pensar nos dias vindouros. A vida não nos dá o papel da borracha. Apenas o tempo, sem o esquecimento.
Desvirtuamos valores. Cedemo-nos a paixões corriqueiras, sem sentido nem valor. E a falta de sentido nos levou ao caminho da perdição, da decepção, da final: resignação.
Regozijo minha alma na alegria de apenas ser, e poder continuar sendo. Aprendendo, errando. Amando e sofrendo. Desertando e combatendo.
O que hoje é novidade, amanhã se torna obsoleto. O carro novo fica velho, e partimos para mais um desejo sem vontade. Não a vontade sensata.
Na vida – a cada dia – somos empurrados à mediocridade. Somos preparados para vivermos como o outro A pensar como um todo. Marcas e costumes.
Nós sempre – grife-se o sempre – queremos nos sentir bem. Devemos correr em rumo à felicidade – e não – ao sucesso. Ele é consequência.
É mais simples ser medíocre. As pessoas têm menos expectativas sobre você. Cobram menos. Aceitam melhor os erros.
Não é difícil reparar o quão interligado nós estamos. Porém algo nos afastou. Temos uma essência egoísta.
É de conhecimento científico o fato de sermos formados de energia. Nós, e tudo ao nosso redor. E nós sabemos que a energia não morre.
Não percebemos que o outro também faz parte de nós. Que nós precisamos do outro, da mesma forma com que ele precisa de nós.
Veja os países ricos, as pessoas ricas. O conceito de riqueza apenas existe em virtude da pobreza. É a necessidade humana de se sentir superior.
Inócua será a nossa vida se não fugirmos da maior doença que assola a atual conjuntura humanitária: o excesso de normalidade.
Amor não se cobra. Amar é ceder. E ninguém o está obrigando a tal coisa. Se você fez, foi porque você quis.
A serenidade perdeu-se no caos da vida. Entre buzinas e berros, tentamos encontrar uma paz cada vez mais escassa.
Ser honesto deixou de ser um conceito inerente ao ser humano para ser tratado como virtude. Não é raro escutarmos alguém gabar-se de ser honesto!
Uma mera discussão no trânsito, quando não importa quem estava errado, ocasiona uma série de atos concatenados que levam a uma tragédia.