Raniere Gonçalves

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Não adianta escovar a dentadura: seu mal hálito vem do cérebro!

Inserida por ranish

Agosto: ventos sibilam em rodopios.
Vou falar pro Miroldo trocar
o caiaque dele
por uma prancha de windsurf.

Inserida por ranish

Vou cerrar meus olhos
como se faz com a porta de um empório.
Levantei com as galinhas,
hoje.
Agora o quilo me pesará mais.

Inserida por ranish

Meus olhos abriram
como fossem portas de aço.
Sol já alto,
alongado.

Inserida por ranish

Isso ele aprendeu com a égua de meu pai,
lá na barra do piancó.

Na rede.
Entre o coqueiro e o pé de mangaba:
a cidade aos meus pés.
O vento sopra como um sussurro de amor.
Sonoro,
cálido.

Inserida por ranish

Tem mais água nos meus poros
que esse arremedo de chuva.
Parece que São Pedro não toma mais cerveja.

Inserida por ranish

Colírio pro terceiro olho é supositório!

Inserida por ranish

Sempre que venho nesse boteco
me sinto na áfrica.
Girafas, hipopótamos...
Uma gazela acaba
de passar do meu lado.

Inserida por ranish

Quilo feito.
Tarde aberta.
O sol me envolve
com seus dedos de fogo.
Só mesmo uma cerveja
pra esfriar o sopro do inferno.

Inserida por ranish

Esse vento vespertino
parece um sopro do capeta.
Na lida rural de agora
eu me sinto como uma costela no bafo.

Inserida por ranish

Uma piscadela
e o sol se foi.
Tudo passa depressa
quando se está feliz.

Inserida por ranish

Assim fica fácil.
Vou decretar a Monarquia aqui no sítio.
Minhas galinhas que me sigam.

Inserida por ranish

Comi três pães de queijo.
Minha sobrinha com a vozinha de Barbie dela
me perguntando coisas.
Se um pão de queijo
é irmãozinho do outro.

Inserida por ranish

Comer, beber, sorrir.
A ternura dos vizinhos.
O olhar varado
das moçoiras saídas da escola.
As rezes berrando, longe.
O zumbizar das cigarras.
Saudades que se amontoam
e não cabem num tuíto.
Um dia desses desato.
E apareço sem avisar
naquelas casas
dos meus amigos.
Só pra reviver passados inesquecíveis.
Pra beber vinhos que ficaram velhos
com tanto tempo escorrido por debaixo
da ponte entre o antes e o agora.
É isso: Nostalgias e gastrite.
Um dia mais perto da morte.
Duas ou três escolhas.
Apenas um caminho.
Lá vou eu.
Vento no rosto
e sorriso nos lábios.

O garanhão tem o membro pesado.
Coitadinha.
Eu a encontrei ali deitada,
descadeirada.
Posologias passadas: levantá-la na talha,
remédios e esperança.
Odes do Piancó,
do gadinho caracú tão alegre
quanto a chuva que virá.
Labutas rurais.

Inserida por ranish

Deitado na rede,
no lusco-fusco do chove não-chove.
O vento balouça a cabeleira das guarirobas.
Eu?
Regurgito passados.

Fotografias recortadas,
verdades recorrentes...
Nada nunca muda,
realmente.
Sapatos se alargam aos pés
e aos calos.
A saudade vira nostalgia.

Inserida por ranish

Você tem de olhar com olhos mansos.
Senão será impossível ver.
E sem passados impregnados.
Só com a alma,
só com o querer..

Melhor definição de pobreza: - 'Estou tomando manga da boca de porco'.

Inserida por ranish

Uma brasa queima meu pescoço.
Acho que deve ser minha inocência.
Carne trémula.
Olhos e olhares.
Imaculados desejos.

O zéfiro balouça o ipê.
Longe ritomba um trovão.
Detrás do zíper: o ocaso.
Noite e vinho
derramando sono nos meus olhos.

Inserida por ranish

- 22 Oct 11

Inserida por ranish

As recorrências regurgitam.
Meu coração está vazio.
Continuo procurando por aquela
princesa pálida.
Ou por alguma mucama de ébano...
Que me deixe mole.
Com um brilho nos olhos.
E com planos para o futuro.
Que me ensine coisas idiotas.
Que me faça sorrir.

Inserida por ranish

Me ardem os olhos.
Meu bruxismo suplantou todas
as fogueiras.. E cruzes!
Dia rompe a tépidas mordidas.
Quero carnes!

Inserida por ranish