Rafael Zafalon
Todas as noites são um tormento
Sinceramente, não sei como ainda aguento!
Talvez seja fácil pensar nos outros
Viver aos poucos...
Como se tudo fosse acabar logo.
Permaneço sentado
Ensopado e amargurado
Contando as ranhuras na parede
Mordendo os lábios com sede
Sinto que estou pronto
É tudo isso e ponto
Acabou o tempo
Minha dor é alimento
No poço se fundo
Enfermo mundo.
Adoro a possibilidade de sentidos da palavra "gosto"...
Seus "gostos" você me diz mas, seu "gosto" preciso sentir!
Sempre penso, inquieto (...) tenho tão pouco! Não sou feliz, quiçá sadio ou belo, restaram poucas migalhas do prazer à mesa. Raramente acabo afeiçoado, ora vira-lata, ora não, mas, por quê? Qual a graça em tornar meus dias, já infernais, em uma convulsão ininterrupta? Seriam apenas histerias de uma vida qualquer ou realmente, desejo de fé?
O louco no fundo é um poeta que não soube expressar sua incapacidade em lidar com as atrocidades do mundo!
Batucada
Ventania
Na fronte
Poesia
Desponta
Tranquila
Na noite (fria).
(...)
Pra reaver a esperança
Ainda (criança)
Ilusória
Perdida.
(...)
Entre os sonhos
Mais risonhos
(Quando) te vejo
Espreito
Pelo vão da janela
Entreaberta.
(...)
Num caixilho (coração)
Enquadrado
Pulsando
Vivendo
Sozinho
Na sua mão (Porque te amo!).