Rafael Ressano
"Ressano"
Cicatrizes pelo meu corpo
Elas vão se acumulando
Elas contam a história de um (a)caso muito estranho
Um garoto que não sabe o quer
Não sabe o que gosta
Odeia os próprios pais
Literalmente, não sabe o que faz
Preso mentalmente
Nada mais o interessa
Nada mais presta
Ele é um brinquedo quebrado
Foi emprestado
Peça por peça
Não tem legado (ligado)
Escureceu suas roupas
Se municiou de facas
Leu Nietzsche
Leu Nike
Fez
E não sabe se está arrependido
Agora é tido como banido (bandido)
Nada mais que um ofendido
Sempre narcotizado
Blasfêmia ambulante
Por aqueles
Amado
Por aqueles
Odiado
Se cobra demais
Age como um humano
Tão desumano
É ele
O único
Primeiro (lie)
E último
O Ressano
Gasto horas imaginando
Como poderia ser
Um amor legitimo
Entre mim e ninguém
Fantasio sobre o corpo
Analiso como seria seu rosto de perfil
Logo lembro que não sou de fazer perfil de ninguém (Amém!)
Que tipo de cara sou eu?
Ela me perguntou: "Quantos tipos de drogas
alguém como você, já usou?"
Ousei amar
Ousei odiar
Expulso do jardim do Éden
Já não espero (sinceramente) mais nada
De minhas namoradas
"Sei não fi"
Você pergunta logo para mim
Que sabe sempre que não sei de nada
Agora vai querer arrumar a mala
Mas não pode
Pensar na ex namorada
Mas não tem
Ninguém sabe de nada
"Ateu chato"
Inexpressável
O que sinto
Indagável
Cristo
É claro
Você leva sempre para esse lado
Lacaio
Pobre de consciência
Ânsia a ausência
(Do corpo(?))
Retrai a carência
Enzos demais
Enzimas não naturais
Dias normais
Práticas espirituais
Se faz sozinho?
Num imenso abismo
Cinismo
De...
deus
Como dizia Kuma França:
Deus dividiu comigo
O dom de escrever certo
Por linhas tortas
E é isso que importa
Bato a porta
Faço com que dias melhores
Venham a sangrar
Que valha a pena
As tentativas de vingar
Para que, no fim da noite
Sem barreiras
Possamos amar
Um assunto pertinente
Uma saudade tão doente
Tão doente quanto eu
Não posso dizer
Que sei o que aconteceu
Talvez mera obra do acaso
O resultado
Não sou mais
Seu namorado
"Continuo aqui?"
Me perdoa
Mas...
Eu não consigo
Este é o meu abrigo
Me pergunto
Se ainda usas
Aquelas minhas blusas
Este é um cântico
Que precede um ritual sagrado
Me desculpe
Obrigado por todo o cuidado
"Lens"
Tava de canto
Tirei uma filipeta
Olhei pro lado
"Calma não esquenta"
TDAH
Te dá a sentença
Pode esperar
Por dias melhores
Óculos de grau
Só pode quem pode
Chega a ser chato o quanto sou obcecado. Sempre que pego na caneta, intensifica. Te quero ao meu lado. Eu só penso em você
"Desenganado"
A dor é seu legado
Finge estar despreocupado
Olha para o lado
Balbucia o errado
O erro foi no passado
"Já fiz"
Embaixo estava assinado
"Ressano 002"
O que vês aqui?
Apenas pensamentos do Ressano
Não precisa ser infame
Só precisa ser insano
Se fazer de trouxa para escolher
O menos pior
E aí, qual vai ser?
Eu ou você?
"Shit i do"
Escrever coisas escrotas
Cuspir nas garotas
Entrar de supetão
Na sua imaginação
É meu objetivo?
Parece que sim
Parece que...
É passado
A umas horas dessas
Pedir sua mão
Você nunca respirou
(Claro que não)
"(a)Marra"
Primeiras impressões
Enxergo
Ou passo o olho
De relance
Pronto para o próximo lance, afinal
Nos precisamos estar prontos
Não me leve a mal
Nada pessoal
Resplandecestes
Não o vi mau
Mas não vi um anjo
Continuo me perguntando
Se toda essa marra (insano)
É verdadeiramente
Real
De humano
Como dói
E simplesmente não faz sentido
Esse profundo abismo
Onde me perdi
Situação tão trágica
Realmente de se rir
A verdade é que não tenho mais motivo
Vivo a esmo mesmo
Sempre olhando de soslaio para a irmã mais velha do sono
Ela é realmente linda
Como nos sonhos que somos
E deixamos de ser
Por motivos fúteis
Queria te dizer...
Não lembro
Mas obrigado por tudo
"Drunk EUA"
Armamentista contrariado
Mundo sem pistas
Ódio acumulado
Deixando de dar notícias
Que saco de fracassos
Que asco desse rato
Perdido na viela
Embriagados os passos
Não ouve o canto dos pássaros
Surdo demais para se dar ao trabalho
Se é que vale a pena...
"Such'a narcissist"
Garota eu sei o que você quer
Bateu na minha porta
Não sai do meu pé
Não há problema
A gente se encaixa
Num desses esquemas
De sexta e quarta
"Evangelion > Sailor Moon"
Certo dia escrevi na parede do CASE CIA
Me disseram que eu não chegaria
A lugar algum
Soma de fatores
Opinião popular
(Isso cê' fala até eu me matar)
Não é de se admirar
Mas vou lá...
Pelo menos eu vou tentar
"M.R"
Aumenta o tom de voz, impondo uma marra que não tem.
Deseja ser ouvido, a qualquer custo.
Tendo em vista, que já foi mudo.
"The end"
Mas que pena que você não sabia
Que hoje seria o dia
De tanta alegria
Agora, arrependido por não estar arrependido
Se indagando se é ou não culpado
"Por que tamanho castigo?"
Tão longe
Irrealizado de monte
Se vestiu como monge escarlate
E sentou
Sentou e nunca mais se levantou
Tudo jogado
Jogo entregado
Desempregado
Drogas licitas
Nenhum carro
Vivendo no automático
Ainda assim sendo menos um num mundo de falsos imaculados
Tático
Escondido atrás do armário
Esperando a melhor oportunidade
Para fazer uma piada de otário
Rindo da vida
Como a Lua ri de mim
Sempre fui de fugir
Ir
Ler sem analisar
Soltando conclusões aqui e acolá
Desajeitado mesmo
Sem vontade de respirar