Poeta Fuzzil

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⁠Toda essa poesia
Cabe no meu peito
Digo sou suspeito...
Meu amor.

Todo meu amor
Cabe nessa poesia
Digo sem problemas...
Minha Rainha

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⁠PARCERIA!

Parceria!
Parceria!
parceria!

- Par, seria
Se estivéssemos
JUNTOS.

⁠JUNÇÃO


Sei que muitos, ficam putos
Com a nossa forte união.

Sei que muitos putos
Queriam pegar em nossas mãos.

Ficam putos, sem assuntos,
Sem razão.

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⁠INSPIRAÇÃO

O poeta só queria uma
Inspiração e nada mais.

A poetisa só queria um
Companheiro e nada mais.

O poeta viu a poetisa
E teve a inspiração.

A poetisa viu o poeta
E ficou louca de paixão.

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⁠AMOU

Conheceu o nosso SAMBA
Encantou-se com o HIP-HOP
Mas o que ela mais AMOU
Foi dançar um SAMBA ROCK.

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⁠Enquanto muitos viajam no mundo da lua.
Viajo no mundo da Literatura.

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⁠PRETO DO GUETO

Sou preto, Doutor
Não me chame de pardo
Sou preto por cima...
Preto por baixo.

Sou preto, Doutor
Não me chame de moreno
Sou preto por fora...
Preto por dentro.

Sou preto, Doutor
Não me chame de burro
Sou preto sim...
Com muito orgulho.

Sou preto, Doutor
Exijo respeito
Sou preto feliz...
Sou preto do gueto.

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⁠Acendi a vela
Peguei duas taças
Uma garrafa de vinho
Na vitrola, Manhattans.

Na vivenda com a dama
Noite adentro de amor
Braços entrelaçados
Brinde, minha flor.

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⁠ROLETA RUA


Uma bala no tambor
Uma lágrima de dor
Uma bala na cachola
Simplesmente o matou.

Uma bala
Uma arma
Uma alma
Uma dor.

O giro no tambor
O medo, o pavor
O dedo no gatilho
A pólvora, o terror.

Uma bala no tambor
Uma bala o matou
Uma bala tirou a vida
De um pobre sonhador.

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⁠TIRANDO ONDA


O
Capão é Redondo
O
Jardim é das Rosa
Irene
Magdalena
Fica bem próximo.

O Valo é Velho
Santo é Eduardo
Campo é Limpo
Salve,
São Marcos.

A
Vila é das Belezas
Três Estrelas...

Fernanda
Ângela e
Rosana.

No Morro
Canta Galo
Horizonte é Azul
Embu das Artes
Embu Guaçu.

Pira... Jussara
Santa é Tereza.

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⁠Quem nunca foi condenado por um olhar...
Tem olhar que machuca e pode até matar.

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⁠PENTE QUENTE

Tá aqui o pente
Tá aqui o pente
Taque o pente
No lixo.

Esse pente
Não me penteia
Esse pente
Não nos penteia.

Em outrora
O ferro feria
Prendia meu povo
Na noite fria.

Muitos
Brutalmente
Marcados a ferro quente.

Esse pente
Queima o couro
Queima o fio
Queima o povo.

Meu cabelo crespo
Armado, escuro
Meu cabelo Black
Black`tude.

Tá aqui o pente
Tá aqui o pente
Taque o pente
No lixo.

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⁠Adoro quando a dança
Vai além de só passos marcados
Tem que ter swing, sintonia...
Tem que estar conectado.

Inserida por poetafuzzil

⁠Sou poeta
Adoro brincar com as palavras
Brincar com o sentimento dos outros
Não é minha cara.

Inserida por poetafuzzil

⁠Queria olhar, olhei
Queria tocar, toquei
Queria uma flor, peguei
Queria sonhar, sonhei.

Queria cantar, cantei
Queria dançar, dancei
Queria abraçar, abracei
Queria beijar, beijei.

Queria amar, amei
Queria chorar, chorei
Queria gritar, gritei
Ao desabafar, desabei.

Queria alegria, alegrei
Queria esquecer, não sei
Queria ficar, mas fui
Queria me perder, me achei.

Inserida por poetafuzzil

Adoro, adoro
Parques de diversões
Adoro, adoro
Brincar com meus irmãos.
Adoro, adoro
Comer algodão doce
Adoro, adoro
Brincar de esconde - esconde.
Adoro, adoro
O dia das crianças
Adoro, adoro
Balançar na balança.
Adoro, adoro
A casa de meus amigos
Adoro, adoro
Ficar se divertindo.
Adoro, adoro
Fazer lição de casa
Adoro, adoro
Bricar de fazer mágica.
Adoro, adoro
Meu pais, minha família
Adoro, adoro
Livros de poesias.

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⁠Casa de Papelão

Construí uma casinha
Todinha de papelão
A pintei de amarelo
Pra chamar bem atenção.

Minha casa ficou linda
Tinha até televisão
Pendurei alguns quadrinhos
Coloquei tapetes no chão.

Meus pais me ajudaram
Me deram orientação
Construí com tal carinho
Minha casa de papelão.

Prestei bem atenção
Nos detalhes da vivenda
Até janelas ela tinha...
Tinha portas e cadeiras.

Minha casa tava um luxo
Maravilha pode crê
Meus amigos adoraram
Todos correram pra ver.

Tinha fogão, geladeira
Armário e guarda roupa
Até bichinho de estimação
Um gato e uma cachorra.

Minha casinha tinha sofá
Muitos livros infantil
Uma arvore no quintal
Radio e disco de Vinil.

Construí uma casinha
Todinha de papelão
A pintei de amarelo
Pra chamar bem atenção.

Poeta Fuzzil

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⁠Vou levando poesia
Por esse mundão afora
Versando pelos os becos
Vielas e escolas.

Vou levando poesia
Pelas ruas que desfilo
Versos para todos
Que a travessam meu o caminho.

Vou levando poesia
Às vezes ela que me leva
Os versos que componho
São presentes pra galera.

Vou levando poesia
Pras crianças e idosos
Poesia sem fronteira
Versos cautelosos.

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⁠Denise,
Foi delírio,
Foi tão lindo!
O nosso amor.

O nosso amor
Foi tão lindo!
Foi delírio,
Foi tão
Bom.

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⁠Asreferênciassão tantas
Tantas referências potentes
Tantas mulheres pretas
Fazendo a diferença.

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⁠Essa mulher forte
Causa medo nos marmanjos
Essa mulher forte
Não se deixa balançar.

Essa mulher forte
Não aceita seus insultos
Teu machismo, absurdo
Teu olhar de cegar.

Essa mulher forte
Já não é mais a mesma
Que baixava a cabeça
E mostrava sua fraqueza.

Essa mulher forte
Encontrou o seu lugar
Sabe se posicionar
Aprendeu a se amar.

Essa mulher forte
Aprendeu muito na vida
Aprendeu a se valorizar
Hoje dá a volta por cima.

Essa mulher forte
Causa medo nos marmanjos
Essa mulher forte
Não se deixa balançar.

Inserida por poetafuzzil

⁠TRIANON

Longe das ruas de terras
Do Capão conhecido
Dos becos e vielas
Lugar onde vivo.

Longe do Parque Fernanda
Longe do gueto querido
Longe do Parque Santo Dias
Eis me aqui... Na Paulista.

Longe da amada. Ó
No Parque Trianon.

Cercado de árvores
Brisa na face
Enquanto escrevo meus versos
Os pedestres passam.

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⁠SUBI O MORRO

Subi o morro numa quarta
o bicho estava pegando
cheguei no sapatinho
cumprimentando as minas e os manos.

Tinha um samba rolando
uns poetas recitando
vi mulheres e crianças
capoeira ali jogando.

Já era de noitinha
um céu de brigadeiro
fiquei emocionado
na roda de partideiro.

Era um Samba Original
sarau na zumaluma
pessoas talentosas
valorizando a cultura.

Música de qualidade
várias letras contundentes
confesso pra vocês
que fiquei muito contente.

O morro estava em festa
coração batendo a mil
minha pernas tremeram
quando chamaram Fuzzil.

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⁠Breve Biografia de Fuzzil

Fuzzil é o pseudônimo de Levi de Souza, nascido em 27 de agosto de 1976, na cidade de São Paulo/SP. Filho de Edite Carvalho de Souza e Elio de Souza. Pai de uma linda menina de nome Shaira.
Morador do bairro Capão Redondo, zona sul. Aos 17 anos foi alfabetizado pela irmã mais velha.
Trabalhou como manobrista, serralheiro, segurança, vendedor de água e refrigerante em frente aos estádios, ajudante de pedreiro, auxiliar de juventude pela prefeitura municipal de São Paulo e assistente administrativo.
Tornou-se rapper e educador em projetos sociais.
Passou a frequentar Sarau por volta de 2005 e em 2007 publica seu primeiro livro de poesias, Um Presente Para O Gueto, editado pela Edições Toró. Ingressou no curso de letras da UNIBAN. Em 2010, lançou seu segundo livro, Caturra, pelo selo Elo da Corrente Edições e, em 2013, publicou o terceiro: Céu de Agosto pela A.P.L (Academia Periférica de Letras).
Começou a escrever seus primeiros versos em 2000 e publicava em fanzine, realizou oficinas de poesia com crianças e adolescentes em várias ONGs, trabalhou com Adolescentes em Cumprimento de Medida Sócio Educacional, em meio aberto (Liberdade Assistida e Prestação a Comunidade) no Parque Fernanda.
Desenvolveu alguns trabalhos na Fundação Cafu e Fundação Casa (Raposo Tavares).
É Idealizador do Projeto MAGOMA, dirigiu o documentário Valo Velho Direto.
Também é fundador da marca de roupas "Deeanto Moda", que trabalha com a temática afro e criador da A.P.L (Academia Periférica de Letras).

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⁠Ela diz que meus versos
Têm um pouco de mim
Das coisas que vivo
Das coisas que vivi

Falando em viver
A poesia vive em mim
Sou poeta do gueto
Vivendo eu descobri

Meus versos são livres
Livres como pássaro
E passam despercebidos
Na mão dos que não leem

E toda poesia
Que nasce em minha mente
Tem sim um pouco de mim
Se é que me entende.

Inserida por poetafuzzil